E o ano que não tinha fim... chega ao fim!


Pois é... finalmente chega a hora de 2015 se despedir! Um ano difícil para muitos, tanto que era comentário meio que geral o fato de parecer não acabar nunca! :D Mas acabou, afinal! Daqui a algumas horas ele se despede de vez e abre espaço para um novo começo, para novas esperanças! Como bem escreveu o grande Drummond:
"Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. 

Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. 

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente."
É bem isso. A cada "virada de ano" temos a sensação de recomeço, de novas oportunidades, novos sonhos... por mais que seja psicológico, a sensação de alegria, a explosão conjunta com os fogos, é real. A gente começa o ano novo de alma lavada, dando por encerrado um ciclo para iniciar outro, e sempre esperando que seja muito melhor! ;)

Então, deixo para vocês a "Receita de Ano Novo", também de Drummond:

     Para você ganhar belíssimo Ano Novo
     cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
     Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
     (mal vivido ou talvez sem sentido)
     para você ganhar um ano
     não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
     mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
     novo até no coração das coisas menos percebidas
     (a começar pelo seu interior)
     novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
     mas com ele se come, se passeia,
     se ama, se compreende, se trabalha,
     você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
     não precisa expedir nem receber mensagens
     (planta recebe mensagens?passa telegramas?).
     Não precisa fazer lista de boas intenções
     para arquivá-las na gaveta.
     Não precisa chorar de arrependido
     pelas besteiras consumadas
     nem parvamente acreditar
     que por decreto da esperança
     a partir de janeiro as coisas mudem
     e seja tudo claridade, recompensa,
     justiça entre os homens e as nações,
     liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
     direitos respeitados, começando
     pelo direito augusto de viver.
     Para ganhar um ano-novo
     que mereça este nome,
     você, meu caro, tem de merecê-lo,
     tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
     mas tente, experimente, consciente.
     É dentro de você que o Ano Novo
     cochila e espera desde sempre.


Que no próximo ano sejamos mais tolerantes, mais amorosos, menos juízes da vida alheia. Que saibamos a respeitar a opinião e a postura de nossos semelhantes, sem tantas críticas, sem nos sentirmos "donos da verdade", sem tanto "mimimi". Que aprendamos a olhar a diversidade com compreensão, aceitação, respeito. Que a inclusão deixe de ser pauta de discussão e se torne realidade. Que os direitos de todos a uma vida digna, plena, seja respeitado. :D 

Um FELIZ 2016 a você e sua família! Que seja um ano de prosperidade, de sonhos realizados, de muita saúde, muita alegria e muito, muito, muito AMOR!

FELIZ ANO NOVO!!!

Eu volto.

Andréa

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Vamos celebrar!!!


Amanhã comemoramos o aniversário de nascimento do Cristo! :D É hora de elevarmos nosso pensamento para lembrar dAquele que veio nos falar de AMOR. Amor de verdade, universal. Amor sem limites, sem preconceitos, sem escolhas. Sentimento tão em falta hoje em dia... tenho falado tanto nisso... que tal aproveitarmos a data para relembrarmos as Suas palavras, as Suas lições, e passarmos a olhar nossos irmãos com mais tolerância e com menos julgamento? 

Antes de pensarmos na ceia, nos presentes, que tal uma oração para agradecermos pelas bênçãos recebidas ao longo do ano? ;) Por mais provações que tenhamos passado (e foi um ano bem complicado para muita gente, em vários sentidos), certamente temos MUITO a agradecer! Cada prova nos traz uma lição, um aprendizado. Cada queda traz uma guinada, um impulso para crescermos ainda mais. Cabe a nós, claro, usar nosso livre-arbítrio para perceber e fazer uso daquilo que nos é mostrado. Afinal, por mais duro que pareça, tenho certeza que nada é à toa, e que jamais recebemos uma carga maior do que nossos ombros podem suportar. E olha... tenho bastante experiência nesse sentido, hein??? ;)

Vamos celebrar! Que Deus abençoe a cada um de vocês, suas famílias, seus entes queridos. Que a noite seja de festa, mas também de festejar Aquele que veio há mais de dois mil anos para nos ensinar que é o AMOR a chave de tudo.

Deixo para vocês um texto de meu pai.

FELIZ NATAL!!!

Eu volto!

Andréa

É NATAL
(R. Tikhomiroff)
É tempo de renascer...
Simbolizado pelo nascimento do Menino-Jesus -  portador da mensagem divina do Amor Universal - o renascimento das esperanças do homem se faz presente em todos os corações...
É tempo de repensar...
Afinal, de que valeu a vinda do Filho de Deus, exemplo de humildade, pureza de espírito, amor e fé, se o homem o esquece a cada dia? Será necessário fixarmos uma data para que, ao menos uma vez ao ano, nos lembremos de tão sublime Ser?
É tempo de reavaliar...
Nossos atos do dia a dia são coerentes com nossa manifestação de alegria a cada Natal? Será hipócrita esta atitude? Temos realmente devoção ao Cristo se o negamos a cada instante, lutando como verdadeiros animais pela nossa sobrevivência? Onde está a verdadeira Fé?
É tempo de arrependimento...
Aproveitemos este Natal - porque não? - para passarmos a limpo nossa consciência, dita cristã, e nos tornarmos realmente merecedores do sacrifício do Cristo. Nunca é tarde lembrar que o nascimento daquela criança, há dois mil anos, foi um ato de Amor ao homem, pois a partir de sua chegada à Terra iniciou-se seu sofrimento por nós.
É tempo de Natal...
Vamos iniciar o cultivo, em nossos corações, do amor a nossos semelhantes, às plantas, aos animais, à Terra e ao Cosmos, pois deles todos somos irmãos perante o Pai único. Que isso aconteça a cada dia, a cada instante, sem a necessidade de nos valermos de datas especiais para nos redirecionar em nossa caminhada. Foi isso e somente isso que nos ensinou o Menino-Jesus...
Tão pouco...e tão infinito!
Feliz Natal!

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Respeitar a linguagem é respeitar o outro


Estou prometendo este texto há tempos... se eu fosse escritora estaria (mais) falida! Vejo e revejo os textos tantas vezes, corrijo, altero, mudo... é um processo longo até eu achar (mesmo sem ter muita certeza) que está bom e decidir publicar. :D Insegura? Exigente demais? Um pouco de cada, talvez... :P

Comecei a escrever este texto por causa de comentários que me incomodam profundamente, vindos de pessoas amigas até (e não são por maldade, apenas costume) sobre seus filhos com deficiência. Muitas vezes estas mães se referem a si mesmas como "mães especiais". Não duvido que o sejam, mas acredito sinceramente que todas as mães que amam seus filhos (com ou sem deficiência) e que batalham por eles, por seus direitos, são especiais. A missão de cada uma (de cada um) é única, cheia de percalços, não é o fato de ter um filho com deficiência que vai fazer ninguém melhor que o outro, e sim as atitudes perante a vida, as dificuldades, as possibilidades. ;) 

Afinal, uma mãe solteira, que cria sozinha seus filhos (ainda que não tenham deficiência), não é também especial? Uma mãe que batalha para tirar seu filho das drogas ou das más companhias (e não se iludam, ninguém está livre disso) não é também especial? Uma mãe analfabeta, que luta para ver seu filho formado, não é também especial? Uma mãe que tem um filho com bronquite, diabetes, cardiopatia, câncer, que tem que lutar pela saúde de seu filho diariamente, não é também especial?

Mas o que me incomoda, de verdade, é quando as mães se referem aos seus filhos com deficiência como "meu filho especial"... porque invariavelmente me lembro do questionamento do filho de uma amiga, ao vê-la falar desta forma de seu irmãozinho: "mãe, por que só ele é especial? Eu não sou?" O que se responde a uma criança nessa situação? Todo filho é especial, sejam quais forem suas necessidades, poxa! :( Imagina como se sentem os irmãos dessas crianças... uma criança, independente da sua condição física ou genética, é uma criança e é assim que deve ser tratada. Diferenciar as crianças com deficiência das demais só aumentará o preconceito e a discriminação. Afinal, se os próprios pais a distanciam, como podem pretender que os outros olhem para ela sem piedade?

Entenda: não estou falando de ignorar a deficiência ou as diferenças que ela traz, mas de se tratar a criança com deficiência da forma mais comum quanto for possível dadas as suas condições. De permitir que ela viva com as outras da forma mais natural possível, que conviva, brinque, corra riscos. Que ela seja exigida para que possa se superar (como qualquer um, aliás). Que ela seja desafiada. Que não fique encarcerada numa redoma de vidro como um ser estranho que deve ser admirado de longe. A deficiência jamais deve vir à frente da pessoa. O indivíduo é o mais importante, não a sua deficiência! Como diz meu amigo Fábio Adiron, "a inclusão começa em casa"! Pense nisso! ;)

E já que comecei a tocar no assunto "linguagem", não há como não esbarrar no tal do "politicamente correto" que é tão atacado hoje em dia. É claro que tudo que é exagerado perde o sentido, mas na verdade o que se espera é que as pessoas sejam tratadas com respeito, independente de suas características. E vale para tudo! A pessoa que usa óculos não é "quatro-olhos", a que está acima do peso não é "balofa", a que está abaixo do peso não é "varapau". ;)

Não há problema em falar que uma pessoa é negra, mas se começar com "escurinho", "pessoa de cor", ou termos ainda mais chulos que vemos diariamente, a coisa muda de figura. Pense: por que as pessoas dizem "bonito aquele rapaz negro" ao invés de "bonito aquele rapaz"? Alguém diz "bonito aquele rapaz BRANCO"??? Então por que é preciso destacar a etnia quando a pessoa em questão é negra? :/

Se uma pessoa é gay, este é o termo correto, podendo até ser homo, bi, transexual, mas não "boiola", "sapatão", ou outros termos ainda piores. Se a pessoa é cega, pode-se usar este termo normalmente, assim como "deficiente visual", mas não é "ceguinha", né? O surdo, ou deficiente auditivo, não é "surdo-mudo", pode apenas não ser oralizado por ter nascido surdo e não ter desenvolvido a oralidade. A pessoa com deficiência física, que pode ser identificada (se for o caso e não apenas como um rótulo) como cadeirante, não é "aleijada". Não se usa mais, sequer, o termo "portador de deficiência". Quem porta algo pode deixar esse algo em qualquer lugar, e isso não ocorre com a deficiência. Portanto, o correto é dizer que a pessoa TEM deficiência. Simples assim. ;)

Percebe que não precisa um esforço tão gigantesco, que basta respeitar o outro? Entrando em um campo um pouco mais nebuloso, o da deficiência intelectual (e não mais mental, para não confundir com as doenças mentais que são totalmente diferentes), encontramos uma série de termos pejorativos que são usados comumente pelas pessoas como forma de depreciar o outro, ou (o que é pior) como xingamentos mesmo. É o caso de "mongoloide" e "retardado"...

Há muitos anos, as pessoas com síndrome de Down eram chamadas "mongoloides" devido à semelhança de suas características físicas com as das pessoas nascidas na Mongólia. Era o termo que constava na ficha do homeopata de minha mãe (comentei a respeito aqui) e, mesmo, no grupo espiritualista onde comecei meu contato com estas pessoas. Só que o termo passou a ser usado de forma muito depreciativa, como adjetivo para pessoas incapazes. Não à toa, as próprias pessoas com Down não o aceitam mais, e continuar a utilizá-lo é forma grave de ofensa a todas elas, mesmo que o termo seja direcionado a uma pessoa sem Down. 

Só para terem uma ideia da extensão disso, há alguns anos um apresentador da MTV, no programa de maior audiência da emissora, "brincou" com um colega chamando-o de "mongoloide". A reação foi imediata! Os jovens com Down que assistiam à MTV ficaram indignados, e com razão! A MTV recebeu uma enxurrada de mensagens de repúdio, dos jovens, dos pais, dos grupos de apoio, e acabou gravando pequenos esquetes com jovens com Down falando dos mais diversos assuntos (profissão, política, hobbies, etc.) para exibir ao longo de sua programação, como forma de se retratar.

Com relação ao "retardado", que as pessoas usam como se fosse água, e que afeta não só às pessoas com Down mas a todos aqueles que têm algum tipo de deficiência intelectual, a coisa é tão séria que existe todo um movimento para banir de vez por todas a "palavra com R". Dê uma espiada aqui. ;)

Ou seja, antes de considerar o "politicamente correto" mera chatice, pense se você gostaria de ser chamado daquela forma ou se iria se sentir ofendido. Antes de fazer uma piada, veja se ela é realmente engraçada ou se apenas está disseminando alguma forma de preconceito. Antes de colocar um apelido em alguém, veja se ela vai curtir, se vai achar carinhoso ou engraçado, ou se vai se aborrecer com ele. CLARO que todos cometemos erros, mas se nos mantivermos alertas, cada vez isso acontecerá com menos frequência! Será que é pedir demais? Será que existe alguém tão perfeito assim, que seja capaz de escapar incólume de toda forma de depreciação, de falta de respeito?

"Quem de nós é um ser humano exemplar, quem de nós não tem espelho pra se olhar, quem de nós é capaz de atirar a primeira pedra sem se machucar?" (Álvaro Socci/Claudio Matta)

Só para terminar, esqueça um pouco o termo "normal". Afinal, o que é ser "normal"? Qual o parâmetro? Quem pode decidir isso? Então use, sem medo de errar, "comum", "regular", "típico" e, no caso de pessoas, "sem deficiência" basta como definição.

Prestar atenção na linguagem é respeitar o outro, é tratar o outro como queremos ser tratados. É perceber que ninguém é melhor que ninguém. É olhar o outro com olhos de amor e de igualdade, e não de crítica ou superioridade. Não é difícil, basta prestar um pouquinho de atenção. Vamos tentar? ;)

Eu volto.

Andrea
(e não se esqueçam da campanha do Passo a Passo! Eles precisam MUITO da sua ajuda!)

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