segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

E lá se vai 2012...


Eu comecei o ano empolgada, assistindo aos fogos em Copacabana, junto com a Samara, deixando para trás um 2011 de muitas provas, de tristezas profundas. Chorei, compulsivamente, enquanto a festa explodia nos céus do Rio de Janeiro. Lavei a alma, renovei as energias, e entrei 2012 cheia de esperanças por um ano melhor!

Foi com esse espírito que voltei para Serra Negra. Mal cheguei, fui correndo rever a Thabata, que estava se tratando da dependência química, e que por isso mesmo não esteve conosco na viagem de sonho. E aí... uma semana depois, exatamente uma semana depois, uma nova enchente assola Serra Negra, e leva minhas coisas embora, mais uma vez...


Impossível expressar em palavras o sentimento daquela visão... o desespero, o desalento... e a falta do ombro e do colo do meu pai, um vazio que se fez ainda mas presente naquela hora. Ainda bem que Samara está sempre ali, do lado, me apoiando. Senão... nem sei!!! Mas, se é uma prova, vamos encará-la, não é? Vamos em frente, que Deus dá o frio conforme o cobertor, e tudo há de se ajeitar. A sogra de uma amiga do banco ofereceu sua casa, nos deu abrigo, e lá permanecemos durante um mês, enquanto passava o risco maior. Até que virou o mês, e supúnhamos que o perigo havia passado... ledo engano!!!


Juro que pensei que não conseguiria me reerguer... uma sensação tão ruim, uma tristeza tão profunda, que parecia que não ia passar nunca. Não é só a perda das coisas materiais, é a impotência, a sensação de não poder fazer nada enquanto a natureza segue seu rumo, implacável. É ver aquilo que foi construído com tanta luta, tanto sacrifício, tanta dificuldade, ir literalmente por água abaixo. Mas eu sou dura na queda... aprendi com meus pais a não perder a Fé jamais! E foi com essa Fé que consegui seguir adiante. Mais um mês exilada em casa de amigos, buscando uma casa para alugar, porque depois de tudo não havia condição nenhuma de voltarmos para a nossa casa (jamais teríamos paz ali), aflita porque se aproximava a data para a Thabata sair da clínica, e eis que aos 47 do segundo tempo...


Uma casa segura, de bom tamanho, preço razoável, próxima ao centro (não temos carro, afinal), surge e fechamos negócio! Mudamos numa terça-feira, arrumando as coisas às carreiras para, no sábado, podermos buscar a Thabata!


Agora éramos as três de novo, de casa nova, numa luta nova e diária (a recuperação da Thabata), e precisando equalizar as finanças! As dívidas deixadas por 2011, que estavam razoavelmente equilibradas, somaram-se às de 2012, com compras de móveis, eletrodomésticos, e o bendito ALUGUEL! E foi ai que a coisa pegou. As contas não fechavam, de jeito nenhum. Precisei rolar dívidas, pagar valor mínimo de cartão, mesmo sabendo o absurdo das taxas de juros praticadas pelas administradoras, e ainda assim não dava!

Cheguei a ficar afastada de tudo e de todos, porque sempre fui uma pessoa muito para cima, que mais ouvia do que era ouvida, que estava sempre pronta a ajudar e apoiar, e não queria passar uma imagem errada, de alguém amargo, que só reclama, que de repente só tem problemas... afinal, não tinha culpa por tanta coisa estar acontecendo, né? E, claro, em diversos momentos desanimei, fiquei agoniada, preocupada com toda a situação sem enxergar uma luz no fim do túnel. Apesar de habituada a ouvir, não queria sobrecarregar os amigos com meus desabafos, e acabava me sentindo sozinha, vazia.



Mas Deus é perfeito... repito: Ele dá o frio conforme o cobertor. Se nos colocou naquela situação era porque podíamos enfrentar, e teríamos condições de superá-la. Apesar de minha reclusão, os amigos não nos faltaram. Amigos com letra maiúscula, onde estão inclusos os irmãos de alma, tios, primos, todos! Que não nos desampararam em momento algum, que abriram suas casas para nos receber, que sempre tinham uma palavra carinhosa, que deram espaço e acabaram aguentando, sim, meus desabafos e que, quando puderam, mandaram ajuda material também, permitindo que fôssemos sobrevivendo com um mínimo de dignidade. 

Só lembrava do meu pai: "tenha Fé!" era a frase preferida dele se desconfiava que eu estava baqueando! E foi através dele que o milagre se fez ainda mais forte. Amigos de meu pai, que me viram crescer, iniciaram uma campanha maluca entre os amigos comuns, da PUC e da Telesp, pessoas que eu conhecia de nome ou nem isso, e que me ajudaram de uma forma indescritível... não tenho palavras para agradecer a cada um que, mesmo sem me conhecer se dispôs a me ajudar. Como comentei no post, meu pai foi mesmo uma pessoa muito abençoada, pois só pode ter sido por ser tão respeitado e querido por todos que esse movimento deu resultado. Ele se foi fisicamente ano passado, mas certamente continua olhando por mim! Precisam de prova maior que essa?


E então... eis que as coisas começam a se acertar. A campanha feita pelos amigos me deu condições de sair do buraco, reorganizar algumas contas, mas claro que ainda estava longe de tudo se resolver. O rombo era muito grande!!! Mas já era hora de terminarem as provas, né? Era hora das coisas voltarem ao prumo. E qual a primeira coisa que precisava acontecer? Yes!


A casa foi vendida!!! E, com ela, foram-se embora as dívidas, os empréstimos, dando início a um novo ciclo! A partir deste momento tudo será diferente, tenho certeza!!! Marcando essa nova etapa, apenas duas semanas depois, ainda finalizei minha pós em Educação Inclusiva!


Uma nova fase, mais leve e mais feliz se iniciou, se Deus quiser! Claro que houve tropeços no meio do caminho, pessoas que se afastaram por algum motivo, talvez por não compreender o turbilhão de sentimentos que vivenciei desde o ano passado devido a toda as perdas e problemas, como relatei no meu post de aniversário, e que de repente me deixou entre extremos: uma distância (aparente, não real) ou uma impulsividade incontida, o que nem sempre é bem compreendido. Uma pena, mas não posso obrigar ninguém a me aceitar, né?

Agora é procurar uma casa para financiar, com calma para não fazer besteira, e poder sair do aluguel! Este ano, se tudo correr bem, sai, finalmente, minha promoção no banco, melhorando o salário e me permitindo uma vida mais tranquila. Ou, até preferencialmente... a Mega da Virada vem para mim, né? Mas... antes de fechar 2012 era preciso vencer mais um desafio: passar o Natal em casa, eu e as meninas. Afinal, ano passado a Thabata não estava, e eu e a Samara estávamos no Rio, festejando com Ricardo, numa bagunça de fazer gosto! Não estava animada, como contei semana passada, mas...


Então, agora é hora de nos despedirmos de 2012, um ano difícil mas de grande superação, e darmos as boas vindas para 2013, que há de ser MUITO MELHOR! Não só para mim, mas para TODOS vocês! Obrigada a todos que me acompanharam neste ano, que torceram, que ajudaram da forma como era possível, pois graças a cada um de vocês, consegui me manter forte, consegui superar os momentos de desânimo, até de quase desespero. FELIZ ANO NOVO!!!


Uma observação: os scraps deste post, à exceção daquele do meu pai que está no álbum "Pedaços", são parte do "Projeto 52" que junto com outros mostra a história deste ano. Os links ficam ali em cima! ;)

Eu volto! Mas só no ano que vem!!! :D

Andréa

2 comentários:

Anônimo disse...

Te AMO GUERREIRAAAAAAAAAAAAAAAAAAA.Bel

1 de janeiro de 2013 às 21:02
Anônimo disse...

Imagino euzinha nesse seu ano...não aguentaria..Sua força me faz sentir tão sem fé,que até dá dó...ando extremamente cansada...mas o mundo caiu foi na sua cabeça....VALEU PELA OPORTUNIDADE...eu acabo aprendendo...qdo crescer quero ter uma força assim...TE AMO BEL GABRIEL JOAO LAURA

1 de janeiro de 2013 às 21:05

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