E o ano que não tinha fim... chega ao fim!


Pois é... finalmente chega a hora de 2015 se despedir! Um ano difícil para muitos, tanto que era comentário meio que geral o fato de parecer não acabar nunca! :D Mas acabou, afinal! Daqui a algumas horas ele se despede de vez e abre espaço para um novo começo, para novas esperanças! Como bem escreveu o grande Drummond:
"Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. 

Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. 

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente."
É bem isso. A cada "virada de ano" temos a sensação de recomeço, de novas oportunidades, novos sonhos... por mais que seja psicológico, a sensação de alegria, a explosão conjunta com os fogos, é real. A gente começa o ano novo de alma lavada, dando por encerrado um ciclo para iniciar outro, e sempre esperando que seja muito melhor! ;)

Então, deixo para vocês a "Receita de Ano Novo", também de Drummond:

     Para você ganhar belíssimo Ano Novo
     cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
     Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
     (mal vivido ou talvez sem sentido)
     para você ganhar um ano
     não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
     mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
     novo até no coração das coisas menos percebidas
     (a começar pelo seu interior)
     novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
     mas com ele se come, se passeia,
     se ama, se compreende, se trabalha,
     você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
     não precisa expedir nem receber mensagens
     (planta recebe mensagens?passa telegramas?).
     Não precisa fazer lista de boas intenções
     para arquivá-las na gaveta.
     Não precisa chorar de arrependido
     pelas besteiras consumadas
     nem parvamente acreditar
     que por decreto da esperança
     a partir de janeiro as coisas mudem
     e seja tudo claridade, recompensa,
     justiça entre os homens e as nações,
     liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
     direitos respeitados, começando
     pelo direito augusto de viver.
     Para ganhar um ano-novo
     que mereça este nome,
     você, meu caro, tem de merecê-lo,
     tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
     mas tente, experimente, consciente.
     É dentro de você que o Ano Novo
     cochila e espera desde sempre.


Que no próximo ano sejamos mais tolerantes, mais amorosos, menos juízes da vida alheia. Que saibamos a respeitar a opinião e a postura de nossos semelhantes, sem tantas críticas, sem nos sentirmos "donos da verdade", sem tanto "mimimi". Que aprendamos a olhar a diversidade com compreensão, aceitação, respeito. Que a inclusão deixe de ser pauta de discussão e se torne realidade. Que os direitos de todos a uma vida digna, plena, seja respeitado. :D 

Um FELIZ 2016 a você e sua família! Que seja um ano de prosperidade, de sonhos realizados, de muita saúde, muita alegria e muito, muito, muito AMOR!

FELIZ ANO NOVO!!!

Eu volto.

Andréa

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Vamos celebrar!!!


Amanhã comemoramos o aniversário de nascimento do Cristo! :D É hora de elevarmos nosso pensamento para lembrar dAquele que veio nos falar de AMOR. Amor de verdade, universal. Amor sem limites, sem preconceitos, sem escolhas. Sentimento tão em falta hoje em dia... tenho falado tanto nisso... que tal aproveitarmos a data para relembrarmos as Suas palavras, as Suas lições, e passarmos a olhar nossos irmãos com mais tolerância e com menos julgamento? 

Antes de pensarmos na ceia, nos presentes, que tal uma oração para agradecermos pelas bênçãos recebidas ao longo do ano? ;) Por mais provações que tenhamos passado (e foi um ano bem complicado para muita gente, em vários sentidos), certamente temos MUITO a agradecer! Cada prova nos traz uma lição, um aprendizado. Cada queda traz uma guinada, um impulso para crescermos ainda mais. Cabe a nós, claro, usar nosso livre-arbítrio para perceber e fazer uso daquilo que nos é mostrado. Afinal, por mais duro que pareça, tenho certeza que nada é à toa, e que jamais recebemos uma carga maior do que nossos ombros podem suportar. E olha... tenho bastante experiência nesse sentido, hein??? ;)

Vamos celebrar! Que Deus abençoe a cada um de vocês, suas famílias, seus entes queridos. Que a noite seja de festa, mas também de festejar Aquele que veio há mais de dois mil anos para nos ensinar que é o AMOR a chave de tudo.

Deixo para vocês um texto de meu pai.

FELIZ NATAL!!!

Eu volto!

Andréa

É NATAL
(R. Tikhomiroff)
É tempo de renascer...
Simbolizado pelo nascimento do Menino-Jesus -  portador da mensagem divina do Amor Universal - o renascimento das esperanças do homem se faz presente em todos os corações...
É tempo de repensar...
Afinal, de que valeu a vinda do Filho de Deus, exemplo de humildade, pureza de espírito, amor e fé, se o homem o esquece a cada dia? Será necessário fixarmos uma data para que, ao menos uma vez ao ano, nos lembremos de tão sublime Ser?
É tempo de reavaliar...
Nossos atos do dia a dia são coerentes com nossa manifestação de alegria a cada Natal? Será hipócrita esta atitude? Temos realmente devoção ao Cristo se o negamos a cada instante, lutando como verdadeiros animais pela nossa sobrevivência? Onde está a verdadeira Fé?
É tempo de arrependimento...
Aproveitemos este Natal - porque não? - para passarmos a limpo nossa consciência, dita cristã, e nos tornarmos realmente merecedores do sacrifício do Cristo. Nunca é tarde lembrar que o nascimento daquela criança, há dois mil anos, foi um ato de Amor ao homem, pois a partir de sua chegada à Terra iniciou-se seu sofrimento por nós.
É tempo de Natal...
Vamos iniciar o cultivo, em nossos corações, do amor a nossos semelhantes, às plantas, aos animais, à Terra e ao Cosmos, pois deles todos somos irmãos perante o Pai único. Que isso aconteça a cada dia, a cada instante, sem a necessidade de nos valermos de datas especiais para nos redirecionar em nossa caminhada. Foi isso e somente isso que nos ensinou o Menino-Jesus...
Tão pouco...e tão infinito!
Feliz Natal!

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Respeitar a linguagem é respeitar o outro


Estou prometendo este texto há tempos... se eu fosse escritora estaria (mais) falida! Vejo e revejo os textos tantas vezes, corrijo, altero, mudo... é um processo longo até eu achar (mesmo sem ter muita certeza) que está bom e decidir publicar. :D Insegura? Exigente demais? Um pouco de cada, talvez... :P

Comecei a escrever este texto por causa de comentários que me incomodam profundamente, vindos de pessoas amigas até (e não são por maldade, apenas costume) sobre seus filhos com deficiência. Muitas vezes estas mães se referem a si mesmas como "mães especiais". Não duvido que o sejam, mas acredito sinceramente que todas as mães que amam seus filhos (com ou sem deficiência) e que batalham por eles, por seus direitos, são especiais. A missão de cada uma (de cada um) é única, cheia de percalços, não é o fato de ter um filho com deficiência que vai fazer ninguém melhor que o outro, e sim as atitudes perante a vida, as dificuldades, as possibilidades. ;) 

Afinal, uma mãe solteira, que cria sozinha seus filhos (ainda que não tenham deficiência), não é também especial? Uma mãe que batalha para tirar seu filho das drogas ou das más companhias (e não se iludam, ninguém está livre disso) não é também especial? Uma mãe analfabeta, que luta para ver seu filho formado, não é também especial? Uma mãe que tem um filho com bronquite, diabetes, cardiopatia, câncer, que tem que lutar pela saúde de seu filho diariamente, não é também especial?

Mas o que me incomoda, de verdade, é quando as mães se referem aos seus filhos com deficiência como "meu filho especial"... porque invariavelmente me lembro do questionamento do filho de uma amiga, ao vê-la falar desta forma de seu irmãozinho: "mãe, por que só ele é especial? Eu não sou?" O que se responde a uma criança nessa situação? Todo filho é especial, sejam quais forem suas necessidades, poxa! :( Imagina como se sentem os irmãos dessas crianças... uma criança, independente da sua condição física ou genética, é uma criança e é assim que deve ser tratada. Diferenciar as crianças com deficiência das demais só aumentará o preconceito e a discriminação. Afinal, se os próprios pais a distanciam, como podem pretender que os outros olhem para ela sem piedade?

Entenda: não estou falando de ignorar a deficiência ou as diferenças que ela traz, mas de se tratar a criança com deficiência da forma mais comum quanto for possível dadas as suas condições. De permitir que ela viva com as outras da forma mais natural possível, que conviva, brinque, corra riscos. Que ela seja exigida para que possa se superar (como qualquer um, aliás). Que ela seja desafiada. Que não fique encarcerada numa redoma de vidro como um ser estranho que deve ser admirado de longe. A deficiência jamais deve vir à frente da pessoa. O indivíduo é o mais importante, não a sua deficiência! Como diz meu amigo Fábio Adiron, "a inclusão começa em casa"! Pense nisso! ;)

E já que comecei a tocar no assunto "linguagem", não há como não esbarrar no tal do "politicamente correto" que é tão atacado hoje em dia. É claro que tudo que é exagerado perde o sentido, mas na verdade o que se espera é que as pessoas sejam tratadas com respeito, independente de suas características. E vale para tudo! A pessoa que usa óculos não é "quatro-olhos", a que está acima do peso não é "balofa", a que está abaixo do peso não é "varapau". ;)

Não há problema em falar que uma pessoa é negra, mas se começar com "escurinho", "pessoa de cor", ou termos ainda mais chulos que vemos diariamente, a coisa muda de figura. Pense: por que as pessoas dizem "bonito aquele rapaz negro" ao invés de "bonito aquele rapaz"? Alguém diz "bonito aquele rapaz BRANCO"??? Então por que é preciso destacar a etnia quando a pessoa em questão é negra? :/

Se uma pessoa é gay, este é o termo correto, podendo até ser homo, bi, transexual, mas não "boiola", "sapatão", ou outros termos ainda piores. Se a pessoa é cega, pode-se usar este termo normalmente, assim como "deficiente visual", mas não é "ceguinha", né? O surdo, ou deficiente auditivo, não é "surdo-mudo", pode apenas não ser oralizado por ter nascido surdo e não ter desenvolvido a oralidade. A pessoa com deficiência física, que pode ser identificada (se for o caso e não apenas como um rótulo) como cadeirante, não é "aleijada". Não se usa mais, sequer, o termo "portador de deficiência". Quem porta algo pode deixar esse algo em qualquer lugar, e isso não ocorre com a deficiência. Portanto, o correto é dizer que a pessoa TEM deficiência. Simples assim. ;)

Percebe que não precisa um esforço tão gigantesco, que basta respeitar o outro? Entrando em um campo um pouco mais nebuloso, o da deficiência intelectual (e não mais mental, para não confundir com as doenças mentais que são totalmente diferentes), encontramos uma série de termos pejorativos que são usados comumente pelas pessoas como forma de depreciar o outro, ou (o que é pior) como xingamentos mesmo. É o caso de "mongoloide" e "retardado"...

Há muitos anos, as pessoas com síndrome de Down eram chamadas "mongoloides" devido à semelhança de suas características físicas com as das pessoas nascidas na Mongólia. Era o termo que constava na ficha do homeopata de minha mãe (comentei a respeito aqui) e, mesmo, no grupo espiritualista onde comecei meu contato com estas pessoas. Só que o termo passou a ser usado de forma muito depreciativa, como adjetivo para pessoas incapazes. Não à toa, as próprias pessoas com Down não o aceitam mais, e continuar a utilizá-lo é forma grave de ofensa a todas elas, mesmo que o termo seja direcionado a uma pessoa sem Down. 

Só para terem uma ideia da extensão disso, há alguns anos um apresentador da MTV, no programa de maior audiência da emissora, "brincou" com um colega chamando-o de "mongoloide". A reação foi imediata! Os jovens com Down que assistiam à MTV ficaram indignados, e com razão! A MTV recebeu uma enxurrada de mensagens de repúdio, dos jovens, dos pais, dos grupos de apoio, e acabou gravando pequenos esquetes com jovens com Down falando dos mais diversos assuntos (profissão, política, hobbies, etc.) para exibir ao longo de sua programação, como forma de se retratar.

Com relação ao "retardado", que as pessoas usam como se fosse água, e que afeta não só às pessoas com Down mas a todos aqueles que têm algum tipo de deficiência intelectual, a coisa é tão séria que existe todo um movimento para banir de vez por todas a "palavra com R". Dê uma espiada aqui. ;)

Ou seja, antes de considerar o "politicamente correto" mera chatice, pense se você gostaria de ser chamado daquela forma ou se iria se sentir ofendido. Antes de fazer uma piada, veja se ela é realmente engraçada ou se apenas está disseminando alguma forma de preconceito. Antes de colocar um apelido em alguém, veja se ela vai curtir, se vai achar carinhoso ou engraçado, ou se vai se aborrecer com ele. CLARO que todos cometemos erros, mas se nos mantivermos alertas, cada vez isso acontecerá com menos frequência! Será que é pedir demais? Será que existe alguém tão perfeito assim, que seja capaz de escapar incólume de toda forma de depreciação, de falta de respeito?

"Quem de nós é um ser humano exemplar, quem de nós não tem espelho pra se olhar, quem de nós é capaz de atirar a primeira pedra sem se machucar?" (Álvaro Socci/Claudio Matta)

Só para terminar, esqueça um pouco o termo "normal". Afinal, o que é ser "normal"? Qual o parâmetro? Quem pode decidir isso? Então use, sem medo de errar, "comum", "regular", "típico" e, no caso de pessoas, "sem deficiência" basta como definição.

Prestar atenção na linguagem é respeitar o outro, é tratar o outro como queremos ser tratados. É perceber que ninguém é melhor que ninguém. É olhar o outro com olhos de amor e de igualdade, e não de crítica ou superioridade. Não é difícil, basta prestar um pouquinho de atenção. Vamos tentar? ;)

Eu volto.

Andrea
(e não se esqueçam da campanha do Passo a Passo! Eles precisam MUITO da sua ajuda!)

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Com Você "Passo a Passo" em Nova Casa


Amigos, assunto mega importante! 
O Instituto Passo a Passo é uma instituição seríssima aqui em Itatiba, que atende crianças e adolescentes com deficiência ou dificuldade motora através da Equoterapia. Já participei de algumas ações lá, inclusive fiz palestras em duas ocasiões, e agora a instituição precisa da nossa ajuda, pois o local locado para o trabalho há 14 anos foi pedido de volta e eles precisam arrumar outra sede com urgência. 
Segue abaixo o texto da campanha, extraído do site Kickante
Colaborem! Divulguem! Ajudem!
Obrigada!
Andréa

Há 14 anos, nós do Instituto Passo a Passo –  facilitamos o desenvolvimento humano por meio do cavalo. Atendemos crianças e adolescentes com algum tipo de deficiência ou dificuldade motora, emocional e de aprendizagem, por meio da Equoterapia.
A Equoterapia é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas áreas da saúde, educação e esporte.
Equoterapia na Paralisia Cerebral
E um método reconhecido pelo Conselho Regional de Medicina e a instituiçao é filiada a Associação Nacional de Equoterapia- ANDE BRASIL.
Oferecemos o tratamento de Equoterapia, totalmente gratuito. A criança fica por dois anos, e após este período, atendemos a outras pessoas da fila de espera, que hoje ultrapassa o número de 100 pessoas.
Atendemos em torno de 90 crianças e adolescentes e suas  famílias, para que estas se fortaleçam e consigam otimizar o desenvolvimento dos seus filhos em seus lares e nas escolas.
Equoterapia e autismo
Infelizmente, com o crescimento de Itatiba/SP em ritmo acerelado, o local que locamos pra realizar os atendimentos  nos foi pedido pois será loteado. Temos 5 meses para encontrar um local para nossos 11 cavalos, 90 crianças e famílias, voluntários e colaboradores, para que esta atividade não pare.
Para que possamos dar continuidade à nossa missão de facilitar o desenvolvimento integral dessas pessoas por meio do cavalos, necessitamos, o quanto antes, mudar para outro local. Após muita procura, encontramos o local ideal no município de Itatiba e acolher tanto os nossos praticantes, cavalos e todos que trabalham para essas pessoas.
Sindrome de Down e Equoterapia
Agora, precisamos do seu apoio para conseguir o recurso necessário para aquisição da nova terra!
Queremos que esta iniciativa consiga  envolver um grande número de apaixonados por cavalos, por pessoas e pela Equoterapia.
QUEREMOS UM MUNDO MELHOR POR MEIO DE PESSOAS MELHORES.
Participar é muito, muito fácil. São dois passos:
1.   Escolha o valor da sua contribuição
2.   Escolha a forma de pagamento, boleto ou cartão de crédito (parcele em até 6x com parcela mínima de R$ 25).

Equoterapia e Sindrome de Down
Kickante é um site seguro e é um dos maiores sites de crowdfunding do mundo arrecadando fundos para causas nobres no Brasil afora e tirando muito projeto sensacional do papel.
O Instituto Passo a Passo  está situado atualmente em um Haras no bairro do Cruzeiro, em Itatiba, interior de São Paulo, onde conseguimos, além de proporcionar os atendimentos equoterápicos,  ministrar cursos para profissionais da Equoterapia e trabalhar com o desenvolvimento de líderes por meio do cavalo.
Porém, não conseguiremos ampliar nossa atuação, e nem dar continuidade a este projeto se não formos para nossa casa. 
Estamos em uma nova fase. Nestes 14 anos de atuação, e 10 anos com a entidade fundada, atendemos mais de 1500 pessoas e muitos profissionais das áreas da saúde, educação e equitação passaram por nós para poder multiplicar uma Equoterapia de qualidade no Brasil. 
Mas, para que possamos dar continuidade ao desenvolvimento de pessoas com deficiências por meio da equoterapia, preparar mais profissionais para atuação nesta área e possibilitar o desenvolvimento humano por meio do cavalo, a mudança se faz necessária e urgente.

Cursos de Equoterapia no Instituto Passo a Passo
Porque continuar em Itatiba?
Com  a estimativa - 111.620 habitantes - 2014 (IBGE) e expressivo número de crianças e adolescentes com algum tipo de deficiência ou necessidade educativa especial, Itatiba precisa que o Instituto Passo a Passo supere este desafio.
Trabalhos cientificos apresentados em congressos nacionais e internacionais demonstram a importancia do trabalho realizado para inserção social e alfabetização dessas crianças.
Com apoio que sempre tivemos da sociedade e do setor publico , com a grande demanda de pessoas a serem atendidas e com os profissionais capacitados residindo na região, cremos que podemos continuar contribuindo com essas pessoas.
Por estar perto, mas suficientemente afastada do agito de São Paulo: são 80 km pelas Rodovias Fernão Dias e Bandeirantes,, com boas estradas de acesso, localizada no circuito das frutas e com abundante natureza  os cavalos podem ter uma qualidade de vida e proporcionar saúde para os que dele necessitam.
Estamos vivendo um momento único, certos de estarmos tomando uma decisão apropriada e bem ponderada.
 Queremos dar continuidade ao nosso trabalho e missão de vida. 

Precisamos efetivar a compra da propriedade, por isso contamos com todos os nossos amigos e parceiros!

Equoterapia do Instituto Passo a Passo
A hora é agora! Contribua com

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Oremos...


"Duas tragédias causadas pelo homem. Uma pela ganância, outra pela ignorância. Uma aqui e outra lá. Ninguém é obrigado, como estão dizendo por aí, a escolher uma para orar, escolher uma para ajudar. Ajude os que estão aqui, reze pelos que estão lá. Ignorar não ajuda aqui e não ajuda lá. E que Deus ajude os que estão sofrendo, e os de bem que ainda resistem por aqui."
(retirado da página "Life on a Draw! Desenhos" do Facebook)



Parece incrível, mas a tragédia em Paris ontem acendeu uma nova "competição"... quem comenta ou lamenta o ocorrido é atacado por estar "esquecendo de Mariana". o.O Como se uma tragédia pudesse simplesmente apagar a outra. E as pessoas nem sequer estão lembrando das outras tantas que ocorreram também nos últimos dias... o terremoto no Japão com risco de tsunami, os atentados ocorridos no Líbano, o avião abatido na Rússia, a guerra civil (e os refugiados) da Síria... fora as tragédias de menores proporções, que atingem pessoas individualmente (ou em menores grupos) todos os dias. Nosso planetinha vive um verdadeiro caos, essa é a verdade! :'(

Gente... tiremos de nossos corações o ódio, a intransigência, o desejo de vingança, o sentimento de "bem-feito, foi merecido" ou de "isso não me diz respeito". Tratemos de cultivar o AMOR em sua plenitude. Tratemos de olhar o próximo como um irmão que é digno de nosso amor e nossa compaixão. Deixemos de tentar medir a dor do outro como se fosse possível mensurar quem merece mais. Deixemos de nos importar com fronteiras, querendo saber se tem algum brasileiro ferido na França, como se o fato de ser "dos nossos" o fizesse mais merecedor do que todos aqueles que lá estavam! :(

Oremos pela paz, pela harmonia, pelo AMOR, para tentar elevar a energia do astral coletivo. Oremos por todos aqueles que estão vivenciando momentos críticos, independentemente de onde ou porquê. Oremos por quem precisa, sem pensar na nacionalidade, na etnia, na religião. Oremos. Apenas isso. Por nossos irmãos e por nosso planeta tão maltratado. Seja qual for a crença de cada um, não importa. Apenas... oremos. 

E busquemos fazer o bem a quem nos for possível, da forma como pudermos, como estiver ao nosso alcance. Um prato de comida para um pedinte na esquina, um pacote de fraldas para um bebê sem recursos, um abrigo para um animal abandonado, um dia em um orfanato (ou asilo, ou hospital), arrecadação de doações para quem precisa, o auxílio em um local atingido por uma tragédia, o engajamento numa missão humanitária. Não importa o "tamanho" da ação, mas sim que ela seja feita com todo seu coração. O valor do ato não está na sua dimensão, mas no AMOR que lhe for dedicado.

AMOR. E muita oração. É isso que nosso planetinha anda precisando.

Eu volto.

Andréa

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Mais amor por nossas crianças, por favor!


Esta semana um vídeo "viralizou" na internet, mostrando um garoto em crise, detonando uma sala de aula. Uma criança de seus seis ou sete anos, completamente fora de controle. A equipe da escola, então responsável por ele, ao invés de tentar acalmá-lo, contê-lo, ao contrário o estimulava a continuar naquele comportamento. Eram diversos adultos ali, supostos EDUCADORES, que ao invés de fazer algo de positivo, diziam que não podiam "bater, segurar", que precisavam chamar os bombeiros, a polícia, a assistente social... e além de nada fazer, ainda filmaram e expuseram uma criança na internet. :(

Assistindo ao vídeo não consigo deixar de ficar triste, angustiada, por pensar no quanto este garoto está sofrendo. Ele não tem culpa de estar assim. Se chegou a este ponto algo de muito sério aconteceu e acontece em sua vida. Maus tratos? Abusos? Falta de limites? Falta de uma família estruturada? Presença de algum distúrbio neurológico? Falta de AMOR? Algumas ou todas as anteriores? Não há como saber. :/

Temos apenas um vídeo, que não compartilharei, pois o garoto já foi por demais exposto, mostrando alguns minutos de uma situação extrema. Não se sabe o que aconteceu. Não se conhece a história desse menino. Certamente não é mera "falta de surra" como tantos vêm falando. É muito simples culpar a criança. Mas como é fácil julgar os outros! Como é fácil julgar uma CRIANÇA! o.O É muito simples responsabilizá-la. Evita-se, assim, a necessidade de investigar o caso a fundo. Evita-se a necessidade de AJUDAR o garoto (e ele precisa de muita ajuda, é evidente). Evita-se a necessidade de compreensão, de compaixão. Mais fácil surrar do que abraçar. Mais fácil atacar do que ouvir. :'(

Vendo o vídeo acabei lembrando de um trabalho que participei com crianças e jovens com Down. Havia uma menina de 12 anos, Andrea, por coincidência, que os voluntários evitavam, porque era "difícil" (leia-se agressiva, teimosa, indisciplinada, jogava as coisas longe se fosse contrariada). Ainda por cima era grandona, forte. Ninguém se atrevia sequer a levá-la para dar uma volta no quarteirão. Ficava sempre dentro da casa com uma das voluntárias enquanto os outros passeavam.

Em determinado momento houve uma reestruturação e meu horário coincidiu com o dela. Cheguei apreensiva, confesso. Tinha uns 20 anos na época, e as coisas que ouvia a respeito dela eram assustadoras. Só que eu comecei a observar... ela brincava de escolinha (sendo ela a professora) gritando com as bonecas e colocando-as de castigo. Brincava de casinha (ela no papel de mãe), gritando, ameaçando e batendo nas bonecas. Alguma dúvida de como era a vida dessa menina em casa e na escola? :( Conversei com as voluntárias que iam à casa dela, mostrei que precisavam uma atuação mais firme junto à família, que a mãe tinha de questionar a escola também.

E, pelo meu lado, comecei a buscar uma aproximação, mas ela era muito resistente. Devagarinho, falando baixo, ela foi baixando a guarda. Quando se descontrolava, eu buscava contê-la, abraçando-a por trás. Se ela tentava "ganhar no grito" eu me mantinha firme. De repente ela descobriu que tínhamos o mesmo nome e isso ajudou à beça, porque criou uma identificação. Ela não era mais uma "estranha", havia alguém com o mesmo nome dela! :D

Aí eu decidi que naquele dia íamos passear no quarteirão. Expliquei antes que ela teria que obedecer, senão voltaríamos. Lógico que o começo foi difícil. Ela me testou várias vezes. Mas ao perceber que me mantinha firme foi aprendendo a se controlar.

Aos poucos, ela foi melhorando. Revelou-se uma menina carinhosa, amável. Só precisava que alguém olhasse para ela, prestasse atenção. Alguém que a levasse em consideração, que a considerasse importante. Sem precisar de gritos. Sem precisar de agressões físicas. Uma menina que me ensinou muito e de quem até hoje sinto saudades. :D

De encontro ao meu depoimento, uma mãe postou um vídeo corajoso, defendendo o garoto, e falando do seu próprio filho, que tem TDAH e que já agiu da mesma maneira! Esse vídeo eu faço questão de compartilhar, pois vale a pena ser visto por todos, em especial aqueles que defendem que o problema é meramente "falta de surra".


Outro exemplo que acabei recordando foi quando minha mãe morreu, porque as meninas eram pequenas. Como já comentei diversas vezes, foi devastador, porque ela teve um enfarte, ninguém esperava. Ficamos sem chão, realmente. Uma das melhores coisas que aconteceu foi ouvir da diretora e de toda a equipe da escola: "cuidem da cabeça de vocês que com as meninas a gente ajuda". Samara, então com 7 anos, teve diversos momentos de carência durante a aula, e o professor a pegava no colo, dava aula com ela ali. As professoras da Thabata (que tinha 5 anos) fizeram uma "roda de conversa" sobre o tema, ajudaram não só a ela mas a toda a turminha. Ajudou-as e nos ajudou, num momento dificílimo, que poderia ter sido ainda mais penoso sem este suporte. Sou grata a cada um deles, e eles todos sabem disso.

Sei que essa história toda mexeu muito comigo... primeiro me chocou a divulgação do vídeo, que considerei de extremo mau gosto por expor uma criança daquela forma, e ainda apontou um despreparo absurdo dos envolvidos naquela situação. Depois, grande parte das pessoas que o divulgaram, fizeram atacando o garoto, chamando de bandido, defendendo surras, "prevendo" que no futuro ele andará armado, e daí para pior. A frase "se fosse no meu tempo" foi recorrente, defendendo a punição física como a "salvação da lavoura". o.O Pois se fosse no MEU tempo, esse menino seria tratado com todo o amor, pois meus pais sempre souberam nos ouvir, cuidar, ajudar. Davam limites sim, mas sabiam enxergar que crises existem e devem ser superadas. E, se para um adulto nem sempre é fácil fazer isso, para uma criança, que não tem domínio da sua expressão, não tem discernimento suficiente, não tem maturidade, experiência, é muito pior! Para que elas superem as crises, precisam de ajuda, dos pais, dos educadores e, em alguns casos, de atendimentos especializados. O que elas menos precisam é de surra! Eu, apesar dos meus 44 anos, não fui criada na base da violência, graças a Deus!!!

Lembrar da experiência vivida com minha querida xará só me deu mais certeza de que esse menino precisa é de muita ajuda. De muito AMOR! Ele é só uma CRIANÇA, caramba, com toda a vida pela frente! Não o julguem por causa de 3 ou 4 minutos de um vídeo que nem deveria ter sido publicado. Não o julguem sem conhecer a sua história, os seus motivos, as suas DORES. Não o condenem a uma fatalidade de crimes e fracassos sem lhe dar a OPORTUNIDADE de ser feliz e se desenvolver da maneira correta. 

Na faculdade eu comentava que o problema da violência nas escolas é só a pontinha de um iceberg que está sendo ignorado. Ninguém se torna violento por nada. Tem muita coisa envolvida, MUITA. O problema é gravíssimo, mas muitas vezes pode, sim, começar como esse garoto. Se ele não for ajudado, sabe-se lá como a sua situação vai se desenrolar... mas se cuidarmos dele, se cuidarmos das nossas crianças... se lhes dermos atenção, cuidados adequados, AMOR, principalmente, talvez consigamos mudar a situação. 

Esse menino, ainda que não tenha nenhuma deficiência, serve também de alerta para a necessidade de as escolas estarem abertas à diversidade, à inclusão de todos os alunos. Há que se estar preparado para as eventuais crises, sejam pontuais ou persistentes. Há que se ajudar os alunos, e mesmo os pais (que não obrigatoriamente têm o conhecimento necessário), a buscar caminhos para um desenvolvimento saudável, pleno, feliz. E tudo começa com AMOR.

Eu volto.

Andréa
(a essência deste texto foi publicado em meu Facebook, mas queria registrá-lo aqui também, e acabei por estendê-lo um pouco. Aliás, criei lá uma página de divulgação do blog, o link está na barra superior.)

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Vivendo em polaridades



Tem me chamado a atenção como estamos, cada dia mais, vivendo em polaridades. Não existe mais meio termo, apenas os extremos. Não existe uma terceira opção. Ou é ou não é. Ou é bom ou é mau, ou ama ou odeia, ou concorda com a opinião do outro e é o melhor amigo do mundo ou não concorda e passa a ser considerado quase que um inimigo mortal. Pois é, as polaridades trazem, muito proximamente, a intolerância com todo aquele que ousa pensar ou ser diferente. Sério, a coisa está ficando até chata...

As últimas eleições acentuaram esse sentimento ainda mais, como se o país fosse dividido entre PT e PSDB. Até comentei isso no meu Facebook na ocasião. As discussões se tornaram de tal forma acaloradas, inflamadas, que eu me abstive de emitir opinião! A quantidade de "amizades" (???) que vi desfeitas pelo simples fato de se PENSAR DIFERENTE foi imenso! o.O Um absurdo total! Quer dizer, só podem ser amigos aqueles que pensam igualzinho? Ninguém tem direito à sua própria opinião? O pior de tudo é que o problema não cessou com o resultado das urnas. Acho até que se agravou! Porque quem apoia o PT continua postando montes de matérias depreciando o PSDB e elogiando o governo da presidente, e quem apoia o PSDB continua postando montes de matérias atacando o PT. E ai daquele que OUSAR contestar, ou emitir uma opinião contrária! Como se o fato de não apoiar o PT ou, até, o simples fato de perceber os erros do atual governo e criticá-los, transformasse a pessoa automaticamente em eleitora do PSDB (ou vice-versa, tanto faz). Como se não se pudesse querer algo totalmente diferente, como se só existissem estes dois partidos. Um extremismo horrendo! 

E o pior de tudo é que isso vale para outras áreas. Peguemos, por exemplo, os protetores dos animais. Eles têm, de fato, um trabalho lindo e muito nobre. Mas se tornam intransigentes, sectários até, com aqueles que pensam diferente ou que agem de forma diversa àquela que consideram correta. Por exemplo, se alguém pede ajuda para doar um cão ou um gato, ao invés de conseguir ajuda acaba recebendo montes de mensagens lhe atacando, sem que alguém sequer se preocupe de apurar os motivos! Oras, eu mesma, depois que passei pelo problema das enchentes, precisei doar dois cachorros que tinha! Não tive escolha! Havia perdido tudo, pela segunda vez, e acabei me afundando em dívidas. Precisei sair da minha casa (que depois vendi por qualquer preço) e ficar dois meses morando de favor em casas de amigos, até conseguir alugar outra que coubesse (e mal) no meu sobrecarregado orçamento! A casa que arrumei, com muita luta, não tinha espaço suficiente para os dois, infelizmente. Eu devia fazer o quê? Levá-los de qualquer forma, deixá-los confinados em um espaço ridiculamente pequeno, apenas para poder bancar a mártir e dizer "apesar de tudo eu fiquei com eles"? :/ Ah sim, e correndo o risco de ser denunciada por maus tratos, já que eles não teriam espaço decente MESMO para ficar? Foi uma situação extrema, concordo, mas ACONTECE! Da mesma forma, se alguém compra um cão de raça é atacado ferozmente por "alimentar o comércio", por "compactuar com criadores irresponsáveis" numa generalização absurda! Claro que existem estes criadores mercenários, sempre existiu. Mas existem também criadores conscientes, como foi meu pai um dia. Criadores que criam por amor à raça, que nem visam tanto o lucro, mas ao menos cobrir os custos da própria criação, que não sobrecarregam as fêmeas com uma cria atrás da outra, que não abandonam os cães que deixam de "servir" à procriação. Basta fazer uma pesquisa antes. E a escolha é pessoal, cada um sabe seus motivos. Eu tenho, hoje, dois viralatas, mas SONHO em ter novamente um boxer. Porque simplesmente AMO boxer, seu jeito, suas características, sua cara bochechuda. Ponto. Se vou comprar ou se conseguirei adotar (como foi a minha Milla), não sei, o tempo dirá. ;)

Em campo mais "espinhoso" encontramos as religiões, e aí a coisa "pega" de verdade... apesar de vivermos num Estado laico, o respeito à crença alheia é algo bem difícil de se encontrar. O que mais se vê por aí é um querendo impor sua religião ao outro, como se a Verdade fosse de seu domínio exclusivo. Como se apenas o "seu" templo, o "seu" livro sagrado, o "seu" Deus fosse capaz de salvar a alma de alguém. :/ Por outro lado, encontramos ateus que, em sua descrença, desdenham da crença alheia também. É só passear um pouquinho pelo Facebook para encontrar absurdos por todos os lados! Uma vez vi a postagem de uma pessoa que tinha uma frase mais ou menos assim: "diz que é cristã mas posta mensagens de Chico Xavier". Oi??? o.O Qual o problema, gente? Uma mensagem bonita, verdadeira, independentemente de quem a proferiu, deveria poder ser usada por quem quer que fosse! Até porquê Chico jamais foi "propriedade" da doutrina espírita, mesmo tendo sido um de seus maiores divulgadores. ;) Também outro dia vi uma postagem de ateus sugerindo que Deus "esqueceu" o cromossomo extra das pessoas com síndrome de Down! Uma mensagem tremendamente preconceituosa, para começar, pois colocou as pessoas com síndrome de Down como "erros", ou como "menos" do que os outros. Mas também uma mensagem altamente desrespeitosa com a crença de todos que não são ateus. Para quê isso??? :( Religião deve trazer, primordialmente, conforto ao coração de quem a segue. Se este conforto vem através do catolicismo, protestantismo, espiritismo, budismo, hinduísmo, ou mesmo do ateísmo, é com cada um. Ninguém tem o direito de dizer que o outro está certo ou errado. É uma questão de foro íntimo, não pode ser imposto! 

Só que o que acontece é exatamente o oposto. Algumas pessoas, imbuídas de um fanatismo imenso por suas crenças, acabam se achando no direito de dar palpite na vida alheia, em determinar o que o outro pode ou não fazer. Se juntar religião e política então... vixe! Sai de baixo!!! Sim, estou de novo falando do "Estatuto da Família", cuja aprovação vem sendo tentada através, principalmente, da chamada "bancada evangélica" da Câmara. Vejam: DE-TES-TO generalizações e nada tenho contra os evangélicos, ao contrário. Tenho diversos amigos que o são e, nem por isso, se tornam fanáticos ou intransigentes com quem não é, são pessoas íntegras, boníssimas, com as quais tenho o maior prazer de estar junto. Mas esta é a forma como a própria imprensa se refere ao grupo de deputados que vem orquestrando esse movimento. 

O "Estatuto da Família", além de querer interferir na vida das pessoas, ainda mexe com direitos já adquiridos. E, ao contrário do que muitos pensam, não vai combater apenas o casamento homossexual (o que por si só já seria motivo para eu não ser favorável à sua aprovação, cada um sabe de si e do que lhe faz feliz), mas combate também todas as formas de família que diferem do padrão. Não sei se leram o texto que publiquei anteriormente, mas lá eu citava uma enquete criada pela própria Câmara, que foi vencida pelo NÃO e cujo resultado foi sumariamente ignorado pelos deputados! Será que ignorariam também se o SIM tivesse vencido? Ou alardeariam o resultado por todos os cantos? Só para fins de reflexão, leiam esta matéria e verão que a coisa é MUITO mais complexa, MUITO mais séria do que uma "simples" intolerância à relação homossexual. 

Aliás, essa intolerância à orientação sexual alheia é algo que já cansou! Não é preciso necessariamente concordar com a escolha do outro, cada um é livre para pensar o que quiser, mas RESPEITAR a escolha do outro é fundamental! Ninguém vive em uma redoma de vidro, ninguém vai conseguir viver sem enxergar casais do mesmo sexo. Eles existem (sempre existiram, aliás), estão aí, nas ruas, nos bares, nos teatros, nas escolas, nos locais de trabalho, nos ônibus, nas praças de alimentação dos shoppings... do seu lado! E ninguém vai mudar isso, esqueçam! Querer aprovar um "estatuto" para boicotá-los, querer impedir que o cônjuge desfrute, por exemplo, do mesmo plano de saúde, querer tirar os direitos do cônjuge em caso de separação ou viuvez, querer impedir um casal de adotar, porque ambos são do mesmo sexo, é absurdo! No caso da adoção, estes casais, justamente pela compreensão que têm das minorias, muitas vezes aceitam aquelas crianças que ninguém quer, aquelas que são mais velhas, ou têm irmãos, ou alguma doença, deficiência... então seria melhor que essas crianças e jovens continuassem em abrigos, muitas vezes maltratadas, ou em péssimas condições? Basta uma pesquisa rápida para ver que casos assim não são tão incomuns assim! É melhor isso? É melhor essas crianças e jovens serem impedidos de terem uma família, impedidos de serem amados, respeitados, de terem melhores oportunidades, pelo simples fato de que VOCÊ não concorda com esta estrutura? Não é muito egoísmo? Não é muita hipocrisia? :(

Hipocrisia... pois é. BINGO! Essa é a palavra! Recentemente estava vendo montes de comentários sobre o final daquela novela/série, sei lá o que foi, "Verdades Secretas"... elogios e mais elogios à trama... caramba! A menina queria ser modelo, se prostituiu, se tornou amante do padrasto, e todo mundo bate palmas? Isso é legal??? o.O Agora, quando a Fernanda Montenegro e a Natalia Thimberg deram um beijo, numa cena linda, delicada, mostrando uma relação estável de sei lá quantos anos, foi um alvoroço! Quando o Boticário fez uma campanha do Dia dos Namorados com casais se ABRAÇANDO (e foi apenas isso), foi um "auê"! Ambos os casos geraram inúmeros protestos, campanhas de boicote... mas a menina amante do padrasto é super bacana e todo mundo aplaude só porque o casal é hetero? o.O Fala se isso não é hipocrisia? Aliás, será que aquele núcleo formado pela mãe, o padrasto e a menina (filha dela e amante dele) seria considerado como FAMÍLIA pelo tal Estatuto??? Fala sério! 

Mas voltando às polaridades, além dos temas "polêmicos" que citei, ainda existem aquelas pessoas que se acham no direito de dar palpite na vida alheia, quando não concordam com algo que as pessoas postam nas próprias páginas! Qualquer coisa pode virar "terreno minado", "campo de ataque"! Pode ser a mãe que continua amamentando o filho que já tem mais de um ano, ou aquela que desabafa porque não consegue amamentar, pode ser alguém falando da sua alimentação vegana, pode ser a foto de um menino brincando de bonecas, pode ser uma foto no Sea World (nem todo mundo tem a mesma consciência sobre a captura e o confinamento de animais), pode ser alguém que defenda o uso de homeopatia em determinado caso, ou até a simples emissão de uma opinião sobre um programa de TV... enfim... TUDO é motivo para começar uma guerra! :( Não se trata de não concordar com o que foi postado, não se trata de uma discussão saudável, mas de atacar ferozmente quem postou, querendo mostrar o quanto a pessoa está errada em sua posição (porque o dono da verdade assim determinou). Cansa... cansa muito! Eu várias vezes deixo de publicar algo ou comentar uma postagem para evitar esse tipo de stress desnecessário, não tenho paciência. Mas tem cabimento precisar agir assim? :/

Será que não está na hora das pessoas se respeitarem mais, aceitarem as escolhas do outro, pararem de dar palpite na vida alheia? Será que não está na hora de ter um pouco mais de compaixão, de amor ao próximo e parar de se achar melhor que o outro seja porque motivo for? Será que não está na hora de deixar de ser o "dono da verdade", deixar de tanto "mimimi", deixar de querer um mundo em que todos pensem exatamente igual a você? Será que não está na hora de entender que as pessoas pensam e agem diferente de você, mas nem por isso deixam de ser pessoas legais, interessantes, com inúmeras qualidades (e defeitos, claro, você também os tem, mesmo que pense o contrário) e que podem ser amigas de verdade? Para quê complicar tanto? ;)

Não existem apenas dois caminhos separados, eles podem se esbarrar em vários pontos, podem convergir em um terceiro, desviar para outro... por que não se pode caminhar junto com quem pensa diferente? Mais AMOR, gente... tenho repetido isso sempre aqui, mas é o que está faltando, de fato. AMOR ao próximo e RESPEITO à diversidade! ;)

Eu volto. 

Andréa

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Cadê a inclusão???


Vamos chamar a faxineira, que esse espaço aqui está mega abandonado? :D Desculpem, mas ando numa fase tão corrida que não tenho conseguido tempo/inspiração para nada! Não é por falta de assunto não, porque isso tem de sobra, mas tempo mesmo, cabeça para colocar as ideias fluírem. Só que hoje acordei com o vídeo de um desabafo, que me fez PRECISAR escrever! É o desabafo de uma mãe (Silvia Quintan) que quer, apenas, poder oferecer Educação de qualidade para sua filha com deficiência. Assistam:



Este vídeo é tocante e, ao mesmo tempo, revoltante. :\ Não é o único caso, longe disso! São muitas, muitas, muitas crianças com deficiência que têm suas vagas negadas diariamente em escolas regulares. Escolas que não querem ter trabalho, que querem robôs no lugar de alunos, crianças que fiquem quietinhas, sentadas em suas carteiras, ouvindo passivamente seus professores, sem questionar (e sem pensar, provavelmente). Qualquer comportamento fora do esperado torna-se um problema e a criança já não é bem-vinda ali. Não à toa, meu amigo Fabio Adiron comenta que o verbo mais conjugado nas escolas é o "encaminhar": encaminha para a psicóloga, para o neuro, para a fono, para a psicopedagoga... qualquer coisa, mas tira este problema de minha frente! :'( Eu conheço de perto essa realidade pois, ainda que não tenha nenhuma deficiência, fui uma garota extremamente tímida, não fazia amizades facilmente, então era considerada "aluna-problema" pela escola!

Acham que estou exagerando? Então deem uma lida no documento divulgado pelo SINEPE/SC (Sindicato das Escolas Particulares de Santa Catarina):

Srs. Pais e Responsáveis , Paz e Bem!SINEPE/SCSINDICATO DAS ESCOLAS PARTICULARES DE SANTA CATARINACARTA ABERTA À COMUNIDADE ESCOLARO QUE É PRECISO SABER SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVA ESTATUTO DO DEFICIENTERECENTEMENTE SANCIONADA, A LEI13.146/2015, PUBLICADA NO DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO DE 7 DE JULHO PASSADO, INSTITUIU A LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA (ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA).O ASSUNTO É COMPLEXO. NÃO PODE SER TRATADO SUPERFICIALMENTE E COM SENSACIONALISMO, COMO VEM OCORRENDO.
O QUE É PRECISO SABER
As soluções seriam muito mais simples se as deficiências fossem apenas de natureza física, uma questão de engenharia e de “layout” de mobiliário, de prédio ou de próteses. A maior nação do mundo teve um presidente cadeirante e a Inglaterra, um rei gago. Só de outros transtornos e síndromes - com natureza, grau e profundidade diferentes, próprios e individuais - arrolam-se mais de cinco mil. O portador de necessidade especial precisa de educação, tratamento e acompanhamento também especiais, por instituições capazes de proporcioná-los com sucesso e não charlatanismo.
Causa-nos estranheza um país que não reconhece, não contempla e não premia os valorosos serviços que, abnegadamente, por anos, vêm sendo prestados pelas APAES e outras instituições altamente especializadas.
Quem nasceu e mora em Santa Catarina conhece de perto – através de familiares, amigos e colegas portadores – os resultados positivos, alguns verdadeiros milagres, obtidos através das Associações de Pais e Amigos de Excepcionais, pelo Instituto Diomício Freitas, em Criciúma, Abludef e Abada, em Blumenau, AMA de Joinville, CAPP em Chapecó, Coepad, Iatel, ACIC e Aflodef, todos em Florianópolis, além da Orionópolis, em São José.
Essas instituições não se limitam apenas a atender os deficientes físicos, mas estendem esse trabalho aos portadores dos mais diversos transtornos. A nosso ver, melhor se faria reconhecendo o trabalho de tais entidades, privilegiando-as, amparando-as, fortalecendo-as e lhes dando recursos suficientes. Poderiam ser mesmo suporte especializado para trabalho conjunto com famílias e com as escolas comuns, não apetrechadas, não preparadas suficientemente para atender os portadores de necessidades especiais, conseguindo-se real, verdadeira e efetiva inclusão social. Seriam um núcleo especializado à disposição de todos. Os poderes públicos têm condição de transformá-los em verdadeiros centros de atendimento altamente qualificados e especializados. Impostos, aliás, não faltam!
Algumas perguntas inquietantes podem levar a uma visão mais equilibrada e holística do melhor atendimento e inclusão dos portadores de necessidades especiais. Apenas, como exemplos, é possível formular algumas, capazes de provocar uma avaliação mais atenta da situação. Como uma escola comum, competente para cumprir com a missão para a qual foi criada, mas não equipada e sem pessoal especializado, pode agir diante de um adolescente com 13 ou 14 anos, ainda não alfabetizado, que, por sua própria condição e idade, se isola dos demais ou por eles é isolado? Será que, a título de inclusão social:
a) alguém pode ser ministro do S.T.F. sem preencher os requisitos previstos no artigo 101 da Constituição da República?b) há condições de um autista ou alguém com idade mental reduzida e psicológica ser Presidente da República?c) é possível a um cego ser cirurgião ou piloto de avião?d) para um cardiopata ou vítima de câncer é suficiente o tratamento por um clínico geral ou posto de saúde de primeiro atendimento? Ou seriam apenas os encaminhadores aos especialistas?e) alguém sem braços ou sem pernas poderia jogar basquete ou futebol (nas paraolimpíadas são classificados ou agrupados conforme o tipo e grau de deficiência)? Por que simplesmente não inseri-los nos meios e disputas dos atletas que não têm limitação?f) Uma clínica especializada em oftalmologia está obrigada também a atender patologias na área de cardiologia?g) O Serviço Militar (Marinha, Exército e Aeronáutica) está preparado para aceitar nas suas fileiras toda e qualquer pessoa portadora de deficiência? Aliás, eles aceitam?h) o que uma dessas escolas poderia fazer por um aluno que, em razão de atraso mental de idade, não se integra com os colegas, que têm interesses diferentes, porque estão em idade mais avançada?i) o que uma dessas escolas pode fazer por um aluno que, em razão de deficiência, abre a braguilha e expõe a genitália para as colegas ou agride os menores?j) que procedimento pode adotar a direção de uma escola comum quando uma jovem professora, aos prantos e ferida física e psicologicamente, anuncia que pede demissão e desiste da profissão, porque foi espremida com uma carteira contra a parede por um hiper-ativo, ao impedi-lo de agredir uma outra criança paraplégica, num de seus descontroles em que inopinadamente e sem motivos bate em todos os colegas?k) como proceder diante de um aluno que, sem capacidade de discernir, armado, ameaça agredir os colegas?l) há real inclusão social, carinho e amor ao deficiente, colocando-o numa escola comum, entre alunos comuns, simplesmente para satisfazer a um possível sentimento de culpa injustificável?m) pode, honestamente, uma escola comum certificar promoção, conclusão de nível ou grau de ensino, para quem foi impossível alcançar tal nível? Isso não seria uma enganação individual e coletiva? É bom lembrar que grande parte dessas escolas têm leigos como professores.
A resposta a essas e outras perguntas seria, a título de inclusão social, colocar à força tais pessoas e alunos juntamente com os diferentes deles, em escolas comuns, PÚBLICAS e PRIVADAS, sem estrutura e despreparadas.
Educação, ensino e preparação não se resumem a mera socialização e convivência. Pensar e agir assim seria apenas prejudicar os deficientes e seus familiares, prometendo-lhes uma inclusão que verdadeiramente não ocorrerá.
Nós não nos opomos à Lei 13.146/15, mas à pretensão de que milhares de escolas comuns, PÚBLICAS e PRIVADAS, que não se propuseram a ministrar educação especial por falta de competência para fazê-lo, tenham obrigatoriamente que atender com garantia de sucesso os deficientes, de qualquer natureza, grau, variação ou profundidade.
Será que, com bom senso, equilíbrio e visão realista, se pode ter mais consideração e respeito com o deficiente, para proporcionar-lhe o atendimento e tratamento que merece?
Será que é possível ao Estado transferir uma responsabilidade constitucional que lhe pertence aos ombros e orçamento de entidades privadas ou de seus demais alunos e pais?
São justos os custos adicionais para manter estrutura adequada e pessoal especializado para atender alunos portadores de necessidades especiais - recaírem sobre os custos e preços dos demais?
Não se inclui simplesmente colocando alguém no meio de uma maioria diferente, com que acabará não se interagindo e se integrando. O próprio portador da necessidade poderá se sentir isolado, podendo até reagir agressivamente.
Tudo se resume a uma questão de bom senso, equilíbrio, isenção e visão realista.
Registre-se que muitos dos apoiadores, mentores e autores da lei, que têm portadores de necessidades especiais em casa, se recusam a matriculá-los numa escola pública mesmo altamente especializada e capacitada ou em unidade da APAE. Será por preconceito, este, sim, a maior deficiência de uma pessoa?
Essas são algumas ponderações que ousamos propor para que sejam examinadas com isenção, com olhos e visão voltados equilibradamente para o bem-estar dos portadores de necessidades especiais. E, assim, com um bom debate sobre a matéria, contribuir para a sociedade.
Florianópolis, setembro de 2015.
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS ESTABELECIMENTOS DE ENSINO (CONFENEN)SINDICATO DAS ESCOLAS PARTICULARES DE SANTA CATARINA (SINEPE/SC)

Ficou com o estômago embrulhado? Eu fiquei. Preconceito extremo, para dizer o mínimo. Acabei me lembrando de conhecidos de meus pais que, ao tentarem matricular a filha adotiva na escola ouviram a pergunta: "mas ela não é de cor, é?" Eles obviamente viraram as costas e foram embora sem responder, afinal não era aquele o ambiente que pretendiam para a filha que, aliás, era branca. Mas porque seria preterida se fosse negra? :/

O preconceito é algo que me enoja, de verdade. Porque é cruel, é mesquinho. Quem tem preconceito se acha melhor que o outro, seja por que motivo for. Acha que tem mais direitos, que tem mais valor. Vale para tudo, para a cor da pele, para as características físicas (gordo, magro, com óculos), para o sexo (as mulheres que o digam), para as religiões, para as orientações sexuais, para as deficiências. E quando se trata destas, vemos uma crueldade ainda maior. :(

Sim, porque além de tudo que as pessoas com deficiência passam, de olhares, comentários, piadinhas, violências, que são comuns a todas as formas de preconceito, ainda existe a negação dos direitos mais básicos a estas pessoas, como os direitos civis, de mobilidade, e o direito à Educação! É sobre este, especificamente, que vou falar hoje, motivada pelo vídeo da Silvia e este texto absurdo do SINEPE.

Diz a nossa Constituição, em seu artigo 205: "Educação, direito de TODOS". Todos quem? Segundo o comunicado do SINEPE, que reflete a mentalidade de boa parte das escolas regulares, todos aqueles que "não incomodam" ou que possam ser considerados (sei lá de que forma) "aptos a aprender". Mas Constituição é a lei maior do país, e como tal deve ser respeitada. Não bastasse ela, temos diversos outros documentos que corroboram o que já deveria estar tão claro em seu texto, como a Declaração Universal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, da ONU (ratificada pelo Brasil em 2008 e com peso de Constituição Federal) e a recente Lei Brasileira da Inclusão, passando ainda pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB 9394/96), apenas para citar alguns.


Falando em LDB, muitas escolas agarram-se a ela dizendo que o ensino de crianças com deficiência em escola regular não é obrigatório, apenas deve ser PREFERENCIALMENTE oferecido nesta rede. Mas alguém já analisou exatamente o que diz a LDB em seu artigo 4º, inciso 3º?

Atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, preferencialmente na rede regular de ensino.

Ou seja, se formos interpretar corretamente, ela cita o atendimento educacional ESPECIALIZADO (voltado ao atendimento da criança com deficiência ou superdotação), não o ensino de português, matemática, ou coisa que o valha. Ela se refere (me parece bastante óbvio, no que diz respeito aos alunos com deficiência) à sala de recursos, ao reforço psicopedagógico, à tutoria, etc., que deveriam ser oferecidos preferencialmente na rede regular, até para facilitar e diminuir o desgaste.

Negar o acesso de alunos com deficiência à Educação regular, além de ferir diversas leis, como comentei acima, é extremamente CRUEL. Não há outra palavra que possa definir melhor. Afinal, determina que aquela criança, aquele jovem, não é bem-vindo no ambiente escolar. Não tem direito a conviver com os "ditos normais". Não tem direito de aprender junto aos demais. Ele incomoda. Ele tira os educadores da "zona de conforto", fazendo com que tenham que buscar soluções para ensinar estes "seres estranhos". É mais fácil recusar... ou, pior ainda, "fingir" que aceita e não fazer nada por aqueles alunos. E, neste caso, além de infringir as leis, ainda presta um desserviço, atrasando o aprendizado e o desenvolvimento dos alunos que não são levados em consideração, não são desafiados. São atitudes que devem ser denunciadas ao Ministério Público. Mesmo que se opte por outra escola, a denúncia precisa ser feita, para que as escolas vejam que não estão acima da lei. É preciso coibir o preconceito, a discriminação.

Os casos mais sérios dizem respeito aos alunos com deficiência intelectual. As deficiências física, auditiva, visual, ainda são um pouco mais aceitas, mas a deficiência intelectual complica. Os alunos com deficiência intelectual têm ritmo de aprendizagem diferente dos demais, precisam por vezes de adaptação dos materiais utilizados, precisam de uma explicação um pouco diferenciada, precisam de uma dedicação mais individualizada. Nem vou entrar aqui na questão de que todos os alunos podem ter essa necessidade em um ou outro momento, ou que esse formato tradicional de Educação precisa ser modificado para atender melhor a todos, como já comentei em textos anteriores. Vou focar apenas no fato de que os alunos com deficiência intelectual podem aprender (e aprendem). Podem seguir nos estudos. Basta que tenham estímulo, oportunidade, que sejam desafiados como os demais. Até onde chegarão? Quem sabe? Quem pode determinar até onde vai o outro? Cada indivíduo é único! Quantos jovens sem nenhuma deficiência largam os estudos pelo caminho ou optam por não cursar uma faculdade por motivos diversos? Agora, se o aluno chega na sala e o professor já olha para ele como alguém que não vai aprender, como será capaz de ensiná-lo? Para ensinar é preciso, primeiro, acreditar no potencial do aluno! Aliás, não cabe na minha cabeça um professor que se recusa a ensinar quem quer que seja! Se recusa a TENTAR, se recusa a buscar uma forma daquele aluno aprender! Como pode isso? o.O

Ter uma especialização para lidar com crianças com deficiência é interessante, óbvio, mas não imprescindível. Até porquê a quantidade de síndromes existentes, jamais permitirá que tenhamos especialistas para tudo, e mesmo que isso fosse possível, cada indivíduo é único. Cada criança com Down aprende de uma forma, cada criança com autismo aprende de uma forma, cada criança sem deficiência aprende de uma forma. ;) É preciso, acima de tudo, vontade, disposição, empenho. 

Não se pode mais nem dizer que é falta de informação, porque hoje isso não existe, ainda mais com a popularização da internet. Pode existir falta de interesse em conhecer, mas a informação existe e está ao alcance de todos. Recentemente mesmo tivemos a série do dr. Drauzio Varella no Fantástico, falando sobre a síndrome de Down (os links estão no menu à direita). Um programa que foi muito positivo em diversos aspectos, que valorizou as capacidades dos indivíduos com Down, mostrando que eles podem, sim, ir bastante longe. Afinal, se aquelas pessoas mostradas na tv, ainda que nascidas em gerações que tinham menos informação e onde o preconceito era ainda maior, conseguiram, o que dirá das que estão crescendo agora, com ainda mais recursos? CLARO, o programa deixou algumas brechas, não agradou a todos, porque muitos pais acharam que foi brando demais, não exibindo as dificuldades por eles enfrentadas. Mas era um programa para o grande público, para derrubar preconceitos, e eu acredito que cumpriu seu papel, da mesma forma que a série sobre autismo no ano passado (coloquei os links à direita também). No caso dos professores, existem diversos blogs, sites, com atividades adaptadas. Sem contar uma revista bimestral chamada "Mundo da Inclusão", que é excelente!

A recusa das matrículas ainda causa outro problema, pois os alunos com deficiência, em especial a intelectual, têm ainda a dificuldade da socialização. Devido ao déficit intelectual, a diferença destes para as crianças que não têm deficiência tende a ser ampliada com o passar dos anos. E como as crianças "ditas normais" não são educadas para a aceitação, o respeito e a inclusão do "diferente", não são sequer habituadas a conviver com crianças com deficiência, conforme crescem passam a excluir cada vez mais. A não convidar para festinhas, para idas ao shopping, a deixar aqueles alunos isolados no recreio... :( e, no entanto, se a convivência fosse estimulada desde sempre, em todos os ambientes, certamente esta exclusão seria bastante reduzida.

Difícil reverter essa situação? Nem tanto, mas precisa que as pessoas mudem suas atitudes, e isso leva tempo. Basta que as pessoas passem a ter respeito pelo seu próximo, passem a aceitar a diversidade. O que falta, na verdade, é tolerância, é pensar no outro e não só em si. Falta é AMOR AO PRÓXIMO. Aliás, esta é uma constatação que tenho feito em muitos aspectos no dia-a-dia, infelizmente.

Eu volto. (espero que logo...)

Andréa


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