Estamos vivendo a era da intolerância... até quando?


Temos assistido, há algum tempo, à explosão da intolerância. É algo que chega a ser assustador, para dizer o mínimo. As pessoas estão, a cada dia, mais e mais centradas naquilo que acreditam ser “bom”, “certo”, “positivo”, “normal” e fecham-se de maneira absurda a qualquer palavra ou atitude contrária, como se fossem detentores da verdade absoluta.

Vale para tudo. Qualquer frase, por mais inocente que seja, pode ser o gatilho para uma discussão acirrada, muitas vezes visivelmente cheia de ódio, deflagrada por alguém que pense diferente. E quando eu falo que vale para tudo, é tudo MESMO: desde uma “simples” discussão sobre futebol, passando por educação de crianças com ou sem castigo físico, adoção x compra de animais, alimentação vegana x onívora, roteiro de passeio ou viagem, adoção de crianças por gays... nada escapa! Se o assunto for política... aí virou terreno minado, alvo das maiores brigas, dos maiores rompimentos.

Sem contar, claro, os temas que envolvem preconceito, onde a polêmica toma conta sem precisar de nenhum esforço e expõem traços os mais deploráveis de determinadas pessoas: nordestinos, negros, pessoas com deficiência, diferentes religiões, orientação sexual. E esta última, então... é “nitroglicerina pura” como se diz!

A impressão que dá é que estamos saindo do “liberou geral” para o “tudo é proibido”, como se tudo fosse “oito ou oitenta”. Já escrevi sobre isso há algum tempo, mas a coisa vem piorando assustadoramente. E o problema maior é que se interfere nas liberdades fundamentais de cada um. Afinal, ao se considerar apenas UMA opção como correta, exclui-se todas as demais. CLARO que não estou falando aqui de crimes, mas para estes existem a polícia, a justiça para cuidar.

Após tanta liberdade, e especialmente após um período extenso de governo petista (o “culpado” de praticamente tudo de errado que as pessoas apontam), parece que as novas gerações resolveram “fechar as portas” de vez, em busca de um conservadorismo extremo, querendo até controlar o que os filhos fazem, veem, leem (como se isso fosse realmente possível em plena globalização e com a informação disponível à distância de “um clique”). Pior: como se quisessem colocar os filhos numa redoma, vendar-lhes os olhos, para que não tinham acesso a dados históricos incontestáveis. Chegou-se ao ponto de escolas retirarem a indicação de livros como “Meninos sem pátria” e “Diário de Anne Frank” de seus currículos, a pedido dos pais!

Percebe-se que por muito tempo se aceitou de tudo sem contestação. As crianças passaram a ser educadas à base do “não traumatiza”, tornando-se pequenos ditadores sem seguir regras ou respeitar quem quer que fosse. O sexo se tornou banal, a vulgaridade se tornou regra ao invés de exceção. O uso de drogas cresceu, explodiu, ainda que por outro lado tenha crescido também a preocupação com a alimentação saudável, o fumo e a bebida. Os valores mais básicos foram deturpados de tal forma que agora as pessoas desejam que o governo tome as rédeas e IMPONHA tais valores como obrigações. (até porquê o “culpado”, como eu disse, é o PT – e não, não sou petista, mas também não posso culpar um partido por deturpações que até o antecederam)

Só que as pessoas esquecem que os valores dependem de muitas variáveis. Não há uma verdade única e incontestável. Hoje temos inúmeros formatos de família (quer aceitem isso ou não, é fato), temos diversas religiões (inclusive ateus, o Estado é laico), temos crenças que advêm da vivência, da bagagem cultural de cada um (independente da formação ou falta dela). Então alguém determinar que algo é o “certo” é de uma prepotência absurda, pois só diz respeito à própria realidade.

Vejam o meu caso: minha estrutura familiar, apesar de uma base tradicional (papai, mamãe, filhinhas), perdeu isso há muitos anos, quando minha irmã engravidou da Samara e depois da Thabata, e não se casou ou sequer morou junto com o pai delas. Hoje, eu moro com as duas meninas, cada qual com uma criança (as mães não moram com os pais por motivos que não vêm ao caso). Ou seja, nada de “família comercial de margarina”, ao contrário! Ainda tenho base espírita (mas mais espiritualista, na verdade), sou vegetariana (não vegana), sou hetero, não fumo, não bebo... o que não impediu que Thabata se tornasse dependente química (e nem família “comercial de margarina” está livre disso, diga-se de passagem, antes que alguém fale que é este o motivo).

Então, se fosse me basear pelo que a sociedade estabelece, nem poderia dizer que tenho família! Seria rechaçada por não ser “católica, apostólica, romana”. Se fosse radical, perderia de conviver com amigos que se alimentam de carne e/ou que gostam de beber (será que vale a pena?). Se fosse preconceituosa, deixaria de conviver com amigos que são gays, perdendo momentos agradabilíssimos apenas por não concordar com a orientação sexual deles. Se olhasse apenas “o meu umbigo”, não teria cursado Pedagogia nem me especializado em Educação Inclusiva, pois não tinha nenhuma pessoa com deficiência na família.

O radicalismo e a intolerância vêm, em grande parte, de um se sentir melhor ou com mais direitos do que o outro, seja por que motivo for. Não há como pensar em outra explicação. Por que outro motivo um casal hétero pode andar livremente pelas ruas, demonstrar seu afeto, e um casal homoafetivo não? Por que outro motivo uma criança “dita normal” pode ser matriculada na escola que seus responsáveis desejarem e uma criança com deficiência tem a vaga negada? Por que outro motivo uma pessoa pode falar abertamente de sua crença no Cristo e a outra não pode falar de sua crença nos orixás? O simples fato de não coincidir com o meu pensamento não significa que eu possa, ou que eu tenha o direito de impedir o outro de fazer o que quer que seja.

Quem é melhor que quem? Quem pode afirmar isso com segurança, se todos somos falhos? Na minha opinião, é muita petulância qualquer um se sentir assim, para dizer o mínimo! Remete ao que assistimos no nazismo, onde a raça ariana se considerava pura, superior aos demais, e deu no que deu! (Mas chiiiiiiu... não pode mais falar disso!!!)

Existe, claro, a contrapartida. Ou seja, os excessos por conta do chamado “politicamente correto”. Há que se ter um cuidado imenso ao falar ou escrever qualquer coisa, porque tudo, absolutamente tudo, pode ser mal interpretado ou levado como ofensa a algum grupo de pessoas. Evoluiu-se muito na questão do que é correto ou não, mas existe uma questão cultural que não é possível ser alterada de uma hora para a outra. Muitas vezes a pessoa fala ou escreve sem sequer se dar conta de que aquilo pode ser tomado como algo negativo. Não por maldade, mas por mero costume mesmo. Por exemplo: é comum alguém comentar “bonita aquela moça negra”, mas ninguém diz “bonita aquela moça branca”. Por quê? Não necessariamente é por preconceito, apenas hábito. Por mais que a gente se policie, está sempre sujeito a cometer um erro. Somos humanos, não? Então, se alguém comete uma “falha”, por assim dizer, basta “dar um toque”, falar educadamente, às vezes até de forma privada. Mas as pessoas normalmente já “caem matando”, atacando, como se o outro tivesse cometido um crime! 

Há que se entender, também, que o fato de uma pessoa protestar contra uma postagem, comentário, notícia, que entenda depreciativo para algum grupo de pessoas não significa necessariamente vitimização ou, como gostam de falar hoje, “mimimi”. Há coisas que são sérias, graves, e que devem ser corrigidas, debatidas, para que mudemos conceitos e posturas arraigadas. Mas que isso seja feito de forma coerente, adulta, respeitosa, ou se perde a razão. Um exemplo recente: a Claudia Leitte foi desrespeitada por Silvio Santos durante o Teleton por causa da sua roupa. Ela tentou levar na brincadeira, mas cada vez que ele falava algo apenas piorava a situação, e não apenas direcionado a ela, mas ele generalizou a fala para todas as mulheres. Tem a ver com cultura isso? Tem, sem dúvida. Mas ele é um homem público, de uma visibilidade absurda, sem contar que estava em meio a um evento gigantesco de cunho social. Então, tem que ter MUITO cuidado no que diz. E essa não é a primeira “gafe” que ele comete. Houve um caso recente envolvendo a Maísa, que é funcionária do próprio SBT.

Só que o fato da Claudia Leitte reclamar da atitude dele, veio um monte de gente tentar minimizar o ocorrido por conta de uma fala dela durante o The Voice. Mas, por mais que ela tenha se excedido na ocasião, um erro não justifica o outro. Sabe aquela coisa que mãe adora dizer: “se fulano se jogar do barranco você vai se jogar também”? Pois é. Não é porque outros fazem que você possa fazer. Simples assim. Tem uma frase que gosto muito: “o certo é certo mesmo que ninguém o faça. O errado é errado mesmo que todos se enganem sobre ele. (C. K. Chesterton)” Ou, como diz uma de suas variantes, “o errado é errado mesmo que todo mundo esteja fazendo. O certo é certo mesmo que ninguém esteja fazendo.” No exemplo acima, basta substituir a Claudia Leitte por qualquer mulher que você conheça ou respeite. (Ah, mas não dá para comparar, ela não se vestiria daquele jeito. Não interessa. Homem anda por aí sem camisa, com a cueca aparecendo, e todo mundo acha normal.) Você acharia certo, gostaria de vê-la sendo tratada daquela forma? Duvido. Portanto, a atitude em si não está correta, não interessa a quem foi direcionada. Ponto.

Mas o mais grave (e mais assustador) é, sem dúvida, o discurso de ódio que estas pessoas trazem, querendo impor suas opiniões “a ferro e fogo”, não aceitando que outros sequer pensem de forma diferente ou que tenham se expressado mal. Pessoas que consideram a violência solução para tudo, que acham que “surra” é a solução para qualquer problema relativo à educação de crianças e adolescentes, que afirmam que têm que “metralhar toda a bandidagem”, que generalizam conceitos de forma absurdamente preconceituosa, que consideram quem tenha um pensamento ou postura diversa da sua como inimigo mortal. Eu, sinceramente, não consigo entender o motivo de tanta agressividade.

Eu pouco comento em posts, apenas daqueles que eu sei que têm coerência e que estão dispostos a uma troca saudável de ideias. Praticamente sequer posto sobre temas polêmicos porque não tenho paciência para essas discussões que se tornam inflamadas e desrespeitosas. Escrevo aqui no blog porque gosto de escrever, e é um espaço meu, onde os comentários podem ser moderados para que não haja excessos. 

Respeito é a palavra-chave. Ainda que eu não concorde com algo, não tenho o direito de impedir o outro, de invadir o seu espaço e a sua liberdade individual, de ter uma atitude que não gostaria que tivessem comigo ou com aqueles que amo. No máximo, posso controlar o que ocorre dentro da minha casa, mas eu não tenho como viver em uma “redoma de vidro”, então fora da minha casa cada um tem direito a ter suas crenças e valores respeitados, sim. “Ah mas eu não gosto disso”. Ok, direito seu. Não olhe, não faça, não compartilhe, apenas respeite. Pois se o outro gosta, é a vida dele, ninguém tem NADA a ver com isso. E, certamente, há atitudes, escolhas suas, que os outros também não gostam, mas têm que aceitar e respeitar.

Se as pessoas aprenderem a se respeitar e a conviver com a diversidade, todos viveremos muito melhor, com toda a certeza. Será que é tão difícil assim?

Eu volto.

Andréa

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Empatia... tão em moda, tão em falta!



Hoje em dia vemos muito as pessoas falarem em “empatia”... a palavra virou meio que “lugar comum” nos discursos por aí. Mas será que as pessoas realmente sabem o que isso significa?
Empatia - em·pa·ti·a sf 1 Psicol Habilidade de imaginar-se no lugar de outra pessoa. 2 Psicol Compreensão dos sentimentos, desejos, ideias e ações de outrem. 3 Qualquer ato de envolvimento emocional em relação a uma pessoa, a um grupo e a uma cultura. 4 Capacidade de interpretar padrões não verbais de comunicação. 5 Sentimento que objetos externos provocam em uma pessoa.
Pois é... pelo visto as pessoas não estão sabendo mesmo fazer uso dela, né? Porque, sinceramente, apesar de falarem à beça a respeito de empatia, o que menos se vê é isso aplicado na realidade!

Não estou nem falando apenas sobre as eleições não, ainda que tenha sido chocante o que assisti nestes meses. Eu, novamente, não declarei voto, não participei destas discussões, mas o que mais vi foi um discurso de ódio absurdo e, mais uma vez, polarizado entre petistas e não petistas. Como se o fato de não votar no candidato “x” automaticamente representasse uma declaração de voto no PT (ou vice-versa, igualmente), como se não houvessem outros candidatos. Mas o mais grave não é nem a defesa de um ou outro candidato, e sim o ataque feroz a quem não compartilha da mesma opinião. A agressividade das palavras, o desfazimento de amizades... e isso falando apenas de mundo virtual. No “mundo real” vi coisas bem piores acontecerem. Casos de ameaça, intimidação, agressão gratuita. Mas aí nem é só falta de empatia, mas também (e principalmente) intolerância e radicalismo, dos quais falarei em um próximo texto.

Só que a coisa se torna tão grotesca que o simples fato de não concordar com a postura política faz com que as pessoas desdenhem ou deixem de dar valor a artistas consagrados, como Chico Buarque, Caetano Veloso, que tanto contribuíram para nossa música com letras e canções belíssimas, de uma qualidade irrepreensível. E mais do que isso, minimizam o que eles passaram na época da ditadura militar (que alguns chegam a jurar que sequer aconteceu!), sendo perseguidos, expulsos do país, exilados, pelo simples fato de não concordar com o sistema vigente. Mas NADA é capaz de reduzir o valor incontestável de “Meu caro amigo”, “Alegria, alegria”, “Pra não dizer que não falei de flores”, entre muitas outras. Valor musical e histórico.

Falar que não tivemos ditadura, aliás, é querer passar uma borracha num passado vergonhoso de nosso país, taxando de criminosos todos aqueles que sofreram perseguições, torturas, durante aquele período. É fazer de conta que não tivemos “desaparecidos”, que não houve pais e mães torturados na presença de seus filhos, que não havia medo quanto ao que podia ser dito/falado/ouvido. É querer colocar uma venda nos olhos, como se assim aqueles anos pudessem, simplesmente, desaparecer da história! Pena que não é assim que as coisas funcionam...

O mais engraçado é ver as pessoas defenderem ou atacarem determinado candidato usando a corrupção como argumento, enquanto compram dvd’s piratas ou baixam música da internet, ou quando “molham a mão” do guarda para ele deixar passar uma infração de trânsito, ou quando param numa vaga para pessoas com deficiência (mas é só um minutinho)… o bom e velho “faça o que eu digo mas não faça o que eu faço”!

Sem contar as postagens cheias de preconceito vindas, justamente, daqueles que sofrem preconceito! É a mãe da criança com deficiência que ataca os homossexuais, o homossexual que ataca o candomblecista, ou seja, eu posso ter preconceito contra você, mas não tenha comigo!

Tanto se fala em empatia, mas se abrirmos qualquer notícia na internet e nos arriscarmos a ler os comentários, chega a dar enjoo! Notícias de desaparecimento de criança com comentários julgando os pais (a mãe, principalmente), como se estes merecessem tal sofrimento. Notícias de acidente com comentários afirmando (ainda que não se conheçam os envolvidos) uso de álcool ou drogas. Notícias de violência contra mulheres ou gays culpabilizando as vítimas. Se for uma notícia boa, sempre tem algum comentário menosprezando a conquista ou o acontecimento, como se fosse algo “fácil” ou de menor valor.

Se houver alguém famoso envolvido então... vixe! Piorou!!!! Se for de esquerda, é por causa da lei Rouanet, do PT... se além de tudo essa pessoa estiver doente, ou tiver sofrido acidente, e for hospitalizado, caem matando porque não foi atendido pelo SUS! Fazem comentários cheios de maldade, desejando o pior para a pessoa, como se esta merecesse o ocorrido apenas pelo fato de ser famoso e ter alguma opinião/postura/atitude que fuja do “padrão esperado” (ou que coincida com o da pessoa que comenta)!

Juro que em muitos casos fico com a impressão de que a falta de empatia anda de mãos dadas com a inveja, sabe? As pessoas, ao que parece, se doem porque o outro tem mais condições financeiras, seja porque motivo for. Porque se não for inveja, é pura maldade... não tem outra explicação! Afinal, eu DU-VI-DO que qualquer um em condições financeiras de ter um atendimento em hospital particular irá se submeter ao SUS, por exemplo!

Falta muito as pessoas se colocarem no lugar das outras... e perceberem que não são melhores que ninguém! O simples fato do outro pensar diferente não faz dele uma pessoa ruim, nem o torna seu inimigo. Ao contrário! Nem sempre existe apenas o certo e o errado, muitas vezes existem, mesmo, diversas visões corretas de um mesmo assunto. Então, conversar com quem pensa diferente pode mudar seu ponto de vista, ou ampliar seu olhar para enxergar a questão de outros ângulos (“puxa vida, nunca tinha pensado nisso...”), ou mesmo lhe fazer refletir sobre algo e, de repente, concluir que o outro tinha razão! E não é vergonha nenhuma perceber isso… ninguém é “dono da verdade”, ninguém sabe tudo de todos os assuntos, então uma conversa saudável (e não uma discussão inflamada) é enriquecedora!

Quantas vezes mudamos nossa visão apenas quando vivenciamos uma situação “in loco”? Claro, porque na teoria tudo pode ser lindo e maravilhoso, mas vai viver aquilo “na carne” para saber realmente como é! Existem vários exemplos: a pessoa que recebe um filho com deficiência precisa mudar sua visão a respeito de uma série de coisas, a pessoa que passa por um susto muito grande (como num acidente, uma situação de violência) também, quem se vê em meio a um desastre natural (como eu me vi quando passei pelas enchentes) idem, o recebimento de um prêmio ou uma herança inesperada, da mesma forma. São situações, negativas ou positivas, que nos fazem olhar o mundo de forma diferente, fazem enxergar coisas que antes sequer percebíamos. E isso não é necessariamente ruim, ao contrário.

Então, tentar se colocar no lugar do outro, sentir suas dores, vibrar suas conquistas, é um exercício diário, que todos devemos fazer. É fácil apontar a criança com deficiência com desdém, criticar (ou enaltecer) seus pais, sem no entanto sequer saber algo a respeito do que eles vivem diariamente. É fácil desmerecer uma promoção no serviço, quando não se sabe o quanto a pessoa batalhou por aquele degrau. É fácil ser contra a adoção por gays quando não se é uma criança há anos abandonada num abrigo, à espera de um pouco de afeto. É fácil criticar a pessoa que tem depressão, que de repente até tenta o suicídio, sem ao menos se importar de saber o que a levou a tamanho desespero.

Empatia… é hora de deixar de usar essa palavra de forma vazia e aplicá-la na prática. É hora de parar de enxergarmos o mundo apenas ao redor de nossos próprios umbigos e olharmos o outro de verdade, com respeito, com AMOR…

E no fim é a isso que se resume, não é? A falta de empatia, na verdade, nada mais é do que falta de AMOR nas relações. Precisamos mudar isso.

Eu volto.

Andréa


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Alguém por aí???


Faz teeeeeeeeeempo que não consigo passar por aqui... mas aconteceu tanta coisa nesse mais de ano e meio que acabei me afastando de tudo mesmo. Para quem não se lembra, eu voltei a morar em São Paulo após uma realocação no banco, devido à reestruturação ocorrida em final de 2016. Uma mudança imensa, geral, que virou nossas vidas de forma gigantesca. Mas eu tenho sentido uma necessidade muito grande de voltar a escrever, e quero tentar cuidar deste cantinho novamente.

Para começar, vou dar uma resumida nos acontecimentos deste período, para aqueles que não acompanharam as minhas poucas andanças em Facebook. A primeira coisa foi o impacto financeiro desta mudança, que foi algo bem difícil. A carga ficou violenta, ainda mais que eu vim na mesma função, com o mesmo salário, para uma cidade grande (imensa), onde o custo de vida é bem mais pesado que o interior. Então, a coisa “pegou” legal, a situação ficou bem feia (e ainda está, não vou mentir), e foi um dos principais motivos do meu silêncio esse tempo todo. Mesmo os reencontros que eu tanto ansiava ainda foram poucos nesse período. Afinal, desde a primeira enchente há quase 8 anos, que não consigo botar minha vida nos trilhos novamente... quando penso que a coisa vai serenar, vem outra paulada! Poxa, isso cansa!!! E, se cansa para mim, imagina para os amigos??? Não sou de desistir fácil, nem de me deixar abater, quem me conhece sabe disso, mas é dose pra leão, e lógico que dou umas baqueadas! Sou humana, afinal de contas! Todos os dias rezo para que aconteça um milagre e eu possa virar o jogo de uma vez por todas! Então, para não ser “a chata cheia de problemas” acabo me afastando, calando... 

Mas é claro que nem tudo é problema. O trabalho na agência Santana, aqui em São Paulo, foi bastante desafiador para mim. Eu, que havia trabalhado quase que 100% do tempo com pessoa física até então, de repente me vi em uma agência empresa! Tudo diferente, tudo novo, foi quase como um novo emprego! Apanhei um bocado, confesso, mas o aprendizado foi gratificante! Sem contar, óbvio, os amigos que conquistei nela!

Pouco depois de ter mudado, quando ainda estávamos nos adaptando, Samara procurando emprego para ajudar nas despesas, descobrimos que ela estava grávida! Uma bênção, claaaaaaaaaro, mas totalmente inesperada na nossa situação. Emprego ela não tinha mais como conseguir (quem contrata grávida?), e como a Thabata, com Gregório pequeno e ainda sem escola (e vaga em São Paulo não é coisa simples de arrumar, ainda estamos tentando), também estava sem trabalhar, isso contribuiu para complicar MUITO o lado financeiro. De uns tempos para cá a Samara começou a vender os produtos da Eudora, então vai dando uma ajudinha. Se alguém precisar, falando nisso... dá uma passada na página dela no Facebook!

De qualquer forma, apesar destes “perrengues”, não havia como não se encantar com cada ultrassom, cada mexidinha na barriga... nem como não se apaixonar por essa coisiquinha linda, que chegou ao mundo dia 16/12: a Ágatha! Hoje já está com 10 meses, e a cada dia mais fofa, sapeca e espertíssima! Há coisa de um mês aprendeu a engatinhar (antes se locomovia a “barrigada”) e logo decidiu que este aprendizado era obsoleto, então agora só quer é ficar de pé, o que causa alguns tombos, para desespero da mãe dela! É uma criança encantadora, que adora uma bagunça, que já tem quatro dentinhos na frente e um sorriso delicioso! (sim, continuo sendo uma tia-vó mega babona!)


Em meio a tanta coisa, continuei trabalhando e tentando crescer no banco. Eu vim no mesmo cargo, como disse, e precisava caminhar. Já fazia tempo que vinha tentando galgar mais um degrau, e agora precisava mais do que nunca conseguir! E de repente, quando menos esperava, uma vez que o banco vinha novamente mexendo na sua estrutura, fui chamada para atuar como supervisora de atendimento, responsável pela sala de autoatendimento (onde ficam os caixas eletrônicos) da agência Nossa Senhora do Sabará! YES! A única dificuldade, neste caso, é a distância, já que a nova agência fica na zona sul de São Paulo e eu moro na zona norte (próximo à agência para a qual vim trabalhar a princípio, óbvio). Mas nada que metrô e ônibus não resolvam! E, claro, assim que for possível, providencio a mudança para um local mais perto também. Essa promoção deu uma boa ajuda na parte financeira, ainda que não tenha sido ainda suficiente para resolver os problemas mais graves.

E o banco, mesmo com toda a reestruturação que vem sendo feita, já mostrou que tem interesse no desenvolvimento dos seus funcionários. Assim, ainda no ano passado lançou um game de nome DesEnvolVer, tendo como público-alvo as funções iniciais da carreira, para capacitar futuros líderes. Neste game éramos desafiados a tomar decisões em situações-problema, avançando passo a passo no autodesenvolvimento. Como forma de premiação, os 1000 primeiros colocados foram contemplados com bolsas de estudo para um MBA na FGV, chamado Liderança Inovadora. E sim, eu fui uma das contempladas, e estou iniciando meus estudos! Fácil não vai ser, FGV é uma faculdade que exige MUITO dos estudantes, mas sei que valerá a pena!

Ah, não falei ainda do Gregório? Pois é... esse molequinho safado já está com 2 anos e 5 meses, mais lindo, fofo e gostoso do que nunca, um tagarela de marca, safaaaaaaado… com tiradas engraçadíssimas, que continua amando música (e agora ainda canta que é uma delícia) e me encanta diariamente! (já falei que continuo sendo uma tia-vó mega babona?)


E esses primos se adoram! Quando estão juntos, a bagunça impera, e as risadas correm soltas! Uma delícia de se ver! A cama da Dedei então... é assim palco predileto para instalar a zorra!!!


Bom... acho que o resumo ficou “meio” grandinho... mas passou mais de ano e meio, né gente??? Eu dei uma atualizada geral na estrutura do blog. O projeto 52 deixou de ser produzido (fazer scrap só de problema não dá...), mas tem aí até o de 2016 disponível para vocês verem, a loja está parada, então o link saiu também (mas um dia eu retomo e aviso vocês)... em compensação tem dois fotolivros novos para vocês curtirem, do Gregório e da Ágatha!

Eu resolvi fazer o do Gregório quando ele ainda estava na barriga. Fiz na surdina, contemplando desde a notícia da gestação até o aniversário de 1 ano, aos pouquinhos, sem a Thabata saber. Só mostrei quando passou o aniversário dele mesmo! Então, quando soube da Ágatha... nada mais natural que iniciar um fotolivro para ela também, né? Mas desta vez a mãe sabe e liberou a exibição, então vocês podem ir acompanhando a criação dele. Ele está um pouquinho atrasado, em virtude da minha correria, então os scraps vão até os 8 meses por enquanto. Mas logo coloco em dia!

A parte de pensamentos (Para refletir...) ali embaixo também vou passar a atualizar com mais frequência ainda que, infelizmente, Trigueirinho tenha falecido há pouco mais de um mês. Mas Figueira continua enviando pensamentos (inclusive via Whatsapp, para quem quiser), e eu sempre que puder vou colocar ali para vocês.

Eu volto, prometo! Estou precisando disso, me faz um bem enorme escrever!

Andréa

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