domingo, 1 de março de 2015

Estatuto da Família? NÃO! Mil vezes NÃO!

#emdefesadetodasasfamilias

Está em discussão um polêmico projeto (6583/2013) no Congresso Nacional, conhecido como “Estatuto da Família”. Polêmico e retrógrado. Muito. :( Segundo a visão do deputado Anderson Ferreira (PR/PE), só se pode reconhecer como “família” os núcleos formados a partir da união de um homem e de uma mulher. Ou seja, mães solteiras não têm família. Pais solteiros não têm família. Irmãos que criam irmãos não são família. Avós que criam os netos não são família. Tios e tias que criam sobrinhos não são família. Filhos adotivos não são filhos. Gays não têm família. Abre margem para impedir a adoção de crianças por solteiros ou casais homossexuais. Abre margem para impedir as uniões civis ou os casamentos entre homossexuais.

Eu nasci em uma família “padrão”, mas minha irmã engravidou ainda menor de idade e ficou morando conosco, com sua filha. Deixamos de ser família? :/ Tempos depois, engravidou novamente e, apesar de o pai das meninas ter assumido a paternidade, continuou conosco, ela e as duas crianças. Não éramos mais uma família? o.O

Depois que minha mãe faleceu, minha irmã foi morar com um rapaz (não casou, não tinha família?) e as meninas ficaram comigo e meu pai. Também não éramos família? :s

Passado algum tempo, minha irmã já com outro rapaz, com quem está até hoje, levou as meninas para morarem com eles. Mas eles não eram casados, as meninas não eram filhas dele. Não eram família?

As meninas acabaram decidindo morar comigo, onde permanecem até hoje. Não somos família? :(

Se um dia eu concretizar meu sonho de adotar uma menina com Down, não terei família por ser solteira? Bom, nem por ela ser adotiva, não terá nascido de mim... Ou, de repente, nem poderei mais pensar em adoção por ser solteira, vai saber... :'(

Percebem o tamanho do absurdo?

Alguns links sobre o assunto:

Semana passada a ANGAAD (Associação Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção) e o IBDFAM (Instituto Brasileiro de Direito de Família) promoveram um movimento no Facebook e no Twitter contra tal projeto, buscando barrar a tramitação deste, desarquivado recentemente. Pede-se a postagem de fotos como estas que ilustram o post com a hashtag #emdefesadetodasasfamilias.

Pede-se, também, o voto na enquete disponível aqui. O SIM, por incrível que pareça, está vencendo por pequena margem. Quem concordar com o que estou dizendo, por favor, vote NÃO. Divulgue. Compartilhe. Vamos fazer com que este projeto seja novamente arquivado.

Existe, ainda, uma petição online contra o Estatuto, aqui. Já tem quase 4mil assinaturas. Vamos aumentar o número? ;)

O autor deste projeto ficou conhecido por causa de um projeto anterior, aquele da “Cura Gay”, lembra? Agora sai com mais essa... um absurdo total! É homofóbico, para dizer o mínimo. Preconceituoso. Incita o ódio. Parece que ele resolveu promover uma “caça às bruxas” da era moderna.

Então é preferível virar a cara e fazer de conta que o amor entre pessoas de mesmo sexo não existe? É preferível esconder a cara num buraco a enxergar que existem inúmeras famílias hoje fora do tal “padrão”? É preferível deixar as crianças passarem a vida em orfanatos, a deixá-las serem criadas por casais homossexuais ou solteiros? É justo tirar de um sem número de crianças a possibilidade de terem uma FAMÍLIA, de serem amadas, cuidadas, amparadas? :'(

Eu entendo que cada um tenha sua convicção. Mas, ao contrário do aborto, que discuti recentemente, não se está sugerindo que ninguém cometa um crime (nem frente à justiça dos homens nem frente à justiça divina), não se está tirando a vida de ninguém, apenas se pede RESPEITO à vida de cada um, à individualidade de cada um, e à possibilidade de cada um constituir sua família da maneira como o seu coração mandar.

Eu volto.

Andréa

#emdefesadetodasasfamilias

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