Pelo fim da "R-word"



Você já ouviu falar na "R-word"? É assim que um movimento mundial, cada vez maior, se refere à palavra "retardado/a", buscando eliminá-la de nosso dia-a-dia. "Ai, lá vem os politicamente corretos novamente!" "Ah, mas o mundo anda muito chato!" "Mas qual o problema, gente? As pessoas se ofendem por nada!" Será?

Primeiro de tudo, você já parou para refletir sobre o que se trata o "politicamente correto", antes de criticá-lo tão veementemente? Eu até concordo que tudo que é excessivo perde o sentido, mas o que se chama de "politicamente correto" é uma tentativa de respeitar a diversidade em todas as suas formas. Respeitar o outro, da mesma forma que queremos ser respeitados. Você gostaria de ser motivo de piada, muitas vezes em rede nacional, por causa de uma característica sua? Então por que os outros têm que aceitar "numa boa"? Mesmo que não falem diretamente de você, será que uma piada sobre "loura burra" não atinge em cheio as mulheres louras (e inteligentíssimas), fazendo com que se sintam diminuídas apenas pela cor de seus cabelos? Óbvio que tem pessoas que não ligam, que até participam da brincadeira, mas tenho certeza que muitas se incomodam e fingem que não, apenas para não bancar as "chatas certinhas".

Vale para tudo, o negro (e não a pessoa "de cor", "escurinha", ou outros termos ainda mais chulos que ouvimos por aí), o gay (e não "boiola"), a pessoa com excesso de peso (e não o "balofo"), a que é ou está muito magra (não "varapau"), a que usa óculos (não "quatro-olhos"), e por aí vai. Até porquê, muitas vezes o uso destes termos serve apenas para colocar a característica à frente da pessoa. Como questionei uma vez: porque falar "bonito aquele rapaz negro" ao invés de "bonito aquele rapaz"? Alguém fala "bonito aquele rapaz BRANCO"? 

No caso das pessoas com deficiência isso se torna ainda mais grave, porque estes rótulos são, muitas vezes, mais limitantes do que as próprias deficiências. A pessoa que usa cadeira de rodas pode, de modo geral, ser identificada como "cadeirante", mas nunca como "aleijada". A que tem deficiência visual é, em alguns casos, cega (mas não "ceguinha"), a que tem deficiência auditiva pode ser surda (e não "surda-muda", na maior parte dos casos), a pessoa com deficiência intelectual tem uma deficiência ou uma síndrome, como a síndrome de Down (mas em hipótese alguma é "retardada", "doentinha", "mongolóide"). Aliás, este último é um termo que se pode, ou melhor DEVE, abolir do linguajar, né?

O termo "mongolóide" foi usado por muito tempo para se referir às pessoas com síndrome de Down, porque faziam um paralelo entre a fisionomia destas pessoas e aquelas nascidas na Mongólia. Só que, enquanto a ciência avançava e mudava a nomenclatura e a forma de ver estas pessoas, o termo passou a ser usado de forma ofensiva, pejorativa, como sinônimo de incapacidade. Hoje, as pessoas com síndrome de Down não gostam de ser chamadas desta forma. Claro! Quem gosta de ser chamado de incapaz? Então, continuar a usar este termo, mesmo que se dirigindo a outra pessoa, é ofensivo para todas as pessoas com síndrome de Down! Será que entendendo isso, você continua achando que realmente as pessoas se ofendem por nada?

Voltando ao tema principal deste texto, a tal "R-word"... eu já vinha ensaiando um texto sobre ela, mas na correria diária vai passando, passando... até que há alguns dias eu li no Facebook de uma amiga o seguinte relato: "O preconceito nunca vai acabar. Esta semana Rita, na farmácia onde trabalha, foi atender uma senhora, e a mulher afastando-se dela, disse com grosseria: 'Não quero ser atendida por uma retardada, quero ser atendida por outra pessoa'".

A Rita, a que o relato se refere, é minha querida Rita Pokk. Moça inteligente, independente, atriz, casada há 13 anos com o Ariel Goldemberg e que, por acaso, tem síndrome de Down. (Quer conhecê-la? Assista ao programa da Eliana do último domingo!) Foi por esse "cromossomo a mais" que a cliente achou que tinha direito de usar a tal "R-word" e ofender a Rita! Claro que não posso concordar com isso, e a vontade de escrever sobre essa palavrinha voltou com tudo! O uso dela é ainda mais grave do que "mongolóide", porque afeta todas as pessoas com deficiência intelectual, e não somente aquelas com síndrome de Down. 

É preciso que se entenda que a pessoa que tem deficiência intelectual pode aprender de forma mais lenta, ou precisar que se explique mais vezes o mesmo tema, o que até se entende por retardo, mas isso nada tem a ver com incapacidade. Elas podem aprender, e aprendem de fato, se lhes for dada oportunidade para isso. Esse "retardo" é uma característica apenas da deficiência intelectual, e não a forma de identificá-la. Rotular uma pessoa com deficiência intelectual de "retardada" é minimizar toda a sua capacidade, é destruir todas as suas outras características, todas as suas qualidades, nivelando-a por baixo. E, pior: nivelando-a pela expectativa mais pessimista possível. A partir do momento em que se coloca um rótulo com este peso sobre uma pessoa, tira-se dela todas as possibilidades de vitória, de conquistar seu espaço. É justo isso?

"Ah, mas eu não uso para essas pessoas, mas para aquelas que fazem alguma coisa muito sem noção!" Ok, mas o simples fato de usá-la desta forma mostra que a considera ofensiva! É essa a finalidade básica da palavra, não se trata de um elogio a ninguém, concorda? Portanto, se você faz uso desta palavra, se considera que um intelecto um pouco mais lento do que o seu é motivo de ofensa, está, por tabela, ofendendo a todos aqueles que têm deficiência intelectual! Simples assim!

Percebe agora? Acha mesmo que "tudo bem" continuar usando essa palavra por aí?

Então vou lançar aqui um desafio: que tal aproveitar hoje, Dia Internacional da Síndrome de Down (dia 21/03, em alusão à trissomia do cromossomo 21) para homenagear a Rita e todas as pessoas com síndrome de Down ou outra deficiência intelectual, abolindo de uma vez por todas a tal "R-word" do vocabulário? Mesmo que vez ou outra você ainda "escorregue", vale a tentativa! Quanto mais se policiar, menos vezes falará! Quem topa?

Mais ainda: que tal ajudar a disseminar essa ideia? Compartilhe este texto, o site "Spread the world to end the word" ou, mesmo, o vídeo para que mais e mais pessoas tomem consciência e parem de utilizar essa palavra! Quando ouvir alguém dizê-la, procure explicar os motivos para a pessoa não usar mais. Posso contar com sua ajuda?

Aos meus queridos de olhos amendoados, todo meu amor no dia de hoje, esperando que esta comemoração ajude a tirá-los, cada vez mais, da invisibilidade, trazendo a todos respeito aos seus direitos de estudar, trabalhar, namorar, ter uma vida plena, autônoma e digna. 

Eu volto!

Andréa

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Fim de ciclo


Há algum tempo comentei aqui sobre a reestruturação pela qual o banco está passando, e o que isso acarretou para mim. Perdi o cargo e, para garantir meu salário, precisava me realocar (ou ascender de função) o mais rápido possível. Isso tornou o início do ano beeeeeeeem tumultuado, tanto que tirei férias e não arredei pé daqui. Fiquei atenta às notícias, cheguei a ir à agência quando abriram possibilidade de ascensão, para poder concorrer desde o começo a todas as vagas possíveis, como comentei na última postagem do blog.

Mas, as férias acabaram, voltei ao trabalho, e apesar de meus esforços, fui vendo as vagas se acabando e eu na incerteza do que aconteceria. Batalhando, sempre! Desistir é palavra que não existe no meu dicionário, mas o emocional ficou muito balançado, por tudo que já comentei: essa incerteza toda, unida às dificuldades financeiras. Os scraps estão parados, não tenho mexido na loja... cadê cabeça? Gregório tem me ajudado muito a segurar tudo, de verdade. 

Só que sou filha de Ronaldo e Solange, né? Então, todo dia dava entrada no ponto e começava a olhar as vagas. Riscava as que tinham sido preenchidas, colocava meu nome nas que abriam, mandava email me apresentando, e torcia. Muito. Cheguei a ser chamada para uma entrevista, em Jundiaí, que seria perfeito... mas éramos nove "ex-"assistentes, todos com cargos perdidos na reestruturação, e apenas uma vaga. Não deu. E não havia mais vagas na região, para cargo nenhum que eu estava buscando. Restavam algumas - poucas, pouquíssimas - fora daqui. Continuei concorrendo.

E então, dia 08/03, dia da mulher, cheguei à agência e o gerente me perguntou: "e aí? Já está sabendo?" "Oi??? Sei de nada, nem dei entrada ainda!" "É que parece que você está nomeada em um lugar aí!"


Assim, sem aviso, sem contato algum, consegui minha realocação! Vou para a Agência Santana, em São Paulo! YES! Povo de Sampa, estou voltando!!! Dia 10/04 tomo posse na agência, ou seja, passarei meu aniversário em... Sampa!

Não vou mentir, eu vinha sentindo que era isso que ia acontecer. Faz 20 anos que saí de São Paulo rumo ao interior, em Serra Negra, e de repente o ciclo está se fechando e é hora de voltar. Por isso concorri às vagas que surgiram, e deixei o caminho aberto para o que tivesse que acontecer. Se fosse por aqui, ótimo. Se fosse em São Paulo, ótimo também.

Mas eu confesso que a ficha ainda está caindo, e a cabeça está a milhão. Providências demais a tomar, casa para alugar, casa para entregar (e tem que pintar, ajeitar antes), ai! O ideal é conseguir tomar posse na nova agência já morando em São Paulo, mas não há como ter certeza ainda, estamos em busca. A esperança é que, estando em São Paulo, as meninas consigam trabalho, eu consiga daqui um pouco subir de cargo, consiga lecionar também à noite... e com isso equilibraremos o lado financeiro de uma vez por todas. Chega! São seis anos de batalha em cima de batalha, já deu!!! Eu preciso, e acredito que mereço, um pouco de paz na minha cabeça, né???

O alugar tem outra complicação... caução ou fiador? Estou péssima de grana, como já comentei, a caução da casa em que estou servirá para colocá-la em ordem para poder entregar. Sei lá SE sobra algo, nem quanto. Mas certamente não cobre a nova caução. Fiador? Ô coisa chata de se pedir... e de se aceitar, né? Tem que confiar MUITO! (alguém aí se habilita???) Mas, vamos confiar, porque se os sinais apontam este caminho, ele há de estar aberto e todas as dificuldades cairão por terra.

A parte melhor de tudo, claro, é a proximidade de tantos amigos! A facilidade de encontrá-los, de participar de tudo aquilo para o qual me convidam e sempre acabo precisando recusar. Então, preparem-se... ESTOU VOLTANDO!!!

A todos de Itatiba, da cidade e do banco (que tem funcionários de Jundiaí também), que me receberam com tanto carinho, só tenho a agradecer! Minha casa estará sempre aberta para recebê-los, e Facebook está aí para ajudar a manter contato! Não irei esquecê-los jamais!!!

Só como curiosidade, dia 08/03 tem uma simbologia interessante para mim, no banco. Foi meu primeiro dia de trabalho em Amparo, ainda em 2010. Foi meu último dia de trabalho em Amparo, em 2013 (assumi em Itatiba dia 11/03). E foi o dia dessa nova nomeação. Coincidências???

Eu volto! 
(Logo, de verdade... tem postagem prontinha, mas eu precisava contar as novidades primeiro!)

Andréa

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Por um ano com mais empatia, compaixão, AMOR!


Janeiro passou como um raio, e eu nem consegui dar uma chegadinha aqui... mas tirei 20 dias de férias, e aproveitei ao máximo um molequinho lindo, fofo e gostoso! :D Até surgiram ideias (não descartadas) para novos textos, só que acabei preferindo curtir bebê mesmo... :P E valeu, viu? O que ele desenvolveu este mês não foi brincadeira! Rompeu o primeiro dentinho, só quer saber de ficar em pé, adooooooooooooora música (e dança, e bate palma!), está comendo de tudo (e bicando do que estamos comendo também), uma delícia! Ainda assim consegui finalizar o Projeto 52 de 2016 e iniciar o de 2017! E ainda retomei o projeto Pedaços, tentando criar um novo scrap de frases ou trechos de música por semana. Tenho conseguido postar coisa nova todos os domingos, vamos ver se vai dar certo assim! Mas os álbuns já estão atualizados! Inclusive o menu superior já direciona ao Projeto 52 de 2017 e o de 2016 foi para o menu lateral.

Durante o período de férias, também, prestei novamente o seletivo aqui em Itatiba, para continuar lecionando (ao menos enquanto a situação no banco não se define) e fui aprovada em 10º lugar. Ou seja, DEVO conseguir! Já ajuda a dar uma aliviada no financeiro, porque a coisa está FEIA, como comentei no último post! E nesse período foi aberta finalmente a possibilidade de ascensão no banco, ao invés de apenas realocar na lateralidade, como estava sendo até então. Estive, então, na agência, e verifiquei as vagas abertas para poder concorrer. Afinal, se precisar mudar de cidade, melhor que seja galgando mais um degrau, né? Já estou com a "cabeça feita" de que dificilmente poderei permanecer em Itatiba, e que muito provavelmente terei que voltar para a capital. Não era minha intenção, nem é a minha solução preferida, mas também entendo que posso estar fechando um ciclo de 20 anos (fomos para Serra Negra em fevereiro de 1997). E, claro, tudo tem seu lado positivo, voltando para São Paulo estarei mais perto dos amigos, as meninas terão melhores oportunidades de emprego, enfim... Deus sabe como faz as coisas, e eu tenho muita Fé (Valeu seu Ronaldo! Valeu, dona Solange!) de que o melhor vai acontecer em nossas vidas! TEM que acontecer! ;) 

Para retomar a escrita aqui no blog, resolvi voltar a falar de um tema que já escrevi mas continua me incomodando MUITO... a falta de empatia que se vê por aí hoje. Quanto veneno, quanta mesquinharia, quanta crueldade, quanto ódio sendo destilado, em especial na internet. Hoje, com o falecimento de d. Marisa, esposa de Lula, mais uma vez se multiplicaram os comentários maldosos, tanto nas redes sociais quanto nas matérias de sites de notícias. No dia em que ela foi internada eu até comentei sobre isso no meu Facebook. No mesmo dia, aliás, houve um caso envolvendo a menina Sophia, que morreu vítima de bala perdida. Uma professora fez uma postagem classificando o ocorrido como "justiça divina" porque seu pai era policial. Esta mesma professora, aliás, já tinha se envolvido em polêmica anterior, ao comemorar a morte de um jovem de classe média/alta em um acidente de lancha. Recentemente, com o acidente envolvendo o time da Chapecoense, houve uma página no Facebook soltando posts (pseudo humorísticos) falando do medo de acidentes de avião, mostrando imagens deles dentro do avião antes e depois do acidente... para quê? Para ganhar uns "likes"? o.O 

Sabem? Eu fico pensando o que aconteceu com o sentimento das pessoas... como pode alguém, em sã consciência, VIBRAR, ficar FELIZ com um acidente, uma doença ou com a morte de alguém? Caramba! Estamos falando de seres humanos! Gente como nós, com qualidades e defeitos! SIM! Gente como NÓS. GENTE! 

Por pior que a pessoa seja/tenha sido, ou por mais que tenhamos algo contra um familiar seu, desejar o mal de alguém, ou comemorar o sofrimento de alguém é muito baixo! Independente do que a pessoa fez, se agirmos da mesma forma estamos então nos nivelando por baixo, estamos nos equiparando à pessoa que consideramos errada! Um erro justifica o outro? Além do quê, quem somos nós para determinar o que o outro merece? Sabemos qual foi o seu esforço em cumprir aquilo que lhe era destinado nesta encarnação? Será mesmo que nós estamos fazendo o nosso melhor? Somos perfeitos, por acaso? Julgar os outros é muito fácil... mas e os nossos próprios erros? Como podemos afirmar, de forma categórica, que jamais agiríamos como aquela pessoa, sem termos vivenciado a sua história?

É uma falta de empatia, de compaixão, de amor ao próximo, assustadora! Fruto da intolerância que anda imperando por aí, e que já foi tema de texto aqui no blog em algumas ocasiões. Não se aceita mais uma opinião contrária, não se aceita mais que se pense diferente, tudo é motivo de discussões, de "acabar a amizade". 

Não estou aqui dizendo que temos, necessariamente, que SOFRER com o que aconteceu ao outro, até porquê a gente sente por aqueles que nos são caros ou com pessoas/situações que nos tocam de alguma forma. Foi o caso do time da Chapecoense, foi o caso do Domingos Montagner (que, aliás, também foi alvo de intolerância). Dizer que estamos sofrendo por algo que não nos afeta de verdade é hipócrita. Mas, ao menos, que não sejamos cruéis com quem está sofrendo! Quem está vivenciando a situação merece, ao menos, respeito! A dor é real para aquela pessoa, para sua família. Dizer que alguém "merece" sofrer é ser maldoso ao extremo, talvez até pior do que o tal alguém! Que tenhamos a hombridade de, no mínimo, ficarmos calados! Sabe aquela história de "boca fechada não entra mosquito"? Ou "a palavra é prata, o silêncio é ouro"? Se não temos nada de bom para dizer, que não digamos nada! Não vamos continuar poluindo o planeta com mais energia negativa! 

E, se conseguirmos, que desejemos o bem. Que a pessoa não sofra, que lhe chegue a cura, que siga o caminho dela em paz, que receba Luz, que Deus ampare o coração dos familiares. Coisas simples, mas de uma energia boa poderosa! E boas energias fazem um bem danado ao astral coletivo! Sem contar que... sabem "Lei da Atração"? Pois é... quanto mais desejamos o bem mais atraímos o bem. E vale o mesmo para o mal. Afinal, o que será que desejamos atrair para nossas vidas? ;) 

O ano novo começou há um mês... vamos fazer dele um ano mais amoroso? Espalhar positividade, compaixão, solidariedade, AMOR? É muito mais fácil do que vocês imaginam!

Eu volto!

Andréa

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