Finalizando 2016



Estou bem em falta com vocês, eu sei... mas esse ano não foi nada fácil! Tiveram, claro, coisas muito boas acontecendo, como as aulas no EJA, os projetos de inclusão aqui em Itatiba e, acima de tudo, o nascimento do Gregório! Aliás, esse molequinho só nos dá alegrias! Completou 7 meses ontem, esbanjando lindeza, fofurice, sapequice por onde passa! Como resistir aos seus gritinhos e gargalhadas? Eu não consigo! Não mesmo!!!

Mas, apesar dessas coisas todas, foi um ano bem complicado. Financeiramente, então... nem se fala! Houve momentos mesmo de bater desespero, de achar que não ia dar certo, que ia "morrer na praia"! Aos "trancos e barrancos", chegamos ao fim do ano, com as coisas um pouco mais equalizadas. Um pouco, não totalmente, mas também com esperança de dias melhores. "A fé que me faz, otimista demais"... e vamos em frente! 

Não pensem que é fácil, pois não é. A reestruturação pela qual está passando o banco trouxe muita incerteza, para a minha vida e para de todos o que ali trabalham. Não falei muito do assunto, mas algumas pessoas perguntam, então vou explicar da melhor forma possível. O banco abriu um plano de aposentadoria incentivada e, ao mesmo tempo, um plano de reestruturação visando se tornar o mais digital possível. Assim, está reduzindo os cargos e, mesmo, fechando agências por todo o país. O meu cargo mesmo deixou de existir, o que me obriga a encontrar uma realocação o mais rápido possível. O problema é que, como eu, há muita gente para ser realocada, e poucas vagas disponíveis. Ou seja, ninguém sabe ao certo como isso vai ficar. O banco jura que vai realocar todo mundo, o mais próximo possível de onde está hoje, e tenho tentado confiar nisso, mas também já estou me preparando para uma eventual mudança, se for o caso. Acredito que o simples fato de estar aberta a isso já ajuda um bocado. Estou aguardando as sinalizações, que vão chegar com toda a certeza! 

Mas então imaginem... juntar finanças que já não estão bem das pernas, com essa insegurança toda... o emocional balança mesmo! Tenho buscado me manter centrada, manter acesa a Fé (tenha Fé, diria meu pai!), tenho me agarrado com força no espiritual, e assim vou seguindo em frente, da forma como é possível. 

E hoje 2016 chega ao fim, daqui a pouco já será 2017 e, como diz Drummond, "Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra adiante vai ser diferente". Que assim seja! E que 2017 traga muitas coisas boas para todo mundo! Vamos que vamos!!! 

Feliz Ano Novo! 

Eu volto... em 2017!

Andréa

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Dia dos Professores, dia de pensar sobre Educação



Há algum tempo venho ensaiando um novo texto sobre Educação. Hoje, Dia dos Professores, resolvi postar algumas ideias. Afinal, após passar alguns meses frente a uma sala de EJA, na verdade uma sala de um projeto voltado a alunos com imensas dificuldades, vejo reforçadas várias de minhas crenças, em especial a de que a Educação precisa ser reformulada por completo. E urgentemente! 

Os desafios que os professores enfrentam diariamente tem íntima ligação com esse nosso método tradicional e ultrapassado de ensinar. Ou, talvez melhor dizendo, de tentar transmitir conhecimento. Mas a cada dia que passa, mais sentido faz, para mim, o que diz José Pacheco: estamos em pleno século XXI, ensinando como no século XIX, e com fundamentos filosóficos do século XVII. Mas quanta coisa mudou neste período? Quanto avançamos? E por que a escola continua repetindo a mesma fórmula até hoje?

Num mundo globalizado, em constante movimento, com informações de todos os gêneros ao alcance de um “clique”, como temos hoje, com as crianças e jovens dominando as novas tecnologias com velocidade muito maior do que seus pais, como podemos querer alunos estáticos, sentados pacientemente, enquanto o professor todo-poderoso fica à frente da sala derramando seu conhecimento? Isso já não funcionava quando eu era garota, o que dirá agora, com crianças e jovens ainda mais conectados do que seus pais! Se antes tínhamos álbuns de figurinhas, jogos de "stop", e outras diversões para nos distrair, hoje existem os celulares! Mudou a tecnologia, mas a finalidade é a mesma: fugir da chatice de uma aula expositiva!

A Educação, como é hoje, não busca necessariamente que o aluno aprenda. Busca que o aluno "tire nota" e "passe de ano" até se formar. Os próprios professores se acostumam, muitas vezes, com este sistema, e consideram os alunos aptos ou não de acordo com as notas que tiram. Os pais, de modo geral, não perguntam aos filhos o que eles aprenderam, perguntam que nota eles tiraram! É uma inversão de valores, como se a nota determinasse realmente o quanto o aluno aprendeu! Ah tá! Então me respondam com sinceridade: quantos alunos tiram 10 “colando”? Quantos alunos tiram 0 por terem um “branco” na hora da prova? Quantos alunos no dia seguinte à prova já não lembram o que estudaram, porque só o fizeram para “tirar nota”? 

Já contei em texto anterior sobre a experiência que a escola de minha irmã fez ao perceber que ela ia “mal” em matemática, apesar de a professora achar que ela sabia a matéria. Aplicaram um exercício para a classe e corrigiram o dela para ver a nota que ela tiraria. Tiraria 9! No dia seguinte, o mesmo exercício foi dado com o nome de “prova”... ela tirou 3! Ela não sabia a matéria ou tinha pânico daquilo? O que a escola devia fazer? Aprovar porque ela sabia a matéria ou reprovar porque ela não tinha nota?

Já ouvi professores dizendo que, para ser aprovado, o importante é que o aluno atenda aos requisitos básicos da série seguinte, já que ninguém vai aprender tudo mesmo... por que não??? Óbvio! Não é culpa do professor nem do aluno, mas o sistema não permite isso! O sistema que temos determina um cronograma anual padrão para todos, com os conteúdos divididos em anos ou séries, e subdivididos por bimestres ou trimestres. O professor tem que passar todo o conteúdo previsto, quer os alunos aprendam, quer não. Consequentemente, alguns alunos aprendem mais, outros menos, não há como uniformizar. E este sistema vai permitir ao aluno avançar se conseguir atingir a média determinada pela escola, que pode ser 5, 6, 7... o critério também varia. 

Então, pais exigentes colocam seus filhos em escolas “fortes”, que empurram conteúdo atrás de conteúdo e exigem notas altas, preparando (esperam eles) os alunos para a competitividade do vestibular e do mercado de trabalho, e pouco importando se os alunos são massacrados, se estão estressados, desgastados, ou não tem tempo de serem crianças ou jovens. Estes pais, muitas vezes, ainda arrumam atividades extracurriculares para que os filhos se desenvolvam ainda mais, pensando no futuro e esquecendo do "hoje", e de forma bem comum, ainda castigam os filhos que vão “mal”. 

Enquanto isso, pais de “alunos problema”, após se estressarem com as tarefas e as notas que os filhos não atingem, com reclamações contínuas das escolas, buscam escolas “fracas”, que não exigem muito para passar de ano, e assim os filhos conseguem logo o diploma e eles se livram mais rápido deste tormento! Não importa o aprendizado que vai restar, afinal, o importante é aprender “pelo menos o básico”. 

Existem, ainda, aquelas escolas que tiveram a “progressão continuada” implementada (uma ideia interessante mas pessimamente aplicada), onde os alunos simplesmente passam de ano, sabendo ou não o conteúdo. Avançam sem saber praticamente nada, tornando-se analfabetos funcionais, sem condições de cursar uma faculdade e ingressar no mercado de trabalho “de igual para igual”. Aliás, são vítimas deste sistema que tenho em minha sala hoje. Alunos que estariam na 5ª, 6ª, até na 8ª série e que mal sabiam ler, escrever e somar! Como pode?

Está tudo errado!

E o “problema” começa lá na Educação Infantil, crescendo como “bola de neve” durante toda a sequência do Ensino Fundamental e Médio. Começa por partirem de um pressuposto absurdo que todas as crianças da mesma faixa etária estão em um mesmo ponto de aprendizado e maturidade. Oras! Se hoje é fato mais do que aceito que cada pessoa tem um ritmo e uma forma de aprender, como ainda pode ser aceito este pressuposto? Ainda mais em uma época em que a inclusão já é exigida por lei e deveria ser realidade de fato nas escolas (se nem com lei é, imagina sem lei?), como se pode nivelar os alunos? Como é possível querer padronizar o ensino? Como é possível querer que todos os alunos da mesma série atinjam os mesmos objetivos? Como é possível querer que todos aprendam da mesma forma, se sabemos, através de Gardner, da existência das inteligências múltiplas? Não se consegue! Não tem como! Ainda assim, virou “moda” falar na tal padronização do ensino e se exaltar as qualidades das benditas apostilas! 

Pensem bem: se hoje é fala recorrente que não devemos sequer comparar o desenvolvimento de BEBÊS, o que dirá de crianças e jovens! Um bebê rola antes, outro balbucia antes, outro pega coisas antes. Um bebê anda cedo, o outro fala cedo. Há, ainda, aquele que faz tudo tarde, seja por uma deficiência, seja por característica própria, ou mesmo por falta de estímulos adequados. Estes bebês, ao crescerem um pouco, ingressarão em creches ou escolinhas e, se tiverem a mesma idade, serão tratados da mesma forma, farão as mesmas atividades. Há escolinhas que já têm apostilas desde o maternal, que têm PROVAS na Educação Infantil! Mas aquele que andou cedo talvez precise ser mais estimulado na fala, na expressão oral. O que falou cedo talvez precise de mais estímulos na parte motora. O que fez tudo mais tarde talvez precise de um trabalho diferenciado, mais próximo, estimulando todas as áreas. Mas tentarão, exaustivamente, que eles sejam igualados, nivelados, para que possam, juntos, chegar ao Ensino Fundamental. 

Juntos? Será? Qualquer professor de 1º ano pode dizer se seus alunos chegam no mesmo ponto. Claro que não! São crianças diferentes, com histórias diferentes, com estímulos diferentes, com características diferentes. Dentre os alunos que ingressam no 1º ano, há desde aqueles que já chegam alfabetizados, àqueles que jamais viram uma letra na vida! Como podem ser tratados da mesma forma? Alguns, ou todos, sairão prejudicados! Ou irão frear aquele que está mais à frente, ou irão acelerar quem está mais atrás (e em determinado momento, deixarão de prestar atenção a ele, porque o que vale mesmo é o “bom aluno”), ou farão um pouco de cada. O ritmo individual de cada um não será respeitado, novamente. Buscarão, mais uma vez, o nivelamento, que se segue vida escolar afora.

Mas, como esse nivelamento é fictício, passamos a aceitar que "nenhum aluno vai aprender tudo mesmo", a perceber que temos alunos muito bons em português mas péssimos em matemática (ou vice-versa, ou qualquer outra disciplina), a rotular aqueles que não estão caminhando da forma esperada como “alunos-problema”, e a encaminhá-los para alguma terapia (o problema é dele, não da escola, afinal). E a consequência, muitas vezes, é a perda do interesse do aluno no aprendizado. O que estava mais à frente e tem de ser freado, perde o interesse porque aquilo para ele é muito fácil. O que estava mais atrás, perde o interesse porque não dá conta. No ensino público, então, temos ainda um agravante. Os tais “alunos-problema” chegam em determinado ponto e são “convidados” a ingressar no EJA (mais rápido, mais fácil, menos conteúdo e não sou eu mesmo quem vou ter que cuidar, graças a Deus!), que muitas vezes vira “depósito” destes alunos, e ainda, no caso do curso noturno, larga um monte de jovens ociosos nas ruas durante todo o dia.

Ah, mas é claro que existem exceções. Alunos que se enquadram bem neste esquema, que gostam (ou aprendem a gostar) desta forma de estudo, e que até aprendem de fato. Estes espécimes raros, os tais “CDF’s” ou “nerds”, tiram sempre boas notas em todas as disciplinas, tornam-se orgulho de suas famílias, acabam disputados pelas escolas, que fazem os tais “vestibulinhos” para poder selecionar só aqueles alunos que interessam (leia-se: bons alunos, que não dão trabalho, que vão passar em bons vestibulares e “fazer o nome” da escola). 

Aliás, que coisa mais grotesca os tais vestibulinhos! São massacrantes para as crianças, derrubam a autoestima daqueles que não são aprovados, e são, ainda, tremendamente excludentes (óbvio). Se eu já acho que a faculdade deveria ser direito de todo aluno que finaliza o Ensino Médio, sem precisar passar por seleção alguma depois (se tem o diploma do Ensino Médio, afinal, é porque já passou por todas as avaliações necessárias), que dirá para ingressar na escola, que é direito de TODOS, segundo a Constituição Federal! 

Ensina-se, desde o princípio, que a criança deve ser competitiva, deve brigar por seu lugar, e que tem sempre que ser melhor que os outros, derrotar os que são “menos”, pois quem não “vence” não tem valor. E as escolas favorecem ainda mais essa competição, mesmo que não façam uso dos vestibulinhos, mas deixam de lado o aluno com dificuldade (tenha ou não deficiência) ou supervalorizam os “bons” alunos, expondo aqueles que se “destacaram” em determinado período. Como acham que é para um aluno que tenha dificuldade de aprendizado ver os colegas sendo aplaudidos, cumprimentados, valorizados, enquanto ele luta tanto para tentar atingir os objetivos propostos? E para os tais “destaques” e seus pais? Não é uma superinflada de ego?

Ok então... mas qual seria a saída? A saída é a reformulação total do ensino. A abolição das séries, das apostilas, das padronizações. A implementação da Educação para a autonomia, que respeita o ritmo do aluno e permite que todos aprendam tudo, cada qual no seu tempo e do seu jeito, que ensina a solidariedade, quando um ajuda o outro e fica feliz com a conquista alheia, que valoriza o diálogo e análise crítica dos fatos, ao colocar os alunos para estabelecer regras e solucionar eventuais conflitos. Temos vários e vários exemplos em todo o mundo, e mesmo aqui no Brasil, de escolas agindo de outra forma e conseguindo excelentes resultados. Aliás, já há até faculdades buscando essa visão de ensino.

Na Educação para a autonomia o aluno é ensinado, desde pequeno, a ir em busca do conhecimento, não há nada pronto, “de bandeja”. Os menores, além de terem todo o lúdico disponível (afinal, criança tem que brincar, em primeiro lugar), são também ensinados a agir com autonomia. Da mesma forma, os alunos que ingressam em escolas com este formato têm que ter um período de adaptação, faz parte. Essas escolas têm espaços amplos, salas de estudo sem separação por “nível”, “série” ou coisa que o valha, ao invés das salas de aula tradicionais. Têm pátios, jardins, que também se transformam em locais de estudo. Os professores, todos, estão sempre à disposição de todos os alunos, prontos a auxiliar quem tem dúvida ou está com dificuldade para entender algo.

A cada período (semanal, quinzenal, ou qualquer outro, a critério da escola) o aluno, em conjunto com seu orientador, determina um plano de estudo com os conteúdos que ele deverá aprender no período subsequente. Ele então deverá pesquisar (na biblioteca da escola, em tantos livros quantos forem necessários, ou mesmo na internet), comparar as informações das diversas fontes, buscar entender, de fato, aquilo que lhe foi proposto para que possa, quando se sentir seguro, ser avaliado. 

Se surgir alguma dificuldade, os colegas podem auxiliá-lo, ou ele pode pedir a um professor (que não necessariamente é o seu orientador, mas um que tenha domínio do conteúdo) que o socorra. Ele pode estudar na sala ou em qualquer outro espaço da escola que lhe agradar mais. 

Quando acredita já ter aprendido o conteúdo proposto, PEDE e é avaliado da forma que for mais interessante naquele momento. Isso inclui ter que explicar o tema, ou escrever a respeito, dar exemplos, desenvolver um projeto, debater o assunto com o professor, não necessariamente realizar exercícios de repetição. Deve-se mostrar APRENDIZADO, e não mera “decoreba” ou “mecânica”. Ao final da avaliação, o professor responsável verificará se o objetivo foi mesmo atingido, e o aluno poderá seguir adiante, ou se tem algo ainda a ser reforçado, e o aluno é orientado a rever aqueles pontos antes de prosseguir. Não há sentido, a partir do momento em que se espera que os alunos aprendam TUDO, em avançar quando ainda há pontos obscuros, afinal. E isso ocorre sem problemas, sem que o aluno seja “menos” que ninguém, sem o peso de uma “nota baixa”. É dada orientação, para que o aprendizado seja consistente e persistente. 

Se, em determinado período, algum conteúdo proposto não foi estudado, não há problema, é só retomá-lo no período seguinte! Afinal, quem nunca abraçou mais do que conseguia fazer ou não deu conta do recado por algum problema pessoal? Acontece! Há tempo para se aprender. Não havendo a separação por séries nem bimestres, o aluno tem todos os anos da Educação Básica para aprender todo o conteúdo. Sem estresse, sem cobranças, sem massacre. 

Cada aluno tem seu plano de estudo individual, e avança de acordo com seu ritmo, com sua condição, podendo, até mesmo, ir mais rápido em uma do que em outra disciplina. Qual o problema disso? O importante será que ele, ao final da Educação Básica, antes de receber um diploma ou certificado de conclusão, tenha estudado todo o conteúdo determinado. E se ele terminar os conteúdos antes do tempo determinado pelo MEC? É possível, não? Não há problema! Ele pode aprofundar os temas que mais lhe agradarem, ou pode se dedicar a algum tipo de pesquisa, ou mesmo aprender algo novo, que não estava previsto inicialmente. Simples!

Os conflitos, quando acontecem, são tratados pelos próprios alunos, sob supervisão dos professores, caso seja necessário. Aliás, é comum nestas escolas as regras e eventuais punições serem estabelecidas pelos próprios alunos, através de debates, votações, de forma democrática. 

Nestas escolas, além da forma de ensino completamente diferente, além das avaliações formativas, além de se estimular a pesquisa, e até a liberdade dos alunos estudarem onde preferirem, também são comumente em período integral, permitindo que os alunos aprendam artes, esportes, música, e evitando a existência das “temidas” lições de casa, pois existe tempo de sobra para o estudo na escola. 

Não é que os pais serão menos participativos, se lhes for tirada essa “função”, ao contrário. Mas existem outras formas de se atuar junto à escola, sem precisar do estresse das lições de casa, ou dos estudos às vésperas das provas! Em diversas escolas, por exemplo, os pais são convidados a fazerem oficinas para ensinar algo aos alunos. E aí não importa o grau de conhecimento de cada um, todos têm valor. Um engenheiro pode montar um laboratório de óptica, por exemplo, enquanto um marceneiro pode ensinar a criar móveis! Todo conhecimento é bem-vindo.

Os alunos passam a QUERER aprender, pois são desafiados a cada momento. Eles têm a responsabilidade de cumprir seus planos de estudo, não vai “cair do céu” nem vai ter de quem “colar” para conseguir uma boa nota (até porquê nem existe nota!). E, muitas vezes, a curiosidade sendo instigada, acabam indo além do que lhes foi proposto, querendo saber mais. 

É fácil chegar a esse ponto? Claro que não. Toda mudança requer planejamento, vontade, e até coragem para ser concretizada! Não existe mágica, não há como apontar uma varinha de condão e pronto! Tudo mudado! Não é assim... leva tempo, mas é preciso QUERER mudar e dar o primeiro passo! 

As mudanças necessárias para uma Educação para a autonomia requerem muito diálogo, pois esta é uma proposta radicalmente diferente do que existe hoje. Os alunos estranham, a princípio, tanta liberdade de ação. Os pais se sentem perdidos, ao não poderem cobrar notas dos filhos. Os professores custam um pouco a perceber sua mudança de função, de transmissor para orientador. Mas é possível. Temos vários exemplos disso, dando certo mesmo com alunos considerados “difíceis”, recusados em outras escolas. 

E, quanto mais eu vejo a situação das escolas hoje, quanto mais ouço e leio relatos de professores, e quanto mais eu vejo estes exemplos, mais eu creio na necessidade de mudança. É tão mais lógico, é tão mais inclusivo, é tão mais tranquilo aprender desta forma... Não sei se chegarei a ver acontecer, mas gostaria muito disso, de verdade!

A todos os professores, um feliz dia! 

Eu volto!

Andréa

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Está o homem involuindo?


Juro, tenho me perguntado isso com uma frequência cada vez maior. As coisas que tenho visto, lido, observado por aí, andam me assustando demais. Parece que o homem anda esquecido do que é amor ao próximo, respeito, solidariedade, compaixão. Sem querer generalizar, claro, porque graças a Deus tem muita gente boa por aí ainda, mas a percepção de pensamentos pequenos, mesquinhos, maldosos tem crescido de uma forma impressionante.

Aliás, generalizar é algo que nunca dá certo. Não pode dar. Generalização é irmã gêmea do preconceito. Quando se generaliza um pensamento junta-se todas as pessoas que têm uma característica, um pensamento, uma atividade, como se fossem todos uma mesma criatura, ou uma “raça” à parte. Não é porque alguém ou uma série de pessoas faz ou age de forma errada que todos são assim. Há, sempre, que se separar o joio do trigo! Por exemplo, essa semana viralizou a foto de um filhote que teve seu pênis arrancado para ser vendido como fêmea. Só que viralizou unido a comentários como “é isso que você consegue quando compra um cachorro”, “quem quer cachorro de raça é conivente com essas coisas”, “uma pessoa que cria um cachorro só visa o lucro, não tem amor”, e daí para pior.

Gente, calma... eu até concordo que há um grande número de criadores que são mercenários, cruéis, antiéticos, como há em qualquer atividade. Mas há também um grande número de criadores que não são assim! Ok, adotar é ótimo, eu tenho dois vira-latas em casa. Mas os cães de raça têm características que são próprias de cada uma, e que algumas pessoas se identificam com elas. Eu mesma AMO cachorros da raça boxer, sonho com o dia que terei outro! A criação, sendo feita corretamente, não é problemática. Cabe a quem quer adquirir um cão de raça procurar quem trabalha direito. Ou será que quem defende a adoção defende também o extermínio dos cães de raça? Só que uma criação é algo de grande responsabilidade, que demanda custos elevados, e a venda dos filhotes vem cobrir isso. O fato de alguém querer ter um cão de raça (e ter condições para adquirir um) não a torna um crápula sem coração.

Da mesma forma, uma mulher que fez tratamento para engravidar não é menos do que aquela que adotou. A que sonha em adotar um bebê não é menos do que aquela que adota um trio de crianças maiores ou uma criança com deficiência. Já vi em grupos de apoio à adoção mensagens bem duras neste sentido. Mas cada pessoa é de um jeito, tem um sonho, um ideal, uma crença, e o fato de não pensar como você não significa que seja um lixo, como as pessoas fazem crer.

Então nesse, como em qualquer assunto, é preciso ter discernimento e cuidado para não generalizar e colocar todas as pessoas num mesmo patamar, normalmente nivelados por baixo. Essa mania de generalização acarreta, muitas vezes, o que comentei no início: pensamentos mesquinhos, pequenos, maldosos mesmo.

Basta ver o que acontece em qualquer notícia divulgada na internet. Os comentários que vêm abaixo 
dela ou nos compartilhamentos em rede social são, na maior parte das vezes, terríveis! Pior, tem comentários que não tem relação com a notícia em si, que são colocados apenas para fazer mal, não há outra explicação. Comentei sobre isso aqui no blog há algum tempo, mas tem crescido de forma assustadora.

É só pegar como exemplo essa tragédia envolvendo o Domingos Montagner. Algo totalmente inesperado, que acabou causando uma comoção pela forma como ocorreu. Morte tão estúpida, tão repentina! Um excelente ator, pai de três crianças pequenas, que parecia ser uma pessoa incrível, pelos muitos depoimentos que foram dados. Um choque também pela Camila Pitanga, que estava com ele e que sofreu algo inimaginável com tudo isso. Alguém é capaz de mensurar a sensação de impotência (e até de culpa, por mais absurdo que isso pareça) dela ao vê-lo lutar, ela estender a mão e não conseguir segurá-lo, e depois acontecer isso tudo? Deve ser algo como senti quando minha mãe teve o enfarto e eu coloquei a mão nela mas não senti mais nada... não havia mais o que fazer, ela escapou por entre meus dedos. Levei anos para apagar essa sensação! Então não foi à toa que até quem não tem hábito de ver TV se sensibilizou com a história.

Ainda assim, vi alguns comentários que, sinceramente, causam enjoo! Chegaram a sugerir que ela o matou para desviar a atenção do Lula, já que é partidária do PT! Chegaram a postar na página dela que ela é culpada porque não se jogou no rio para buscá-lo! Disseram que os dois tinham um caso! (e se tivessem, ninguém tinha nada com isso, deviam ao menos respeitar a dor da viúva e dos filhos dele) Falaram que ele “mereceu” ou porque era da Globo, ou porque não era de Cristo, ou porque era corinthiano... sério, não posso acreditar que as pessoas pensam e pior, têm coragem de expressar, essas coisas! É nojento demais! Sem contar os que ainda fazem piada com o assunto, ou que postam fotos do corpo! Não consigo entender. De verdade.

Vale para tudo. Porque tudo, tudo MESMO, é motivo de brigas homéricas, de ofensas, de gente se achando “dona da verdade” com direito a dar pitaco na vida alheia, de julgar o outro como se fosse o primor da perfeição. Olha o caso desse jogo, “Pokemon Go”! Um jogo! J-O-G-O! As coisas que li sobre isso são tão absurdas que nem sei! Como pode um jogo para celular despertar tantos e tão díspares intensos sentimentos?

Confesso que fiquei bem preocupada no início, ao ver o mecanismo do jogo, por uma questão de segurança. Mas não por causa da CIA saber onde eu moro, mas porque poderia haver um jeito de pessoas inescrupulosas usarem essas informações.

Quando o jogo chegou ao Brasil, minha timeline no Facebook começou a “pipocar” com mensagens contra e a favor. Mas se as que eram a favor eram leves, divertidas até, as que eram contra apontavam o jogo como coisa “daquele” que nem cito o nome, ou mostravam notícias falsas, comprovadamente, em que as desgraças só tinham ocorrido “por culpa do jogo”.

Ao mesmo tempo, comecei a observar uma mudança no comportamento da cidade. Pessoas circulando em grupos, o centro fervilhando, amigos comentando que estavam deixando o sedentarismo de lado. E ainda surgiram notícias de ações positivas usando o jogo. Hospitais que usavam para fazer as crianças em recuperação saírem da cama, professores aproveitando o tema para ensinar trigonometria, geografia, química... (acabei, eu mesma, instalando para ver como era, e curti o negócio... ando bastante mesmo, é uma distração bem legalzinha)

Percebem como nada é totalmente negativo ou positivo? Não se deve generalizar. Isso deveria ser uma regra básica na vida de cada um. Ao invés de julgar o outro por uma ou outra coisa, olhe para o todo. Ninguém é perfeito e, menos ainda, senhor da verdade. Nem você. Nem eu. Ninguém mesmo.

Então, antes de colocar uma crítica ácida numa notícia ou numa postagem, veja se é de fato pertinente, se vai acrescentar algo ou se apenas vai botar mais “lenha na fogueira” ou “destilar um veneninho básico”. Se uma pessoa faz, fala ou escreve algo que você não concorda, antes de simplesmente excluí-la do seu círculo (essas “amizades” descartáveis me assustam!), de bloqueá-la, observe o restante dela. Faça como na história que deixo ao final deste texto, que li em criança, num livro encantador que ganhei de presente de meus avós, e carrego como Lei para a vida.

Aí, quando já estava com esse (mini) texto praticamente pronto, assisti um vídeo do Papa Francisco falando das religiões. Não sou católica, mas admiro este papa, que vem me surpreendendo muito positivamente, e novamente agora. É um vídeo em que ele prega o respeito e o diálogo entre as pessoas de diferentes religiões, fala do respeito às diferenças, fala de AMOR. Mas, pasmem! Existe uma onda de comentários absurdos, de pessoas das mais diversas religiões, atacando o vídeo e o papa pelos motivos mais insanos! Tem gente chamando-o de herege! Questionando a religião DELE, como se fosse um “traidor da fé”! Chegam a compará-lo ao anticristo! Pessoas com um pensamento tão radical, tão fundamentalista, que eu me pergunto o que aprenderam com as suas religiões... não foi nada disso que o Cristo nos falou! Aliás, Ele sequer fundou uma religião, então quem somos nós para apontarmos esta ou aquela como a “verdadeira”? A Verdade está dentro de cada um, e mais importante do que seguir esta ou aquela religião (ou não ter nenhuma, ou mesmo não acreditar em nenhuma) são as atitudes que tomamos diante da vida. Um ateu pode ser muito mais solidário, amoroso, correto, do que aquele que se diz religioso!

Cada um de nós, acredite nisso ou não, está encarnado para aprender e para evoluir. Para crescer como indivíduo e como ser espiritual. Façamos, então, uso desta experiência da melhor forma possível. Aproveitemos essa oportunidade de forma plena. Sigamos os preceitos do Cristo ao olhar para o outro, fazendo isso com AMOR, com compaixão, com respeito. Não apontando seus defeitos, mas observando suas qualidades. A sua vida vai ficar mais leve, tenho certeza. E o astral do nosso planetinha vai agradecer!

Eu volto! (só não perguntem quando!)

Andréa

A BALANÇA
(Wallace Leal V. Rodrigues)

Quando menino eu vivia brigando com meus companheiros de brinquedos. E voltava para casa lamuriando e queixando-me deles. Isto ocorria, as mais das vezes, com Beto, o meu melhor amigo.

Um dia, quando corri para casa e procurei mamãe para queixar-me do Beto ela me ouviu e disse o seguinte:

- Vai buscar a sua balança e os blocos.

- Mas, o que tem isso a ver com o Beto?

- Você verá... Vamos fazer uma brincadeira.

Obedeci e trouxe a balança e os blocos. Então ela disse:

- Primeiro vamos colocar neste prato da balança um bloco para representar cada defeito do Beto. Conte-me quais são.

Fui relacionando-os e certo número de blocos foi empilhado daquele lado.

- Você não tem nada mais a dizer?

Eu não tinha e ela propôs: Então você vai, agora, enumerar as qualidades dele. Cada uma delas será um bloco no outro prato da balança. Eu hesitei, porém ela me animou dizendo:

- Ele não deixa você andar em sua bicicleta? Não reparte o seu doce com você?

Concordei e passei a mencionar o que havia de bom no caráter de meu amiguinho. Ela foi colocando os blocos do outro lado. De repente eu percebi que a balança oscilava. Mas vieram outros e outros blocos em favor do Beto.

Dei uma risada e mamãe observou:

- Você gosta do Beto e ficou alegre por verificar que as suas boas qualidades ultrapassam os seus defeitos. Isso  sempre acontece, conforme você mesmo vai verificar ao longo de sua vida.

E de fato. Através dos anos aquele pequeno incidente de pesagem tem exercido importante influência sobre meus julgamentos. Antes de criticar uma pessoa, lembro-me daquela balança e comparo seus pontos bons com os maus. E, felizmente, quase sempre há uma vantagem compensadora, o que fortalece em muito a minha confiança no gênero humano.  


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Novidades em Scraps by Andrea


É isso mesmo! Após um período bem quietinha, a Scraps by Andrea volta com tudo!!! Aquelas disparadas do dólar haviam dado uma desanimada por aqui, a demora dos Correios idem, então tinha dado uma parada na loja. Mas hoje as pessoas já habituaram com o trâmite das encomendas internacionais e o dólar deu uma estacionada, é hora de voltar à ativa! :D

Para começar, uma reformulada geral na loja do Elo7, retirando produtos que ficaram muito caros nos atuais parâmetros de dólar, colocando nomes melhores nos produtos, incluindo itens novos... feito isso, ativei a vitrine do Elo7, que abre como se fosse uma loja exclusiva Scraps by Andrea, e não na loja geral deles. Para deixar ainda melhor, consegui um domínio próprio que direciona para lá! SIM!!! :D Agora, para chegar à loja, basta digitar www.scrapsbyandrea.com! Não é o máximo???

E as novidades não param por aí! Arrumei a página do Facebook também, que agora conta com uma loja dentro dela! Ou seja... dentro do próprio Facebook é possível efetuar sua compra! :D Perfeito!!! Para comemorar, uma promoçãozinha para os curtidores da página...


Gostou? Quer ganhar desconto? Fácil, fácil!!! Curte a página (claro!), compartilha o post do cupom em modo público, e faça a compra! Ao fechar o pedido, inclua o código "face10friend" e o seu nome de perfil ou link nos comentários. Prontinho!!! Descontinho de 10% computado para você! ;) Vai perder essa, vai???

Para finalizar, ainda coloquei os produtos no Pinterest! :D É isso aí! Agora a loja vai bombar de vez!!! Quem seguir a página do Facebook ou do Pinterest vai estar sempre por dentro das novidades e promoções! E já estou preparando novos produtos para colocar na loja! ;) Vai querer ficar de fora??? Então se garanta e curta as duas!!! :D

Aguardo vocês!!! ;)

Andréa


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Já são 15 anos de saudade...


15 anos... quinze longos anos em que sua ausência se faz presente em nossas vidas. Como nos faz falta até hoje! Como nos faz falta agora, que recebemos Gregório! Puxa vida... além de curtir horrores o bisnetinho, primeiro menino na família, ainda nos ajudaria tanto, com sua experiência, seu conhecimento, sua serenidade!!! :/

Mas você foi apressada, né? Resolveu "se mandar" cedo, abraçar tarefas maiores, em outros níveis... ;) a nós cabe aguentar a saudade, torcer para conseguir sonhar - e lembrar! - com você, aguardar uma notícia por algum meio. Não é fácil, sabe? Para mim, então, que sempre fui tão ligada a você (sua advogada, segundo papai! :P ), tem horas que se torna dificílimo! São tantas as lembranças... tantas "pequenas coisas" do dia-a-dia, que eram só nossas, da nossa amizade, da nossa cumplicidade, que olha... ainda hoje bate um vazio imenso certas horas! Claro que muitas vezes as lembranças vêm acompanhadas de muitas risadas, afinal, suas crises de "Solangite" davam uma enciclopédia! O seu bom humor, sua alegria, eram contagiantes! Mas tem momentos em que a falta é sentida de verdade, em momentos simples, como assistindo a um programa de TV que víamos juntas, ao ver uma notícia que certamente comentaríamos, ao ouvir uma música que gostava... ao abrir o seu caderno de poesias e encontrar sua letra (e sua inspiração) tão linda!

A cada dia que passa me percebo mais parecida com você. Fisicamente sou mesmo, óbvio... até o Facebook quer me marcar em fotos suas! :D Mas no jeito também, na personalidade... me vejo tomando atitudes, agindo, como você faria. Às vezes chego a lhe reconhecer em algum gesto meu, num sorriso. Eu só espero conseguir espelhar também o mesmo caráter, a mesma postura, a mesma hombridade com que sempre pautou sua vida. Eu tento, pelo menos, seguir seus ensinamentos, seus passos.

O meu amor por você é tão grande, mãe, que nem dá para explicar, mensurar. A saudade, então, é enooooooooooooorme de grande! Mas eu entendo, como entendi desde o princípio (ainda que não goste nem um pouco disso... humpf!), que era especial demais para esse nosso mundinho, e que Deus precisava de alguém como você por perto, nesse momento de caos que o planeta atravessa. Uma pessoa capaz de expressar em palavras como a dessa poesia, que deixo no final, toda sua sensibilidade, espiritualidade. Então... vamos nos encontrando nos sonhos, não é? ;)

Que seu caminho seja sempre de muita Luz, minha mãezinha... e que possamos nos reencontrar um dia, para matarmos toda essa saudade que machuca tanto ainda.

AMO MUITO VOCÊ!

Beijos!

Andréa

O HOMEM
(Solange Tikhomiroff - 03/04/1990)

A soberba do homem é tamanha
Que tudo que ele vê como façanha
É patético, triste e ilegal...

A matança de animais sem piedade
Para alimento ou pura vaidade
O afasta sempre mais do ideal

A ganância do homem é sem limite
Seja qual for o lugar em que habite
Traz consigo destruição e dor...

Põe fronteiras e muros onde passa
Arrasa tudo que recebeu de graça
E que Deus repartiu com puro amor

A vaidade do homem é tão incrível
Que ele cré que tudo é possível
Porque ele é "poderoso" e "inteligente"...

Não existem muitos seres evoluídos
Neste planeta de sonhos destruídos
Pela falta de amor e falsas ciências!

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Bem-vindo, Gregório!!!


Essa postarem estava esperando para ser escrita há dias, mas você, bichinho preguiça, brincou com a gente desde o começo! :D

Primeiro foi resolver vir menino numa família dominada pelas mulheres. Depois, a previsão de nascer até 24 de junho nos botou em alerta desde o mês de abril. Claro! Era a quarta tentativa de fazer uma criança nascer em maio... as três primeiras, eu, tia Samara e sua mãe não curtimos a ideia e nascemos antes. Será que você daria conta de esperar? o.O

Aí em abril começou a dar uns sinais... mas saiu do signo de áries, domínio nosso, para o de touro. Deixou terminar abril... uau! Será que vem em maio mesmo??? O mês foi passando, os sinais acentuando, mas nada de se decidir. Passou o signo de touro também e entramos em gêmeos, mas ainda assim nada de aparecer. O tal dia 24 da primeira previsão passou batido, nem quis saber. Mas os sinais foram intensificando cada dia mais... até que uma médica resolveu dizer que se não resolvesse sozinho até dia 03 (de JUNHO!) ela iria decidir por você, e nós voltamos a achar que maio não teria moral em casa... :P

Mas esse negócio de decidirem por você não rola, né? Primeiro veio o recado pela tia Cris, uma danada vê tudo antes da gente, que contou que lhe viu com seu biso e sua bisa, e que estava tudo bem. Claro, né? Numa companhia dessas, como não? ;) Aí, você fingiu que aceitava, mas resolveu escapar do quentinho por conta própria e nos brindar com sua presença hoje, 30 de maio! Mais um tabu rompido na família! Quantos mais ainda irá romper? Quantas surpresas irá nos reservar? O tempo dirá isso...

O importante, meu amor, é que chegou cheio de saúde, com 3,370kg espalhados em 49cm de imensa fofurice, deixando mamãe, titia, tia-vó, papai, vovó, todos completamente apaixonados por você! :D

Seja bem-vindo!!! Esse nosso mundinho é  um tanto quanto louco demais, mas você sempre terá a todos nós para he amparar e proteger. Pode confiar!

Que Papai do Céu abençoe sempre sua vida, dando sempre muita saúde, alegria e amor! Porque nós já amamos muito você!!!

Sua tia-vó babona,

Andréa

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Há cinco anos que a saudade só cresce...


Há cinco anos eu vivia meu maior pesadelo... aquilo que mais temia, e que de certa forma adivinhava sem querer acreditar aconteceu. Há cinco anos você seguia seu caminho e ia ao encontro de minha mãe. Há cinco anos precisei começar a me reinventar, tornando-me, de repente, a "cabeça" da família. Há cinco anos, em meio ao turbilhão causado pela enchente do início do ano, somado à dependência química da Thabata, precisei levar à risca o tal "levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima".

Não havia tempo para baquear. Não havia tempo para revoltar. Não havia tempo para racionalizar. Não foi nada fácil.  A sua partida repentina me devastou. Abriu um buraco imenso em minha vida, e na vida das meninas também. Não há como negar, a ausência física dói demais, a tristeza é inevitável e imensurável.  :'(

Mas eu não seria filha de Ronaldo e Solange se me permitisse entregar a essa dor sem tamanho. Não teria aprendido a lição de Fé, que sempre me ensinaram, se não fosse à luta imediatamente. Ok... o fato de compreender as leis espirituais ajudaram um bocado, impediram que houvesse revolta, facilitaram a aceitação. Mas também este conhecimento devo a ambos. ;) 

Foi tirando força da força que me ensinaram a ter que superei a dor, que segurei a barra da internação da Thabata, que enfrentei as enchentes no outro ano, que encarei uma mudança de cidade para ser promovida no banco, que tenho pautado todas as decisões de minha vida. Só espero não os estar decepcionando! ;)

Sabe, pai? Ainda hoje me pego querendo falar com você. Querendo ligar, pedir opinião, ouvir sua voz. Querendo um abraço como este da foto. Essa falta de contato é que maltrata. A saudade, nestes cinco anos, só fez crescer. A gente "acostuma", é verdade. Conforme passa o tempo, a saudade vai ficando mais "leve". Mas determinados momentos tudo é reavivado, e a "ficha" volta a cair como se tivesse acabado de acontecer. Como há algum tempo que cheguei em casa e pensei "que bom que cheguei cedo, posso ligar para o meu pai"... :( É... nesse dia desabei legal. Mas é que a saudade é grande demais, sabe?

Só que o dia hoje não é de tristeza, porque foi o dia em que alcançou aquilo que almejou por dez anos. O dia que reencontrou seu grande amor. O dia que se libertou de uma doença, que não sabemos ao certo o que era, mas que vinha lhe maltratando e podia maltratar ainda mais. O dia do seu REnascimento, na sua verdadeira morada. E é por ter certeza de que está bem, e que está feliz, que eu agradeço diariamente por ter ido da forma como foi. Rápido, sem grandes sofrimentos, em paz. Você merecia isso. Era É um grande sujeito. E eu AMO VOCÊ, com uma intensidade absurda. A saudade? Essa permanece, claro. E cresce, diariamente. Mas eu sei que é temporário, e em algum momento iremos nos reencontrar e dar muitos abraços, ainda mais felizes do que o desta foto aí. (e depois você vai apanhar um bocado por ter me deixado aqui tão cedo, viu??? :P )

Para festejar sua data, vou finalizar com um texto seu, que faz tempo que não publico, né?

"Nunca se esqueça, nem um segundo, que eu tenho o amor maior do mundo... como é grande o meu amor por você!"

Beijos, paizinho! AMO, AMO, AMO, AMO, AMO muito você!!!

Andréa

COMO SOMOS PEQUENOS...
(Ronaldo Tikhomiroff)

Desde o dia em que o homem percebeu sua superioridade sobre os demais companheiros da Natureza, fruto de uma capacidade de raciocínio inexistente em outras espécies, começou a cavar sua própria desgraça. Ao se sentir superior aos demais, ele se intitulou o senhor da Terra e a destruiu. Trouxe o extermínio de espécimes que aqui viviam sem incomodá-lo, trouxe a devastação das matas que só lhe ofereciam as condições mínimas de sobrevivência, trouxe a demarcação das terras a nós cedidas por Vontade Superior...e com isso, as guerras.

Não satisfeito, criou o dinheiro e distorceu sua finalidade. Da praticidade da moeda, surgiram a ganância, a corrupção, a extorsão, o roubo e o domínio dos mais ricos sobre os “menos favorecidos”. Apesar de todos serem frutos de uma mesma origem, o homem inventou o “sangue azul” e, com isso, criou as “famílias reais” que passaram a ser adoradas pelos chamados plebeus, na verdade gente da mesma espécie humana daqueles sanguessugas. Esqueceu-se de tudo aquilo que compunha, na verdade, sua essência. Esqueceu-se de amar o próximo e a si mesmo. Tornou-se um ser danoso a todas as espécies vivas, a toda a Natureza e...com toda sua inteligência...danoso à sua própria sobrevivência.

Ao tomar conhecimento das conseqüências da crise no nosso sistema de saúde, com greves paralisando hospitais, com doentes implorando por assistência médica, deitados no chão frio dos corredores de hospitais, chego a me envergonhar de minha condição de ser humano, de certa forma parceiro desses que demonstram um total desprezo pela vida humana. A que ponto chegou o ser humano, principalmente aquele que, pelo menos nas aparências, abraça uma profissão para ajudar a aplacar o sofrimento de seus semelhantes. Vira-lhes as costas pelo mais vil dos motivos: o dinheiro. Aquele mesmo dinheiro que levou Cristo ao sacrifício da cruz.

Como pode dormir sossegado um médico que se recusa a atender seus irmãos que sofrem, simplesmente porque não poderá somar um pouco mais a seu patrimônio? Como pode alguém usar a vida humana, não a sua, para barganhar um aumento salarial ou melhores condições de trabalho? Mesmo que a falta deste aumento signifique provações para si e sua família, certamente não pode ser trocado pelas vidas humanas que deveriam estar sob seus cuidados. Seus motivos, em princípio justos, deixam de existir, face à barbaridade infringida a seus semelhantes, que nele depositam suas próprias vidas.

Se a estrutura governamental não consegue, ou não se propõe a resolver o problema da saúde, é justo tal conta ser paga com a vida de pessoas que sequer contribuíram para tal problema? Da mesma forma que a atitude dos governantes é deplorável, também o é a daqueles que, por obrigação moral, pelo menos, deveriam estar nas frentes de batalha, socorrendo com muito amor a todos que deles necessitam. O que está faltando é exatamente isto:  AMOR!

Quantos indivíduos, que nada fazem de útil na vida, seja por se encontrar em posição financeira elevada, seja por vagabundagem, estão tomando conhecimento da situação caótica da saúde e sequer movem um dedo para tentar aplacar o sofrimento dos mais carentes? Como pode o sistema governamental falar em telefonia celular ou casa informatizada em um país onde os cidadãos são submetidos a situações humilhantes e degradantes por falta de lençóis nos hospitais? quantos lençóis a “socialite”, que nada faz na vida senão “badalar”, costuma usar para dormir? onde está o amor ao próximo? onde está a dignidade humana? quando o homem vai acordar e se tornar grande perante seu Criador?

Após resolvida a greve irresponsável na saúde, sejam quais forem os resultados, quem será o responsável pelas mortes e lesões irreversíveis dos inocentes que ficaram perambulando, implorando um atendimento médico? será você, DOUTOR? ou será melhor você rasgar seu diploma e se dedicar a trinchar carne em um matadouro? afinal, que diferença existe? se hoje você ocupa uma posição privilegiada na sociedade, esteja certo que sua prestação de contas perante o Pai não será diferente da de todos os seus irmãos que hoje você ignora. Porém você terá uma grande surpresa: será julgado com todo o amor que hoje você negou a seus semelhantes. Isto não é uma ameaça. É uma certeza irreversível.

Este é mais um momento para refletirmos. De nada adianta nossa indignação pelos fatos que ocorrem em nossa volta se não procurarmos crescer. É no crescimento interior do ser humano que reside a cura para os males criados pelo próprio homem. De nada vale criticarmos os fracos de espírito, se viramos as costas para aqueles que precisam de nosso auxílio. Pois são os fracos de espírito os que mais necessitam de auxílio.

Na atual conjuntura mundial, onde a degradação do ser humano se evidencia a cada instante e em cada rincão da Terra, é necessário, é urgente que todos aqueles que possuam um mínimo de discernimento sobre seu papel, sobre seus deveres enquanto ser humano, reconheçam os erros e procurem minimizar a miséria humana. Aqueles que possuem o privilégio de reconhecer seus próprios erros, de tentar corrigi-los a cada queda, se tornam grandes perante os infelizes que sequer enxergam a razão de sua própria existência e que precisam de luz para, pelo menos, saberem onde estão pisando e para onde estão se dirigindo.

É essencial que o homem do final do século XX reconheça quanto é pequeno em suas atitudes e que, através do caminho interno, buscando sua essência, procure crescer e se tornar digno de seu Criador.

A tempo: mais uma criancinha morreu por falta de atendimento médico na rede pública...Que Deus perdoe os fracos de espírito!

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Inclusão e EJA


Em fevereiro comecei, como muitos sabem, a lecionar à noite, em uma sala de jovens e adultos. Não é uma sala de ensino regular, mas um projeto da prefeitura aqui de Itatiba, que reúne alunos que já estão na escola há vários anos e continuam com imensas dificuldades de aprendizagem. Teoricamente, é uma sala que tem alunos de 1ª a 8ª série mas que, em verdade, tem alunos com dificuldades graves na alfabetização e na matemática mais básica. Ou seja, alunos que passaram anos tentando aprender, "passando de ano", mas sem aprender de fato. :/ Uma sala pequena, poucos alunos, mas que têm uma necessidade imensa de aprender e avançar.

Impossível não traçar um paralelo com os relatos que vejo do processo de aprendizagem das crianças com deficiência. Que ficam em sala de aula e não aprendem, ou por não serem desafiados como deveriam, ou por não terem um olhar diferenciado do professor, ou por que motivo for. Essa sala em que estou lecionando me remete às chamadas "salas especiais", onde os alunos com deficiência são separados dos demais, para "não atrapalhar" ou porque "não vão conseguir mesmo, deixa ali". :'(

Confesso que para mim foi um desafio imenso! Ainda mais se pensar que, apesar de sempre ter me envolvido com a Educação de uma ou outra forma, apesar de ter me formado pedagoga há alguns anos, nunca havia trabalhado em sala de aula, salvo em uma escola de informática. Para piorar, entre a atribuição e o início das aulas tive apenas um final de semana e nenhuma orientação concreta, sequer uma pista de quem eram os alunos e o que eles já haviam estudado. o.O É verdade... não havia um histórico, um portfólio, anotações, material, o que fosse, para eu me basear.

Mas não temo desafios. Encaro e vou em frente. Não seria eu brasileira, ariana, e ainda filha de dona Solange e seu Ronaldo, se fosse diferente! :D E assim fui eu para o primeiro dia, conhecer meus alunos e procurar perceber o que cada um deles sabia para tentar encontrar um ponto de partida e ajudá-los a evoluir em seu aprendizado. Hoje posso dizer que conheço cada um deles, e sei o que cada um domina melhor ou encontra maior dificuldade. Desta forma, posso tentar auxiliá-los a superar esses "pontos fracos", e a valorizar seus "pontos fortes" também. Posso dizer também o quanto é prazeroso ver cada passo dado, cada conquista, cada avanço. Eles são capazes, claro que são! Mas precisam de alguém que se importe, que acredite no potencial deles, e que queira, de fato, vê-los avançar! ;) Alguma semelhança com as questões ligadas à inclusão???

No início eu precisei usar de criatividade para ganhar a confiança deles e mostrar que sabem, na verdade, muito mais do que imaginam. Começamos revendo todas as "famílias" do alfabeto. Eu propunha uma e eles iam à lousa escrever as palavras que conhecessem. Claro que, por diversas vezes, grafavam de forma errada. Mas aí eu falava a palavra novamente, sílaba por sílaba, e eles mesmos iam chegando à escrita correta. Foi ótimo, porque mesmo os mais "fechados" começaram a se soltar e a tentar. :D Quando terminamos essa revisão, e me dei conta que tínhamos mais de 800 palavras, propus o preparo deste caderno da foto. É uma espécie de glossário, para que possam usar como fonte de consulta quando têm dúvida sobre a grafia de alguma palavra. Tem sido bem bacana, e a cada aula nós ampliamos ainda mais o seu conteúdo! ;)

Mas o que mais me chamou a atenção desde o princípio, entretanto, foi a baixa autoestima de todos ali. Como se sentem menos do que os outros por não dominarem a escrita, a leitura e a matemática! Entre uma explicação e outra, entre uma atividade e outra, é importante falar, motivar, compartilhar experiências. Mostrar que, se eu domino a leitura e a escrita, eles dominam assuntos que para mim são verdadeiros mistérios. Mostrar que, por mais que se domine um assunto, nunca se sabe TUDO, sempre há o que aprender, sempre se está sujeito a erros. Mostrar que cada um tem um talento, uma facilidade. E que cada um tem mais dificuldade em alguma coisa também. Mais do que isso, mostrar que cada saber é importante. Ninguém é melhor do que ninguém. Somos, apenas, diferentes. ;) Ops! Reconheceu aí algo que deveria acontecer no ensino regular? Pois é... :)

Não é fácil, longe disso. Ainda mais porque, no caso dos adultos, eles trazem um histórico de depreciações, seja de casa, seja da escola, seja do trabalho, do círculo de amigos, que torna tudo mais complicado. Uma de minhas alunas ouve, da própria filha (que está na faculdade) que "é burra, não dá para entender porque perde tempo indo à escola, não vai aprender mesmo"! o.O Desfazer isso é difícil, e se a pessoa não acredita em si mesma, como pode caminhar? Cada coisa que você pede se torna um peso imenso, porque ela tem certeza absoluta de sua incapacidade! Mostrar que ela pode, que ela consegue, é um desafio. Mas um desafio recompensador, podem ter certeza! :D

É preciso fazer com que eles entendam que eles não são "burros" ou incapazes. Apenas não têm mais o cérebro "fresco" e pronto a aprender de uma criança. Existem conceitos arraigados, existem aprendizados errados (na fala, principalmente, que se reflete na escrita), existe a baixa autoestima para complicar. O esforço demandado é maior. Muito maior. Mas nem por isso é algo impossível de ser alcançado. Nem por isso é um sonho irreal. E o prazer por cada etapa alcançada é, certamente, muito maior! ;)

Procuro, todos os dias, reafirmar aos meus alunos o quanto eu confio na capacidade deles, e como fico feliz com cada passo que eles dão. Cada resposta certa é valorizada, comemorada. Cada linha lida, mesmo que tropegamente, é aplaudida. Cada frase escrita, mesmo que com erros de ortografia, é elogiada. Valeu o esforço! E o erro, quando acontece, é sanado da forma mais natural possível, explicando novamente, relembrando o que foi visto, tentando fazer com que eles próprios reconheçam e façam a correção. Tem dado certo. :)

Hoje, a adição e a subtração já não são um "bicho de sete cabeças" (ok... talvez tenha umas quatro cabeças ainda... :P), a escrita já não é um "bicho papão", a leitura não é mais um "monstro"... aos poucos eles vão caminhando. Restam três bimestres ainda para que eu possa ajudá-los. O trabalho está só começando!!! :D Mas eu tenho muita confiança de que chegarão ao final do ano bem mais preparados do que estavam em fevereiro. Espero estar certa! ;)

Estou satisfeita com o que tenho acompanhado de meus alunos. Mas, mais do que isso, percebo que apesar da realidade dos adultos ter diferenças óbvias da realidade das crianças, há posturas exigidas do professor, que se assemelham em todas as etapas. Coisas que venho falando há tempos, e que a prática só vem reforçando. É preciso enxergar a heterogeneidade existente na sala de aula. É preciso procurar ter um olhar diferenciado para cada aluno, mesmo em meio a uma sala mais cheia. É preciso valorizar os acertos e conquistas, ao invés dos erros. É preciso mostrar confiança na capacidade dos alunos e, desta forma, também trabalhar a autoestima de cada um. É preciso mudar a forma de avaliar, porque depender de provas, notas, é excludente. É preciso dar maior atenção àquele aluno que tem dificuldade, ao invés de deixá-lo de lado, entregue à própria sorte, como se tentar ensinar a ele não "valesse a pena". Até porquê, sempre vale. Talvez até mais. ;)

Não nego as dificuldades enfrentadas pelos professores do ensino regular, com salas superlotadas e poucos recursos. Tenho visto diariamente, meus colegas que lecionam no EJA regular, lutando para superar os desafios e as dificuldades. Mas, exatamente por isso, tudo que venho vivenciando tem me dado, cada vez mais, confiança de que este nosso sistema está ultrapassado, precisando ser revisto, renovado, transformado. Por uma Educação de melhor qualidade, por uma Educação de verdade, por uma Educação que contemple a todos. 

Eu volto.

Andréa

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Meus amigos, minha comunidade


É o tema deste ano do Dia Internacional da Síndrome de Down, que se comemora amanhã. Fui, então, atrás das fotos dos meus amigos de todos os tamanhos, onde aparecessem comigo, para preparar um scrap especialíssimo! Acabou faltando um bocado de gente, como era de se esperar. Não encontrei todas as fotos que queria... sem contar que são amigos demais! Bom... ainda bem!!! :D Tudo bem que muitos dos pequeninhos aí já nem são mais tão pequeninhos... e tem amiguinho que Papai do Céu chamou para perto Dele também. Mas são todos muito amados, e eu morro de saudades de cada um e daqueles que não aparecem no scrap! ;)

O Dia Internacional da Síndrome de Down é comemorado dia 21 de março em alusão à trissomia do cromossomo 21. É um dia não para "celebrar a síndrome", mas de comemorar as vitórias e fazer lembrar de tudo que ainda precisamos transformar na sociedade, para que estas pessoas sejam aceitas de fato e tenham oportunidade real de se desenvolver plenamente, tornando-se independentes, autônomas. Começa, claro, pela escola. E que luta ainda é conseguir incluir as crianças com Down nas escolas regulares!!! Não só com Down, claro, mas com qualquer deficiência. :/

Estes dias estava comentando com uma professora... como é possível pensar que já se passou mais de 20 anos da Declaração de Salamanca e ainda estarmos engatinhando neste sentido? Ano passado foi aprovada a Lei Brasileira da Inclusão, que entrou em vigor este ano, e existe todo um movimento das escolas particulares para poderem burlá-la! Os argumentos são tão absurdos... e é tão CRUEL pensar que alguém pode impedir uma criança de estudar! :'(

Então o dia hoje é para lembrar ao mundo que essas pessoas existem, e em grande número. São crianças, jovens, adultos, que estão aí do seu lado, querendo apenas ter os seus direitos de cidadãos garantidos. Querendo apenas serem respeitados como indivíduos únicos que são (eles não são a síndrome de Down, apenas a possuem), querendo ter direito de estudar, trabalhar, namorar, casar, como qualquer pessoa. O fato de o ritmo deles ser um pouco mais devagar não os impede de conquistar isso tudo! Temos tantos exemplos por aí para comprovar! Basta que eles tenham OPORTUNIDADE! E não é assim com qualquer pessoa? ;)

Ano passado eu contei como me apaixonei por essa turminha de olhos amendoados. Quem não leu, o link é esse aqui.

Deixo vocês com o SHOW que a Paloma deu ontem à noite no Altas Horas!


Feliz dia, meus amores!!! Que tenhamos, a cada ano, mais e mais vitórias para celebrar! Que cada um de vocês conquiste TUDO aquilo que desejar! Que seus pais não se deixem abater por atitudes preconceituosas, e sigam em frente, abrindo as portas para que vocês possam passar brilhantemente! Vocês PODEM tudo! Basta que ACREDITEM nisso e sigam em frente! Eu acredito! ;)

Eu volto.

Andréa


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Novidades, explicações, atualizações

Olá a todos!!! Estou sumida, né? Esse ano está complicado mesmo manter um ritmo como eu queria! Neste último mês foram muitas novidades, e a primeira delas já explica o porquê de ter complicado tudo... 


Sim! Consegui finalmente começar a lecionar!!! :D É uma turma que tem desde jovens de 18 anos até senhoras de mais idade. Alunos que já estão na escola há alguns anos, sem grandes progressos. Alunos que precisam desenvolver alfabetização, as quatro operações, enfim... tudo! Do início! Um grande desafio, principalmente porque cada um está em um ponto diferente. É uma sala multisseriada, alguns mais avançados, outros mais atrasados, então é um trabalho quase que individual com uma turma de (efetivamente) cerca de 12 alunos. E o que estou achando disso? Oras, estou simplesmente AMANDO! Cada passo dado, cada conquista, é muito gratificante! Tenho confiança de que cada um ali vai chegar ao final do ano com uma evolução muito grande! ;)

E semana passada resolvemos dar um passo importante em nossas vidas...



Sim! Compramos um carro! Parcelado a perder de vista, claaaaaaaaaaro... mas a verdade é que um carro era algo que já nos fazia muita falta, Itatiba é diferente de Serra Negra, tudo depende de condução e os ônibus têm horários restritos. E agora, com a proximidade da chegada do Gregório, eu me afligia de imaginar como seria se precisássemos sair de urgência. No Carnaval, por exemplo, Thabata teve umas dores e precisou ir à Santa Casa à noite. Não havia ônibus mais, eu estava sem dinheiro em casa, não achava um táxi que aceitava cartão, podíamos pedir uma ambulância para ir, mas e para voltar? Precisei apelar para o vigia da rua que a levou de moto e depois foi buscá-la. Eu nem pude ir junto. Que jeito? :(

Aí Samara começou as aulas, mudaram horários, e a van não conseguia atender como ela precisava. Para piorar, a faculdade é muito fora de mão, são quatro ônibus de casa até lá. Então resolvemos pesquisar, um mais velhinho mesmo, que tivesse uma parcela próxima do que já pagávamos da van. Acabamos conseguindo um Celta, e acho que fizemos um bom negócio. Vai nos dar flexibilidade e tranquilidade com relação a qualquer eventual emergência.

E essa semana Thabata foi espiar como seu Gregório anda lá dentro da barriga... :P a ultrassonografia hoje é impressionante, perfeita demais! Olha só como ele já está formadinho!


Maio está encostado aí já! Será que ele vai desbancar mais esse "tabu" aqui em casa? Era uma família que só nascia menina e essa regra ele já ignorou... depois, todas as que foram previstas para maio (eu, Samara e Thabata) nascemos em abril... :D será que ele espera quietinho até maio??? Daqui a pouco saberemos! ;) Aguardem os próximos capítulos! ;)

O chá de bebê virtual está caminhando bem! Foi uma ideia muito bacana, já que temos muitos familiares e amigos morando longe. Ah, não sabia disso ainda??? Pois é, existem lojas que você pode preparar listas de presentes para chá de bebê (ou de fraldas, ou de aniversário) para que as pessoas que estão mais distantes possam participar! Basta comprar o que quiser na loja, e a entrega é feita diretamente para o presenteado! Ideal para aqueles, como nós, que moramos longe de todos! A lista do Gregório está aqui! ;)

Então é isso! Sumi não, só estou atarefadíssima (ainda mais) com essa rotina dobrada! Saio pela manhã e volto quase 23h para casa, feliz, mas mais acabada do que outra coisa! :D Não vou abandonar esse cantinho, apenas o ritmo vai precisar ser mais "light" que ano passado!

Eu volto!

Andréa


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20 anos sem minha Vovinha Baixinha...



Que loucura como passa o tempo... 20 anos! Você foi a última dos quatro avós a nos deixar, e para mim a mais difícil, com toda a certeza. Não porque gostasse mais de você que dos outros, mas porque era com quem tinha mesmo mais afinidade. Era com quem ficava à vontade para conversar sobre qualquer assunto. Um encontro de almas, realmente.

Quando, em 1993, vovô "abriu a fila", indo embora daquela forma tão repentina, você já estava doente. Já vinha lutando há tempos, chegou a ficar sem andar e ele lhe fez ficar de pé novamente. E, quando conseguiu... se mandou e nos deixou falando sozinhos. :( Não esqueço jamais a visão da sua chegada para a despedida dele... tão pequenina, tão frágil, que eu jurava que não chegaria nem ao dia seguinte. Mas qual! Era uma LEOA mesmo, guerreira, valente, que nos disse que ele havia lutado para lhe ver de pé e que você não iria cair! :D Lutou ainda três anos, jamais se entregou, mas a "bendita" muitas vezes é implacável. 

A sua "fase final" foi sofrida... mas nem assim você esmoreceu. Não pude estar mais perto de você nesse período, porque tínhamos a loja, que segurei para mamãe ficar ao seu lado, Alessandra estava esperando a Thabata, chegou a ter ameaças de parto prematuro, Samara era pequenina, menos de 2 anos... mas estávamos juntas, como sempre estivemos. Em alma, em coração. E continuamos assim! ;)

Samara foi um capítulo à parte. Ela amava tanto, tanto, tanto a Bisa dela... como esquecer você levantando para ir ao banheiro e ela lhe dando a mãozinha para ajudar, e esperando do lado de fora para lhe acompanhar de volta ao sofá? ;) Tinha um cuidado, uma delicadeza com você, que emocionava a quem via! Quando você foi para o hospital ela ficou super mal humorada, mexida mesmo... um dia, quando mamãe voltou para casa depois de passar a noite com você, ela mostrou uma foto sua com vovô e disse "o biso 'perando a bisa, casa dela"... :'( Como podia, tão pequena, saber tanto???

E na noite de sua partida ela sentiu... chamou muito você enquanto dormia. Depois soube por mamãe que você a chamava também. Depois da notícia da sua partida, ela parecia outra, alegre, como que aliviada por lhe ver livre da dor. Coisas que ninguém explica! ;)

Naquela fase, a música "Se todos fossem iguais a você" se tornou uma constante em minha cabeça... era como se eu a cantasse para você. Na última noite, não conseguia "desligar o som", ela ficou constante, uma despedida nossa, sei lá. Até hoje, sempre que ouço essa música, sinto como se estivesse perto de mim... bom, talvez esteja, mesmo que eu não veja, né? :)

Ah... quanta saudade eu tenho da minha "Dona Benta" nas brincadeiras do Sítio do Picapau Amarelo, que fazia "Mary Poppins" para o lanche, com quem eu passeava por Botafogo, indo até a Mena comprar roupinhas para boneca, ou até a Sears (parando para um sanduíche de sorvete no caminho). Minha "Vovinha Baixinha"... apelido cheio de carinho que lhe dei ainda menina e que você gostava tanto... que brincava comigo de bola, de "mamãe posso ir", e de tantas outras coisas, no pátio da Estácio Coimbra... quantas lembranças e quanta saudade!!!

Vovinha... hoje o dia aí é de festa, de celebração! Então receba meu amor, meu carinho imenso! Que uma chuva de beijos chegue até você hoje, tá? AMO MUITO VOCÊ!

Andréa


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