E lá se vai 2012...


Eu comecei o ano empolgada, assistindo aos fogos em Copacabana, junto com a Samara, deixando para trás um 2011 de muitas provas, de tristezas profundas. Chorei, compulsivamente, enquanto a festa explodia nos céus do Rio de Janeiro. Lavei a alma, renovei as energias, e entrei 2012 cheia de esperanças por um ano melhor!

Foi com esse espírito que voltei para Serra Negra. Mal cheguei, fui correndo rever a Thabata, que estava se tratando da dependência química, e que por isso mesmo não esteve conosco na viagem de sonho. E aí... uma semana depois, exatamente uma semana depois, uma nova enchente assola Serra Negra, e leva minhas coisas embora, mais uma vez...


Impossível expressar em palavras o sentimento daquela visão... o desespero, o desalento... e a falta do ombro e do colo do meu pai, um vazio que se fez ainda mas presente naquela hora. Ainda bem que Samara está sempre ali, do lado, me apoiando. Senão... nem sei!!! Mas, se é uma prova, vamos encará-la, não é? Vamos em frente, que Deus dá o frio conforme o cobertor, e tudo há de se ajeitar. A sogra de uma amiga do banco ofereceu sua casa, nos deu abrigo, e lá permanecemos durante um mês, enquanto passava o risco maior. Até que virou o mês, e supúnhamos que o perigo havia passado... ledo engano!!!


Juro que pensei que não conseguiria me reerguer... uma sensação tão ruim, uma tristeza tão profunda, que parecia que não ia passar nunca. Não é só a perda das coisas materiais, é a impotência, a sensação de não poder fazer nada enquanto a natureza segue seu rumo, implacável. É ver aquilo que foi construído com tanta luta, tanto sacrifício, tanta dificuldade, ir literalmente por água abaixo. Mas eu sou dura na queda... aprendi com meus pais a não perder a Fé jamais! E foi com essa Fé que consegui seguir adiante. Mais um mês exilada em casa de amigos, buscando uma casa para alugar, porque depois de tudo não havia condição nenhuma de voltarmos para a nossa casa (jamais teríamos paz ali), aflita porque se aproximava a data para a Thabata sair da clínica, e eis que aos 47 do segundo tempo...


Uma casa segura, de bom tamanho, preço razoável, próxima ao centro (não temos carro, afinal), surge e fechamos negócio! Mudamos numa terça-feira, arrumando as coisas às carreiras para, no sábado, podermos buscar a Thabata!


Agora éramos as três de novo, de casa nova, numa luta nova e diária (a recuperação da Thabata), e precisando equalizar as finanças! As dívidas deixadas por 2011, que estavam razoavelmente equilibradas, somaram-se às de 2012, com compras de móveis, eletrodomésticos, e o bendito ALUGUEL! E foi ai que a coisa pegou. As contas não fechavam, de jeito nenhum. Precisei rolar dívidas, pagar valor mínimo de cartão, mesmo sabendo o absurdo das taxas de juros praticadas pelas administradoras, e ainda assim não dava!

Cheguei a ficar afastada de tudo e de todos, porque sempre fui uma pessoa muito para cima, que mais ouvia do que era ouvida, que estava sempre pronta a ajudar e apoiar, e não queria passar uma imagem errada, de alguém amargo, que só reclama, que de repente só tem problemas... afinal, não tinha culpa por tanta coisa estar acontecendo, né? E, claro, em diversos momentos desanimei, fiquei agoniada, preocupada com toda a situação sem enxergar uma luz no fim do túnel. Apesar de habituada a ouvir, não queria sobrecarregar os amigos com meus desabafos, e acabava me sentindo sozinha, vazia.



Mas Deus é perfeito... repito: Ele dá o frio conforme o cobertor. Se nos colocou naquela situação era porque podíamos enfrentar, e teríamos condições de superá-la. Apesar de minha reclusão, os amigos não nos faltaram. Amigos com letra maiúscula, onde estão inclusos os irmãos de alma, tios, primos, todos! Que não nos desampararam em momento algum, que abriram suas casas para nos receber, que sempre tinham uma palavra carinhosa, que deram espaço e acabaram aguentando, sim, meus desabafos e que, quando puderam, mandaram ajuda material também, permitindo que fôssemos sobrevivendo com um mínimo de dignidade. 

Só lembrava do meu pai: "tenha Fé!" era a frase preferida dele se desconfiava que eu estava baqueando! E foi através dele que o milagre se fez ainda mais forte. Amigos de meu pai, que me viram crescer, iniciaram uma campanha maluca entre os amigos comuns, da PUC e da Telesp, pessoas que eu conhecia de nome ou nem isso, e que me ajudaram de uma forma indescritível... não tenho palavras para agradecer a cada um que, mesmo sem me conhecer se dispôs a me ajudar. Como comentei no post, meu pai foi mesmo uma pessoa muito abençoada, pois só pode ter sido por ser tão respeitado e querido por todos que esse movimento deu resultado. Ele se foi fisicamente ano passado, mas certamente continua olhando por mim! Precisam de prova maior que essa?


E então... eis que as coisas começam a se acertar. A campanha feita pelos amigos me deu condições de sair do buraco, reorganizar algumas contas, mas claro que ainda estava longe de tudo se resolver. O rombo era muito grande!!! Mas já era hora de terminarem as provas, né? Era hora das coisas voltarem ao prumo. E qual a primeira coisa que precisava acontecer? Yes!


A casa foi vendida!!! E, com ela, foram-se embora as dívidas, os empréstimos, dando início a um novo ciclo! A partir deste momento tudo será diferente, tenho certeza!!! Marcando essa nova etapa, apenas duas semanas depois, ainda finalizei minha pós em Educação Inclusiva!


Uma nova fase, mais leve e mais feliz se iniciou, se Deus quiser! Claro que houve tropeços no meio do caminho, pessoas que se afastaram por algum motivo, talvez por não compreender o turbilhão de sentimentos que vivenciei desde o ano passado devido a toda as perdas e problemas, como relatei no meu post de aniversário, e que de repente me deixou entre extremos: uma distância (aparente, não real) ou uma impulsividade incontida, o que nem sempre é bem compreendido. Uma pena, mas não posso obrigar ninguém a me aceitar, né?

Agora é procurar uma casa para financiar, com calma para não fazer besteira, e poder sair do aluguel! Este ano, se tudo correr bem, sai, finalmente, minha promoção no banco, melhorando o salário e me permitindo uma vida mais tranquila. Ou, até preferencialmente... a Mega da Virada vem para mim, né? Mas... antes de fechar 2012 era preciso vencer mais um desafio: passar o Natal em casa, eu e as meninas. Afinal, ano passado a Thabata não estava, e eu e a Samara estávamos no Rio, festejando com Ricardo, numa bagunça de fazer gosto! Não estava animada, como contei semana passada, mas...


Então, agora é hora de nos despedirmos de 2012, um ano difícil mas de grande superação, e darmos as boas vindas para 2013, que há de ser MUITO MELHOR! Não só para mim, mas para TODOS vocês! Obrigada a todos que me acompanharam neste ano, que torceram, que ajudaram da forma como era possível, pois graças a cada um de vocês, consegui me manter forte, consegui superar os momentos de desânimo, até de quase desespero. FELIZ ANO NOVO!!!


Uma observação: os scraps deste post, à exceção daquele do meu pai que está no álbum "Pedaços", são parte do "Projeto 52" que junto com outros mostra a história deste ano. Os links ficam ali em cima! ;)

Eu volto! Mas só no ano que vem!!! :D

Andréa

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Feliz Natal!!!


Confesso que este ano ainda não estou muito animada para as tais "festas"... eu ja tinha perdido muito o gosto depois que minha mãe faleceu, porque ela era animada, "botava pilha" em todo mundo, comandava a bagunça! Mesmo com a falta imensa de meus avós todos, e a separação física dos tios e primos, ela fazia uma festa danada para nós seis. O vazio deixado por aquele sorrisão e alegria contagiante foi quase impossível de preencher! Mas... as meninas eram pequenas, a magia do Papai Noel ainda imperava, então eu e meu pai nos empenhávamos em manter a animação por elas. Meu pai fazia o maior circo, sujava sapato com cinza na lareira para fazer pegadas, derrubava enfeites, deixava prato sujo na mesa da cozinha... elas se esbaldavam de rir com o "Papai Noel desastrado e comilão"! 

Aos poucos, elas foram crescendo, ficando cada vez mais na dúvida, até a hora que cresceram mesmo... nesse ponto, o Natal passou a ser uma noite de introspecção, onde ficávamos juntos, orávamos, tínhamos uma ceia, troca de presentes... mas já faltava um bocado da alegria de antigamente. Família pequena demais, só a gente aqui, Alessandra nem sempre presente, vivendo a vida dela... aí, de repente, meu pai vai embora, assim sem aviso, e tudo fica ainda mais complicado!

Ano passado, por um milagre desses que são quase inacredítáveis, eu e Samara conseguimos ir para o Rio. Parecia um sonho, porque eu estava em pânico de pensar no final do ano, sem meu pai há tão pouco tempo! Tivemos que ir sem a Thabata, que estava em tratamento para dependência química na clínica, mas fomos assim mesmo, aproveitando o oferecimento do Italo e da Solange, que abriram sua casa para nos receber. Jamais poderemos agradecê-los o suficiente! Tudo que falarmos será pouco, pequeno, diante do gesto deste casal tão querido. E, estando no Rio, pudemos estar com Ricardo e sua família maravilhosa, numa festa inesquecível! Tão animada, tão feliz, que nem por um momento nos permitiu pensar na tristeza do primeiro Natal sem "seu" Ronaldo!

Mas é hora de encarar a realidade, né? Somos só nós mesmo, temos que aprender a vivenciar estes momentos. Não é fácil! Vontade, vontade, por assim dizer... nenhuma! Eu balanço cada vez que assisto o anúncio do Boticário... queria eu dar um abraço daqueles no meu pai! A saudade é imensa ainda! Tanto dele quanto da minha mãe, mas a dele, por ser mais recente, é uma ferida mais aberta. 

Mas enfim... um amigo virá passar conosco a noite de Natal, e graças a isso, as meninas até se animaram de montar uma árvore. Quiseram até criar elas mesmas os enfeites. Nem está pronta ainda... Samara está finalizando suas artes agora! Amanhã prepararei uma pequena ceia, mas com muitas rabanadas! :D E assim, iremos dar um jeito de vencer mais este desafio! ;) Vamos conseguir!

Para finalizar, um texto do meu pai, que tinha mesmo o dom da escrita! FELIZ NATAL A TODOS!!!

"É NATAL"
(Ronaldo Tikhomiroff)

É tempo de renascer...
Simbolizado pelo nascimento do Menino-Jesus - portador da mensagem divina do Amor Universal - o renascimento das esperanças do homem se faz presente em todos os corações...

É tempo de repensar...

Afinal, de que valeu a vinda do Filho de Deus, exemplo de humildade, pureza de espírito, amor e fé, se o homem o esquece a cada dia? Será necessário fixarmos uma data para que, ao menos uma vez ao ano, nos lembremos de tão sublime Ser?

É tempo de reavaliar...

Nossos atos do dia a dia são coerentes com nossa manifestação de alegria a cada Natal? Será hipócrita esta atitude? Temos realmente devoção ao Cristo se o negamos a cada instante, lutando como verdadeiros animais pela nossa sobrevivência? Onde está a verdadeira Fé?

É tempo de arrependimento...

Aproveitemos este Natal - porque não? - para passarmos a limpo nossa consciência, dita cristã, e nos tornarmos realmente merecedores do sacrifício do Cristo. Nunca é tarde lembrar que o nascimento daquela criança, há dois mil anos, foi um ato de Amor ao homem, pois a partir de sua chegada à Terra iniciou-se seu sofrimento por nós.

É tempo de Natal...

Vamos iniciar o cultivo, em nossos corações, do amor a nossos semelhantes, às plantas, aos animais, à Terra e ao Cosmos, pois deles todos somos irmãos perante o Pai único. Que isso aconteça a cada dia, a cada instante, sem a necessidade de nos valermos de datas especiais para nos redirecionar em nossa caminhada. Foi isso e somente isso que nos ensinou o Menino-Jesus...

Tão pouco...e tão infinito!

Feliz Natal!


Eu volto!

Andréa

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Tirando a poeira!


Um mês sem dar notícias por aqui, mas foi só correria mesmo. E muito cansaço! Semana retrasada Thabata começou com um febrão que não passava, indo a hospital, ouvindo que o pulmão estava limpo, mas fui ficando numa agonia danada. Estou acostumada a não baixar febre, tendo sido criada à base da homeopatia, mas uma febre constante de 39,3º a 39,8º dias a fio, assusta! Por fim, acabei conseguindo marcar um médico particular. Mas até isso foi difícil, muitos com agenda lotada até o fim do ano! Conclusão? Internação imediata: pneumonia braba! :(

Ficou lá de sexta à noite até domingo à tarde, quando o médico finalmente a liberou para tratar em casa. Com a condição de ir duas vezes ao dia até o hospital tomar as injeções. Só um detalhe: ela tem 16 anos, é menor... precisa de alguém junto para assinar! Ou seja... EU! :( Para completar, era a última semana de reposições do horário da greve no banco, então estava indo mais cedo. Ou seja... para Thabata tomar a injeção de manhã, precisava sair ainda mais cedo! Uaaaaaaaaah!!!

Mas tudo bem, passou. Sexta-feira uma nova chapa mostrou um pulmão praticamente limpo!!! :-D O tratamento continua mais uma semana, mas agora sem injeções, bem mais "light"! Ainda assim, este final de semana foi dureza de engatar... um cansaaaaaaaaaaaaaaaaço que parecia não acabar! Respeitei o corpo, dormi até mais tarde, mantive um ritmo mais sossegado.

E agora... vou comer alguma coisa e deitar cedo, que amanhã tem trabalho de novo!!! Para terminar, um texto do meu pai, que mostra um pouco sobre seus pensamentos e crenças, e que tem tudo a ver comigo também:

"Hora do Encontro"
(Ronaldo Tikhomiroff)

Todas as tendências filosóficas ou esotéricas sérias têm se manifestado nesses últimos tempos sobre as grandes mudanças que advirão com a chegada da Nova Era, ou Era de Aquário. Estas mudanças, em têrmos materiais e em têrmos espirituais, levarão - dizem os propagadores da Nova Era - a um novo homem, preparado para assumir seu papel cósmico na Nova Terra.

Verdade ou não, constata-se uma grande fase de mudanças no homem moderno. Mudanças de comportamento, mudanças de sentimento, numa inquietude cada vez mais tangível. O homem do século XX, quase XXI, com toda a tecnologia ultra sofisticada, alcançada por sua mente cada vez mais desenvolvida, se curva ao seu interior e passa a ouvir sua inspiração. Algo não foi resolvido. Algo que o incomoda e que, vez por outra, o coloca em conflito consigo mesmo. Algo que vem de dentro de seu ser.

Por mais cético que seja, é chegada a hora do ser humano se encontrar com seu verdadeiro elo perdido. Perdido em suas origens, esquecido por milênios, porém real. Suas origens o chamam para sua verdadeira identidade, transcendental, cósmica, divina.

A figura de Deus, criada pela mente humana e manipulada por tantos, já não satisfaz ao ser humano. Da mesma forma que o estudo da tabuada de somar não atrai o secundarista, as “historinhas” do Deus que castiga sua própria criação, o Deus que nos criou para que passássemos uma “temporada” na Terra, sofrendo as agruras da vida, sem nenhum sentido, que nos legou o dom do livre-arbítrio sem nos indicar claramente como nos portar, levando-nos a cometer “pecados” a cada instante, que nos deu um cérebro e
uma mente privilegiada mas nos chama de imbecis por tudo o que fazemos, não pode mais acalentar o coração do ser humano. Simplesmente porque Deus é muito mais do que essa figura mesquinha e pequena inventada ou deturpada pelo próprio homem. Na verdade, a ideia do “homem criado à imagem de Deus”, deveria ser interpretada como “Deus criado à imagem do homem”, pois foi o próprio homem quem criou tal ideia.

A busca do verdadeiro Deus, a busca da verdade única, não pode ser universalizada pois cada um de nós deve buscar dentro de nós mesmos a NOSSA verdade, o nosso Deus, ou melhor, uma minúscula partícula do Deus único, cósmico, pois somos todos parte do infinito, da Energia Suprema. Uma minúscula partícula, porém grande bastante para nos dar a certeza de nossa existência. Somente aí encontraremos a verdadeira
Fé.

Como bem diz Albert Einstein, em seu livro “Como Vejo o Mundo”, todas as religiões criadas pelo homem se voltaram para a religião-angústia (homem primitivo) ou para a religião-moral (homem civilizado), traduzindo a idéia de Deus pela imaginação do homem. Aí está a falha de todas elas: porque o receio de ultrapassar o conceito de um Deus antropomórfico, cuja existência carreia todas as falhas humanas? Se o homem só consegue explicar aquilo que conhece, como pode querer explicar a ideia de um Deus tão superior a seus conhecimentos? Se o homem ainda está em busca da origem de seu próprio Universo, como explicar a origem desta origem?

Somente procurando nosso vínculo cósmico, divino, poderemos sentir a certeza e a alegria da existência de nosso Criador. E este vínculo está dentro de nós mesmos. É preciso escutar nosso Eu Interior, nossa aspiração íntima, sem censuras de nosso mental ou de nosso emocional. A liberação do livre-arbítrio, manipulado pelo mental/emocional, e a aceitação do comando de nossa aspiração, torna-se, portanto, o caminho mais curto para o encontro com nosso elo perdido. Não se trata, obviamente, de nos tornarmos mortos-vivos ou robôs, mas sim de reconhecermos e atendermos àquela voz que nos chama a tanto tempo e que teimamos em não escutar. Estarmos livres finalmente para seguir a Lei Cósmica.

Se dermos ouvidos à nossa voz interior, se nos deixarmos levar por nossa verdadeira identidade, começaremos a nos sentir muito mais importantes, verdadeiros participantes da maravilhosa obra da evolução cósmica. Passaremos a entender o nosso papel e a aceitar os desígnios divinos, pois estaremos inseridos definitivamente no processo evolutivo.

É chegada a hora do encontro.

Eu volto.

Andréa

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