O Enem 2014 e a Educação




A divulgação do resultado do Enem/2014 trouxe novamente à tona a discussão sobre a qualidade do ensino no país. A baixa nas notas, em comparação com o ano anterior, o crescimento assustador de notas zero nas redações vêm demonstrar que há algo de muito errado acontecendo, e não é de hoje. Alguma novidade nisso? :/

O problema é que a Educação, como um todo, precisa mudar. E a mudança tem que ser desde a base, de forma a proporcionar, de fato, aprendizado aos alunos, a todos eles, respeitando a diversidade, tornando-se inclusiva de verdade. Impossível? Claro que não. Mas requer vontade de mudar, disposição em todas as instâncias e, acima de tudo, coragem. ;) 

A cada dia que passa surgem novas experiências, não só por aqui, mas no exterior também, de formatos completamente diversos deste que conhecemos, e que vêm funcionando muitíssimo bem. Por que não olhar em volta? :D Esse modelo de alunos sentados nas carteiras com o professor à frente explicando a matéria, para depois serem avaliados através de notas, provas, podia até funcionar antigamente, hoje não mais. Bom, na minha opinião, há muito tempo que não. E os alunos são, hoje, muito mais "ligados", "conectados", ativos mesmo. Como é possível querer que fiquem sentados, ouvindo o "blá-blá-blá" dos professores passivamente? Perde-se o interesse fácil!

Quando eu estava na escola, e isso já faz um tempinho, nunca consegui enxergar a prova como sendo instrumento de avaliação. Para mim, era muito mais um instrumento de tortura! Quem nunca se sentiu assim? Eu chegava a ter crises de asma em véspera de prova, isso não pode ser saudável! :(

As provas retratam, no máximo, um momento do aluno, não necessariamente o seu conhecimento. Até porquê ele pode "colar" do colega... ;) Se ele não dormiu bem à noite, se a avó está doente, se o pai brigou ou, até mesmo, se estiver muito nervoso, pode tirar uma nota baixa apesar de saber a matéria. Quem nunca teve um "branco" na hora de uma prova? Eu já, e foi terrível! :( Fora erros "de distração", que eram o meu terror na matemática. Era a matéria que ia melhor, mas vira e mexe fazia umas besteiras... que nem eu mesma acreditava quando via a correção do professor! :/ E, na verdade, não é assim sempre? Ou você nunca teve algum dia de não se sair bem no trabalho por alguma questão externa? Por "não estar bem" ou "não estar com cabeça" para aquilo ou... "estar meio devagar"? Natural que sim! Não somos robôs!

Apesar desse meu sentimento desde sempre, a comprovação veio quando a escola onde minha irmã estudava fez uma experiência com ela, que estava se saindo mal em matemática, e a professora não entendia o motivo, porque ela parecia saber a matéria. O que fizeram então? Passaram uma folha de exercícios, para a sala toda resolver, e no final a professora corrigiu o exercício de minha irmã como se fosse prova. Ela teria tirado 8,5 ou 9,0. No dia seguinte, aplicaram a mesma folha, mas mudaram o nome para "prova". A nota dela caiu para 3,5! o.O Ela não sabia a matéria ou simplesmente tinha pânico de prova? E o que fazer? Reprovar porque ela não tinha nota ou aprovar porque ela sabia a matéria? Percebe?

Sem contar que a maior parte das provas é feita sem que o aluno possa consultar seu material. Por quê? Para consultar (e não "colar" ou simplesmente copiar), o aluno tem que saber o que está buscando, e onde encontrar. Teria muito mais tranquilidade para responder se soubesse que tinha o suporte de poder olhar o material, caso fosse preciso. E, em muitos casos, este suporte nem seria usado, apenas estaria ali, dando maior segurança. Afinal, o professor não consulta seu livro quando está explicando a matéria? Não faz anotações, lembretes? Um palestrante não tem fichas para guiar sua apresentação? Um empresário não tem seu discurso impresso quando vai falar em público? Ah sim, nem todos! Há os que falam de improviso, há os que fazem palestra sem precisar de apoio, mas estes têm um talento nato ou, pelo menos, um treino absurdo, não é o padrão! Então porque se exige dos estudantes que saibam tudo "de cor e salteado"? Para quê tanta pressão? É massacrante isso! :(

Eu lembro de uma prova de Física que fiz no Ensino Médio, e que exemplifica isso tudo. Eletricidade. Estudei com meu pai, que era engenheiro eletrônico, até ele me mandar parar e relaxar porque estava mais do que preparada para a prova, até para tirar dez! No dia seguinte, na hora em que peguei a prova, eu não lembrava NADA! Nada! :'( Foi me dando um pânico... tinha certeza de que ia zerar, porque não conseguia lembrar. E quanto mais nervosa ficava, mais difícil da memória funcionar, óbvio. O que me salvou foi o professor, que percebeu meu mal estar, passou por mim perguntando se estava tudo bem, e eu respondi que não. Aí ele me soltou uma parte de uma das frases que usava para que decorássemos as fórmulas. Eu lembrei aquela, anotei correndo e fui procurar a questão onde ela poderia ser usada. E ele fez isso algumas vezes, passava por mim, soltava alguma coisa e, com isso, cheguei a tirar uma nota seis. Mas, se o professor não me conhecesse ou não tivesse sensibilidade, eu teria tirado zero mesmo tendo domínio da matéria. Seria justo? Agora, se fosse permitida a consulta, eu não teria passado o nervoso que passei, porque uma olhada rápida no caderno seria mais do que suficiente para eu ter resolvido a prova inteira, sem nenhuma dificuldade, e minha nota teria sido até melhor.

Então como avaliar o conhecimento? No dia-a-dia, a partir da interação aluno x professor. Usando a chamada avaliação formativa, que é contínua, e que compara o aluno com ele mesmo, e não com o todo. Que valoriza o tamanho do passo dado pelo aluno, mais do que o ponto atingido. Que consegue detectar pontos que não ficaram bem esclarecidos, permitindo um eventual reforço logo que surge a necessidade. É uma avaliação que ajuda a valorizar as competências ao invés dos déficits, e usar os pontos fortes para superar os eventuais pontos fracos. É uma forma de avaliação que favorece a inclusão também, porque o ritmo do aluno é respeitado, as conquistas são valorizadas, os pontos "falhos" são trabalhados. Desta forma, ao invés de esperar que todos atinjam um mesmo patamar ao mesmo tempo, espera-se que todos cresçam, verdadeiramente, de forma contínua e consistente. :D

Sem contar que, em muitos casos, o que se ensina na escola não tem aplicação prática depois! Muita coisa é ensinada sem um contexto próximo que dê significado daquilo ao aluno. Não se usa a realidade do aluno, o interesse dele. Usando de sinceridade: quanto da matéria que aprendeu na escola você se lembra? Ou, pior, faz uso no dia-a-dia? Você lembra mesmo a tabela periódica, os íons, prótons, elétrons, combinações, cálculos, que aprendeu anos a fio em Química? É relevante para você saber se no texto que está escrevendo tem uma oração subordinada "não sei das quantas"? Você lembra como calcular um circuito elétrico? Lembra as datas de todas as batalhas da História? Melhor ainda: lembra todos os afluentes do Amazonas? :/ Ah, então nada disso deve ser ensinado? Claro que deve! Mas de forma coerente, trazendo para o cotidiano do aluno a sua finalidade, dando significado para o que está sendo ensinado. Mais do que isso: deve-se estimular a curiosidade do aluno, para que ele queira saber mais, queira pesquisar, descobrir. ;)

É como aquelas "provas do livro" que eu tinha em menina, e que devem existir ainda. Você lia um livro, escolhido pelo professor, e depois tinha que fazer uma prova sobre ele. Eu o-di-a-va! Sério! E olha que eu sempre li muito! Era frequentadora voraz da biblioteca da escola, minha mãe era sócia daquele "Clube do Livro" e vivia comprando novidades para todos em casa, eu inclusive (claro!). ;) Mas eram livros que me interessavam, que eu "devorava", e sobre os quais eu poderia falar a respeito, tranquilamente. Agora... ler forçada? Já lia de má-vontade! :/ Ainda mais se o professor não soubesse "vender" a ideia. O melhor exemplo disso é o "Anarquistas Graças a Deus" da Zélia Gattai, que fui obrigada a ler como parte da disciplina de OSPB (nossa... alguém lembra disso???) quando estava na 8ª série. Eu odiava a matéria, a professora, e li o livro com taaaaanta vontade, que detestei desde a primeira página. :( Algum tempo depois, a minissérie foi lançada na Globo, e eu nem assisti (eu,hein? o.O). Mas minha mãe viu, e se interessou em ler o livro. Amou. E falou tanto, com tanta vibração, que eu resolvi reler, agora com outros olhos. Conclusão? Virei fã ardorosa da Zélia, li todos os livros que ela escreveu, diversas vezes! Aliás, preciso reler novamente, faz tempo que não faço isso!!! :D

E isso já é visto em escolas no exterior, e em algumas "escolas alternativas" aqui no Brasil. Nestas escolas pioneiras, os alunos são os senhores de seu aprendizado. São o elemento principal. Os professores são mediadores, instigadores, orientadores. As classes, turmas, séries, não são tão importantes em muitos casos, porque um aluno mais velho, ou com maior domínio de alguma disciplina, pode auxiliar aquele que está começando. E pode aprender com este também, porque não? Os saberes são tantos! :) Nestas escolas, as salas de aula inexistem no formato que conhecemos, muitas vezes nem têm paredes, e ao invés de carteiras tradicionais encontramos outros formatos, agrupamentos, além de sofás, poltronas... o conhecimento é obtido pela pesquisa, que parte do interesse dos próprios alunos, e o professor ajuda no direcionamento, questiona, abre novos pontos de vista, relaciona outras disciplinas àquela que estiver servindo de eixo principal. Ah, mas assim o aluno só vai aprender o que quer! Não! Ele vai querer saber cada vez mais, vai ser desafiado o tempo todo, vai ficar curioso, vai ter que "botar a cabeça para funcionar". :D Não vai ser um elemento passivo, mas ativo. E muito ativo. Mesmo alunos com deficiência intelectual são favorecidos em uma estrutura assim. Porque eles passam a ter voz, a serem desafiados. Precisam sair da "zona de conforto" e ir em busca, tornar-se mais independentes. ;) Os exemplos mais conhecidos talvez sejam as escolas com a metodologia Waldorf, e a Escola da Ponte em Portugal, mas existem muitas outras trilhando estes caminhos, distanciando-se da educação tradicional. 

Sem contar que muitas destas escolas têm usado a tecnologia a favor da Educação. Ao invés de proibirem o uso de tablets e celulares, estimulam. Sem que sejam usados às escondidas, os alunos aprendem a extrair dessas ferramentas, conhecimento. Fazer pesquisas, compartilhar informação. A música pode sair do fone de ouvido para ter relação com a História, com a Língua Portuguesa, e até com a Matemática! :D Num mundo globalizado como o de hoje, onde está se tornando mais fácil encontrar um aluno sem tênis do que sem celular, não há mais como fugir da tecnologia. E como negar que aprender usando computador, tablet, celular, internet, fica muito mais divertido e interessante? ;) Havendo interesse no aprendizado, as distrações deixam de fazer sentido! Há tempo para tudo! 

O que essas escolas têm feito, na verdade, é aproveitar as inteligências múltiplas descritas por Gardner! Porque cada um tem uma forma de aprender, de processar as informações. Não à toa, cada um tem mais facilidade em determinadas disciplinas do que em outras. Mas se souber usar suas habilidades, acabará por conseguir superar as dificuldades a aprender de tudo! :D 

E as escolas que têm mudado sua visão estão observando melhoras no rendimento dos alunos, e em muitos casos são estes alunos justamente que se sobressaem em avaliações do governo (como seria o Enem) frente aos alunos ensinados ainda pelo método tradicional. Como assim? Se não estão habituados a fazer provas, a serem cobrados? o.O Sim, mas eles SABEM as matérias de fato, então torna-se tranquilo demonstrar isso. Não carregam o peso de terem sido cobrados o tempo inteiro, de terem que provar a todo momento se estão realmente aprendendo. Os alunos têm confiança em si mesmos, têm segurança naquilo que conhecem, porque aprenderam de verdade, de maneira consistente. Responder sobre aquilo torna-se natural e, até mesmo, desafiador. E eles já aprenderam que desafios estão aí para serem encarados e superados! ;) Como diz José Pacheco, da Escola da Ponte: "o que fiz por mais de 30 anos foi uma escola onde não há aula, onde não há série, horário, diretor. E é a melhor escola nas provas nacionais e nos vestibulares." E ainda completa: "dar aula não serve para nada. É necessário um outro tipo de trabalho, que requer muito estudo, muito tempo e muita reflexão." Preciso dizer que sou fã de carteirinha desse sujeito??? :D

Ah, mas você está falando de uma utopia! Não!!! Como disse, há diversas escolas, em diversos países, experimentando essas mudanças. Não é algo que ocorre de um dia para o outro, claro que não. Até porquê mudar a mentalidade das pessoas é muito difícil. Estes dias mesmo vi uma reportagem falando que a França está debatendo a abolição das notas nas escolas. De onde está vindo a maior resistência? Dos pais! o.O Como cobrar os filhos sem o boletim??? É complicado para eles perceber que neste sistema não há porque haver tanta cobrança, porque o aprendizado irá acontecer de forma gradual e muito mais tranquila. É outra forma de lidar com as coisas. Então, não é só mexer com a estrutura das escolas, com a formação dos professores, é uma mudança que irá refletir na sociedade como um todo. Mas é necessária, cada vez mais. E aí? Será que você está disposto? ;)

Eu volto.

Andrea

Leia mais!

Movimento Down


Quem me conhece há algum tempo, sabe que me envolvi com as questões ligadas à inclusão por causa da síndrome de Down. É paixão antiga, e cada vez mais crescente. Não por acaso, pessoas com Down estão sempre presentes em minhas fotos, scraps, posts! Foi por eles que cursei Pedagogia e me especializei em Educação Inclusiva. Ainda que não aceite o termo, porque, afinal, não posso aceitar uma educação de verdade desvinculada da inclusão. Para mim educação é uma coisa só, para todos, sem "mas" ou "talvez". Tem que ser!

E é sobre essas pessoas que venho dar uma dica hoje, de um site recheado de materiais de primeira qualidade: o Movimento Down. É muita coisa que tem ali. Quem tem alguém com Down na família ou próximo, PRECISA conhecer! Quem não tem, PRECISA conhecer também! Informação é fundamental para derrubar rótulos e preconceitos, né? ;)

Então, faça uma visita (ou várias), leia, cadastre-se, curta a página do Facebook para receber as atualizações! :D Destaque para dois materiais fundamentais, disponíveis para download gratuito: o Guia de Estimulação para Crianças com Síndrome de Down e a Cartilha "Educação Inclusiva: o que os pais precisam saber?". Imperdíveis ambos. 

Espero que gostem! Eu volto! ;)

Andréa

Leia mais!

Recomeçando os trabalhos!



FELIZ ANO NOVO, de novo!!! :D E já que começou 2015, e eu estou cheia de planos para este espaço, nada como fazer uma reapresentação dele para quem está chegando (ou vai chegar), certo? ;)

Aqui é um espaço onde faço de tudo um pouquinho (e ultimamente tem sido bem pouquinho mesmo, mas vou mudar essa história)... aqui eu escrevo, posto meus scraps, divulgo minha loja virtual, mostro os escritos de meus pais (ele na prosa e ela na poesia)... mas para este ano novo, quero muito, muito, muito mais! Quero falar mais sobre inclusão, divulgando bons materiais que for "pescando" por aí, quero compartilhar textos de outros autores sobre qualquer tema relevante, quero escrever mais sobre os mais diversos assuntos, quero dar boas dicas para você de tudo que eu julgar interessante... enfim... quero um bocado de coisa, falta SÓ eu conseguir! Bom, eu prometo que vou tentar!!! E o primeiro passo está sendo dado agora!!! 

Na parte superior do blog existem cinco links: Home, Assine, Arquivos e Contato. O primeiro, claro, volta à página inicial do blog. O segundo permite que você se inscreva em um grupo do Yahoo para receber um aviso por email sempre que eu postar algo aqui. Arquivos vai lhe direcionar para uma pasta no 4Shared com alguns arquivos que considero interessantes para compartilhar. E por fim, Contato, tem um link para o meu email.

Abaixo do logo você encontra outros links: Projeto52, Pedaços, Scraps e Scraps By Andrea. Os três primeiros direcionam você para álbuns dos scraps digitais que crio. Projeto52 é um projeto anual, onde crio uma página por semana, com algo que tenha sido interessante para mim. O link ainda está direcionando para o projeto de 2014, porque ainda faltam alguns scraps para finalizá-lo, espero conseguir ainda essa semana! Pedaços é um projeto de páginas criadas para trechos de música, poesia, textos, etc. Pedaços, como o nome diz, e está em constante atualização. Este scrap que ilustra o post, por exemplo, está lá! ;) E os Scraps que não fazem parte de nenhum projeto estão no terceiro link. O último link, Scraps By Andrea vai lhe direcionar para a minha loja virtual, onde personalizo os mais diversos itens! Espero sua visita lá! ;)

Descendo mais um pouco você encontra, do lado esquerdo, resumos dos tópicos mais recentes. E, do lado direito, um moooooooonte de coisinhas... :) Primeiro, uma pequena apresentação minha. Logo abaixo, uma caixa de pesquisa para que possa encontrar algo já publicado aqui no blog. Depois, do lado esquerdo coloquei alguns links sobre inclusão, as páginas das minhas chefinhas de scrap, galerias onde os scraps são divulgados, os projetos52 dos anos anteriores, além de algumas referências de páginas ou projetos já concluídos. E, do lado direito, um formulário de contato, para aqueles que não querem mandar email diretamente, seguida de diversas opções para seguir o blog, para quem preferir não participar do grupo do Yahoo.

Por fim, na parte de baixo do blog mantenho sempre uma frase para reflexão, acompanhada de alguns links voltados ao tema do espiritualismo, o arquivo do blog, para quem quiser navegar naquilo que já foi publicado, e os marcadores, se quiserem dar uma filtrada por determinado assunto.

Ufa! Bastante coisa, hein??? :D Mas, agora que já conhece o espaço, espero que fique por aqui! E que contribua com seus comentários também, por que não? É sempre bom receber mensagens dos amigos! ;)

E vamos que vamos, porque 2015 acabou de chegar e tem muita coisa boa ainda para acontecer! ;)

Eu volto!!!

Andréa

Leia mais!

FELIZ 2015!!!


"Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente."
(Carlos Drummond de Andrade) 

E acabou 2014!!! Mas como assim??? Tinha acabado de começar!!! o.O Eita aninho acelerado esse, né não??? Passou muito rápido! Também, foi Copa, eleição, picotando o ano todo, contribuindo para essa sensação de correira. Pior que, se formos ver, nem valeu tanto assim, né? Nas eleições, o povo decidiu que continuaremos na mesma... (mas pelas últimas notícias, acho que a decisão foi por piorar o que já vinha decaindo...) na Copa... bom, melhor pular essa parte... (gol da Alemanha! Ops!!!) :/ Fala sério, vai... o que foi aquilo???

Mas, de modo geral, eu acho que o ano foi bom. Não foi nenhum "mar de rosas", se bem que eu acho que isso nem existe mais, né? ;) Começou com um susto grande, o coração de um primo mais que irmão querendo ver se os nossos corações estavam em forma, mas tudo bem. Passou, e ele está aí, firme e forte, graças a Deus!

Ainda assim, 2014 foi mais "light", pelo menos para mim. Apesar do lado financeiro continuar meio complicado, há uma luz no fim do túnel. E eu pude estar com amigos (Babu e Leila que o digam!), rever outros que há tempos tinha perdido contato, tive oportunidade de passear um pouco... vi Samara se tornar universitária, curti com ela a exposição do Castelo Rá-tim-bum, aprendi Libras (e quero continuar aprendendo), falei de inclusão em Serra Negra e Amparo, vivi a grande emoção de receber mensagens de meus pais... :D 

Também tive a tristeza de perder uma amiga querida, mas sei que ela está melhor agora, e ter esta certeza me conforta. Fica a saudade. 

Por outro lado, vi uma família muito querida vencer mais uma batalha e ter a Tatiane, uma moça linda e que (por acaso) tem síndrome de Down, passar no vestibular para gastronomia! Tão chique essa menina, que até no Fantástico apareceu!!! :D

2014 foi um bom ano... e eu tenho muito o que agradecer! Mas, tenho Fé que 2015 há de ser ainda bem melhor!!! E há de ser um ano maravilhoso para cada um de vocês e suas famílias! Eu tentarei ser um pouco mais presente por aqui, tentarei colocar em prática as ideias que este ano ficaram "engavetadas". Tentarei, perceberam, né??? :P

Para terminar, uma música do Ivan Lins "porque a gente MERECE ser feliz"! :D


E que venha 2015!!! FELIZ ANO NOVO!!!

Eu volto!

Andréa

Leia mais!

FELIZ NATAL!!!


Sim, eu ainda existo! :D Dei uma abandonada legal nesse blog este semestre, mas não foi intencional. Andei escrevendo um pouco no Facebook, a vida meio acelerada, o tempo passando... ideias tenho muitas, para agitar esse espaço, e espero que no próximo ano possa colocar tudo em prática! Mas eu não podia deixar de passar aqui e desejar a todos um Feliz Natal, né? ;)

Que neste aniversário do Menino Jesus, os ensinamentos do Cristo se tornem realidade no coração das pessoas, para que o nosso mundinho possa se transformar em um lugar bom para todo mundo, onde todos tenham direito a uma vida digna, plena!

Que Deus abençoe a vocês e suas famílias! FELIZ NATAL!!!

Eu volto!

Andréa

Leia mais!

FELIZ DIA DO AMIGO!!!


Pois é, passou um mês e acabei não passando por aqui. Foi muita correria, e o cansaço baixou legal. (as férias estão chegando!!!) Mas está tudo bem, e é isso que importa! :D Muito trabalho, para todas as três, e isso é sempre bom! Nesse meio tempo, teve "a Copa das Copas"... bom, melhor pular essa parte, né??? :P Afinal, o Brasil é o país do futebol vôlei, e nossa seleção está na final, rumo ao DECAcampeonato na Liga Mundial!!! :D

Não podia, entretanto, deixar de passar por aqui hoje, homenagear todos vocês, amigos queridos, que estão sempre presentes em minha vida, seja pessoal ou virtualmente. Vocês que sempre estiveram ao meu lado nos momentos difíceis, que estão sempre perto, seja para dar risada ou aguentar um desabafo. São todos, muito, muito especiais, e não poderia deixar de passar para lhes desejar um FELIZ DIA DO AMIGO, dizer a cada um, que representam muito para mim, e que sou extremamente grata por tê-los em minha vida! :)

Mas esse "Dia do Amigo" será um pouco menos colorido e alegre para mim, porque anteontem uma amiga muito querida perdeu a batalha contra um câncer de pulmão... era uma pessoa cheia de energia, alto astral, moleca mesmo, que lutou MUITO até o fim. 

Tive o imenso prazer de estar com ela nas minhas últimas férias, de vê-la bem. Conversamos um bocado, saboreando um cafezinho passado na hora, demos risada, lembramos tantos momentos bons, ainda com meus pais e o Luna Jr., seu grande amor, presentes. Eu só não sabia que seria ali a nossa despedida. Hoje ela está alegrando o céu, ao lado de seu grande amor que, com seu inseparável violão, já deve estar fazendo serenatas para sua amada Sueli.

Siga em paz, Su! Muita Luz em sua nova estrada!!! 


Eu volto, prometo! ;)

Andréa

Leia mais!

13 anos...


Pois é... hoje faz treze anos que essa implicante resolveu alçar voo e mudar de dimensão. Um pouco antes, já se preparando (mas sem nos contar nada) foi dividindo as tarefas da casa, coisas que ela mesma costumava fazer e que deveriam ser assumidas por outra pessoa depois que ela partisse. Chegou a conversar conosco, falando da preocupação que tinha para o caso de faltar, principalmente por me deixar a responsabilidade pelas meninas (profeta???). Lembro tanto dessa conversa... porque as coisas que ela disse me levaram às lágrimas, e eu disse (ou senti, não sei) naquele momento que até parecia que ela estava querendo ir embora. :( Lógico que ela negou, mas na verdade pouco depois nos deixou.

Ok, ok, eu sei que foi um "deixou" apenas físico. Eu entendo e aceito isso. Mas é que o físico faz uma falta danada!!! Mesmo tendo passado tanto tempo, tem hora que eu daria tudo por um colinho de mãe, um abraço daqueles que só ela podia dar! E como fico feliz, quando publico uma foto e alguém me chama de "Solanginha"! Porque tenho o maior orgulho de parecer com ela, e torço muito para chegar aos pés de ser a mulher que ela foi! 

E nos últimos dias tenho sentido que ela anda próxima... ainda que não consiga definir o que é, mas pequenos sinais têm aparecido e me feito muito bem! :D Bom, talvez seja a comemoração do "mensário festivo", como ela fazia no mês que antecedia o seu aniversário aqui. Abusada que só, queria presente todo dia!!! :P 

São tantas as lembranças, de coisinhas pequenas que permeavam nossa convivência, e que nos faziam rir tanto... tantas as coisas em comum, que ainda hoje me fazem querer contar a ela alguma novidade, notícia... a gente era muito igual! 

Mas nada de tristeza, porque isso nem combina com ela! Hoje é dia de comemorar o retorno dela ao seu Lar, e sei que o fez com grande alegria, pois estava mil anos-luz à nossa frente no que diz respeito à evolução. E, agora que está mais que bem acompanhada, é certeza que a festança vai ser boa! Só queria poder ir lá xeretar um bocadinho... ;)

Mãe, a saudade não passa nunca, e tudo que eu queria era poder UM abraço hoje... de verdade, apertado, gostoso... porque, acima de tudo, EU AMO MUITO VOCÊ!!!

Andréa
(não virou meia noite ainda, mas está valendo, que o soninho já me pegou, tá???)

Leia mais!

Uma reflexão sobre Educação


Pensando sobre este blog e em como conseguir mantê-lo mais ativo, resolvi reativar uma antiga ideia. Fornecer dicas, divulgar textos, videos e tudo o mais que considere válido. Nada melhor do que iniciar com este texto, que descobri há algum tempo e que é, simplesmente, perfeito! Deve ser lido por estudantes, pais, professores, coordenadores, diretores, enfim... todos os que têm algum tipo de envolvimento com a Educação. Alguém NÃO tem? ;)

Esse pai conseguiu colocar em palavras muita coisa que sempre pensei, coisas sobre as quais tentei falar, porque a Educação, como um todo tem que ser revista, não é de hoje. A inclusão, da forma como acredito, motivo pelo qual me levou à faculdade e à pós, só será realidade de fato quando isso acontecer. E essa carta nos mostra coisas tão simples, e ao mesmo tempo tão óbvias... como é o fato de que cada criança aprende de um jeito, mas APRENDE, só precisa que lhe deem oportunidade, que lhe desafiem!

Deliciem-se! Eu volto! ;)

Andréa

O texto original está no site Rescola.

"Carta à minha filha: não deixe que a escola te ensine"
(Renato Carvalho)

Clarice querida,
O mundo está mudando rápido. Bem mais rápido que as nossas escolas. Há tantas delas que ainda não perceberam que este mundo internético em que hoje vivemos é radicalmente diferente do mundo desconectado de algumas poucas décadas atrás e que nossa Educação agora pode e precisa ser muito melhor.
Mas é preciso querer ver a necessidade de mudar, e isso demora. Por mais que eu esteja otimista, não acho que os anos que te restam na escola sejam tempo suficiente para essa onda de renovação se espalhar pelo Brasil e chegar à tua sala-de-aula.
Vai ser por pouco… Você é parte da última geração de alunos da escola do passado. Ou seja, alunos de um modelo de educação igualzinho ao que eu tive, e que também foi o mesmo dos teus avós, teus bisavós, teus trisavós…
Mas se não dá para evitar que as manhãs da tua infância sejam gastas em aulas chatas e desestimulantes, você pode pelo menos ficar alerta aos defeitos desse modelo. Assim, enquanto você aproveita o que a escola pode te oferecer de bom, vai conseguir impedir que ela te ensine algumas coisas que a mim custaram muitos anos para desaprender.
Não deixe que a escola te ensine que conhecimentos podem ser compartimentados, separados em caixinhas, isolados uns dos outros.
Na escola do passado, a matemática acaba quando começa a física e a geografia acaba quando começa a história. No mundo, há biologia no esporte, matemática na música, história na literatura, gramática na programação de computadores… Por isso, depois de ver algo de perto, dê sempre um passo para trás, perceba as relações, enxergue o todo.
Não deixe que a escola te ensine que alguns conhecimentos são mais importantes que outros.
Na escola do passado, para cada aula de artes há duas de geografia e para cada uma de geografia há duas de matemática. Música, artes plásticas, esportes, religião, filosofia são tratados como matérias de “segundo time”. Quantos grandes artistas e esportistas foram vistos como maus alunos e forçados a abandonar seus talentos porque o conhecimento que lhes interessava não era o mesmo que interessava à escola! Persiga teus interesses mesmo que eles não interessem a mais ninguém.
Não deixe que a escola te ensine que há um momento específico para aprender cada coisa.
Na escola do passado, quem não consegue acompanhar a turma é tido como um fracassado e quem quer avançar mais rápido é freado, impedido. Ela exige que todos aprendam o mesmo ao mesmo tempo. Mas as pessoas não são todas iguais. Você pode ter mais facilidade que os colegas em um determinado assunto e menos em outro. Não deixe que te empurrem nem que te segurem. Respeite teu próprio ritmo de aprendizado.
Não deixe que a escola te ensine a decorar.
Ao contrário, esqueça tudo que puder. O homem dominou o planeta porque foi capaz de fabricar ferramentas que estenderam os limites das nossas mãos e pés. Agora, fomos ainda mais além e fabricamos ferramentas que estendem os limites do nosso cérebro. Não precisamos mais desperdiça-lo usando-o como um depósito de nomes, datas e fórmulas; hoje podemos aproveitar todo o potencial dele para analisar, criticar e refletir o mundo de informações que podemos acessar com um clique. A Internet é o teu HD, o cérebro é o teu processador.
Não deixe que a escola te ensine a te contentar com pouco.
Na escola do passado, as consequências de tirar nota 10 ou nota 7 são as mesmas. O aluno excelente passa de ano da mesma forma que o mediano, com, no máximo, um elogio da professora. Assim, aos poucos os alunos vão ficando satisfeitos em “passar por média”. Nunca fique contente com a média. Dê teu melhor sempre, em tudo o que fizer (inclusive nesses poucos anos que ainda te restam na escola do passado). No mundo, ao contrário da escola, a excelência faz muita diferença.
Não deixe que a escola te ensine a acreditar que ela é suficiente.
A escola do passado lamentavelmente abdicou da missão de preparar os alunos para o futuro e se limita a tentar prepará-los para o vestibular ou o ENEM. Mas a tua vida produtiva começa exatamente depois desse ponto e para ser bem sucedida nela você precisará de muito mais do que ciências, matemática, português, história e geografia. O futuro vai exigir que você tenha uma boa noção dos teus direitos e deveres para cumprir teu papel de cidadã, conheça um pouco de economia para saber gerenciar teu dinheiro, aprenda sobre empreendedorismo para fazer tuas ideias virarem realidade, tenha consciência global para compreender teu lugar no mundo, domine a Internet enquanto ferramenta de comunicação e muito mais. Há muitos conhecimentos que não estão na escola. Procure-os onde estiverem.
Não deixe que a escola te ensine que provas são capazes de medir a tua capacidade e inteligência.
A história está repleta de gênios que foram tidos como maus alunos. Eles eram considerados incapazes nas suas escolas porque estavam à frente delas e, portanto, não podiam ser medidos pelos seus testes. As provas da escola do passado servem para provar quem está mais adequado ao mundo do passado.
Não deixe que a escola te ensine que você não tem nada a ensinar.
Na escola do passado os alunos são separados em séries de acordo com suas faixas etárias e isso praticamente impede a interação entre idades diferentes. Colegas um pouco mais velhos têm muito a te ensinar e, o que é ainda mais importante, os mais novos têm muito a aprender contigo. E ensinar é a forma mais eficiente de aprender. Quando um professor detém o monopólio do ensino, ele te rouba inúmeras oportunidades de aprender ensinando e ensinar aprendendo.
Não deixe que a escola te ensine que errar é ruim.
Provas fazem isso o tempo todo, sem que os alunos percebam. Do jeito que são feitas, elas servem apenas para apontar e punir nossos erros e desperdiçam a oportunidade de nos ajudar a aprender com eles. O resultado é que aos poucos vamos nos acostumando a não arriscar e a evitar erros a todo custo. Não há nada pior para o aprendizado do que o medo de errar. Erre! Erre de novo! Erre à vontade. Erre quantas vezes forem necessárias até acertar.
Não deixe que a escola te ensine a ser apenas consumidora de ideias.
A escola do passado se limita a ruminar as ideias dos outros. Diariamente, aula após aula, os alunos mastigam, engolem e digerem um enorme cardápio de informações. Não há nenhum espaço para que eles gerem conhecimento, produzam pensamentos, criem ideias, somem. Os alunos são tratados como se fossem incapazes disso e logo se convencem dessa incapacidade. O mundo do futuro é o mundo da troca. Nele, os bem sucedidos não serão os que forem capazes de acumular mais ideias, mas os que forem capazes de distribuir mais. Escreva, desenhe, cante, dance, filme, blogue, fotografe, pinte e borde. Crie, produza, pense, gere, compartilhe.
E o mais importante de tudo, minha filha: não deixe que a escola te ensine que aprender é a mesma coisa que ser ensinado.
Toda criança nasce uma esponjinha de conhecimento ávida para absorver os comos e os porquês de tudo que vê. Essa curiosidade sem fim, essa fome de aprender costuma durar até o exato momento em que ela passa pela porta da sala de aula da primeira série da escola do passado. É nesse momento que as crianças são convencidas que aprender não é experimentar, sentir e sujar as mãos de terra ou tinta, como faziam até agora, mas sim sentar silenciosamente em cadeiras alinhadas e ser ensinado por um professor que é o dono de todo o saber e que decide sozinho a hora de começar e de parar de estudar cada assunto. O aprendizado não vem mais da interação da própria criança com o objeto que ela está conhecendo. Agora, ele é “transferido”. A criança não faz mais perguntas, ouve respostas. A busca do conhecimento não começa mais nas interrogações dos alunos, mas nas afirmações do professor; o estudo não mais se inicia na curiosidade, mas na autoridade. A criança não está mais no comando do seu aprendizado, ela não é mais um sujeito ativo no ato de aprender, é um sujeito passivo do ato de ensinar do professor. Em resumo, a criança não mais aprende, é ensinada. Não abra mão da direção da tua vida. Viver é aprender e você tem autonomia (ou seja, a liberdade e a responsabilidade) para decidir o que aprender e, portanto, como viver. Não a ceda a ninguém.
Se você conseguir impedir a escola de te ensinar essas coisas, vai acabar descobrindo que vida escolar é diferente de vida de aprendizado. E então, terá a vida inteira para desfrutar dessa incrível Era do Conhecimento que está apenas começando.
Te amo.
Teu pai

Leia mais!

A difícil arte da convivência virtual


Há tempos venho pensando neste tema... há alguns anos, nem tão distantes assim, a convivência baseava-se, principalmente, do contato pessoal. Ou seja, você conhecia alguém pessoalmente, e havendo traços em comum, havia a continuidade. E aí a convivência, fosse por telefone, pessoalmente ou por carta (sim, aquela pelo correio) eram as formas de aprofundar as relações. Claro que existiam também as amizades por correspondência, mas estas eram minoria.

Você conhecia as pessoas pelo que elas lhe mostravam, as conversas eram pautadas por interesses comuns, e se algum traço da personalidade do outro não lhe agradasse, você podia restringir, até extinguir o contato ou, o que acontecia frequentemente, você relevava porque entendia que cada um tem seu jeito, sua característica própria, e de mais a mais, se a convivência não era diária, aquilo não chegava a lhe incomodar demais. Era só não tocarem naquele ponto e tudo estava resolvido.

E então chegou a internet e, com ela, as redes sociais, os blogs, a superexposição. Eu confesso que demorei muito para me deixar morder por esse "bichinho danado", mas acabei cedendo ao vício. Primeiro no Orkut (que ainda existe mas está lá, paradinho, paradinho), no Gazzag (alguém lembra desse???), nos grupos do Yahoo, e depois no Facebook. Comecei a encontrar amigos, a reencontrar pessoas que não via há tempos, e num instante estava estabelecendo contato com pessoas que nunca havia visto antes, principalmente por causa dos grupos sobre síndrome de Down. As conversas eram travadas via MSN, com seus emoticons fofos ou engraçados, às vezes apenas entre duas pessoas, às vezes em grupos enormes... como a gente se entendia naquilo??? :D Mas foi aí que comecei a perceber o problema... a linguagem escrita é muito diferente da verbal. Por mais que se faça uso dos emoticons, não existe entonação, não existe a linguagem corporal e, vamos combinar, nem todo mundo escreve ou pontua as frases como deveria! Um texto mal escrito pode descambar para uma desavença séria numa simples clicada em "Enviar". E quanto eu vi disso... quantas amizades eu vi desfeitas por causa de bobagens, por causa de coisinhas pequenas, que numa conversa cara a cara poderiam ser resolvidas facilmente!

Bastava uma mensagem com alguma ironia ser recebida por alguém que não estava "no espírito" para que ela fosse respondida de forma “atravessada”. E daí a se tornar uma discussão, e virar uma briga séria, era um pulo! As pessoas não tinham (e muitos ainda não têm) o hábito de pensar antes de escrever, escrevem no impulso, na emoção do momento, e uma vez enviada a mensagem, adeus. Pode até se arrepender depois, mas desfazer o escrito é bem mais complicado do que desfazer o que é falado. O texto escrito é "cru", e está lá registrado, para ser relembrado com todos os detalhes! Não há lapso de memória, não tem como dizer "não foi exatamente isso que eu disse".

Ainda assim, nunca antes eu tinha observado um fenômeno como o Facebook traz hoje. A sua popularização, unida à dos computadores e smartphones, certamente contribuiu para isso. Eu percebo que a irritabilidade das pessoas cresceu demais, o julgamento do outro cresceu demais, a intolerância cresceu demais, a amizade se tornou descartável! É algo tão absurdo que me espanta diariamente. A quantidade de postagens reclamando do que os outros fazem é algo impressionante! Seja por solicitações de jogos que nem sempre podem ser evitadas pelos usuários, seja por vírus que algum desavisado pega (e espalha para outros desavisados), seja porque os amigos não curtem/comentam as postagens, seja por não concordar com algo que o outro postou... é tudo tão pequeno!!!
Quem gosta dos jogos do Facebook nem sempre sabe evitar as solicitações, ou nem sempre CONSEGUE evitá-las, já que muita coisa vem escrita em inglês e nem todos dominam o idioma. Mas é tão simples evitar que apareçam na sua linha do tempo! Basta você bloquear as solicitações dos jogos! Precisa reclamar com quem quer se divertir, como se ele fosse algum "criminoso"? Ou pior: precisa excluir dos seus amigos quem envia tais solicitações? Sim, já vi isso acontecer, chega a ser ridículo!!! Que AMIZADE é essa?

Os vírus existem desde que existem os computadores, e por mais que a informação para evitá-los hoje seja bem mais difundida, nem todos têm conhecimento ou discernimento para isso. E nem sempre conseguem fazer a remoção rápida, às vezes pensa que resolveu o problema e ele está lá ainda. Mas para quê eu vou avisar o meu "amigo" que o computador dele está infectado ou tentar ajudá-lo a resolver? Não, mais fácil excluí-lo de vez, a amizade dele não me interessa! Como assim???

Pior ainda: reclamar daqueles que nunca curtem ou comentam suas postagens! Quantos amigos você tem no face? Você consegue curtir ou comentar o que todos postam? De verdade? Eu não consigo! Até mesmo porquê, muitas vezes eu vejo as postagens pelo celular, quando a Vivo resolve fazer jus ao nome e funciona, e já aconteceu de comentar ou mandar mensagens e elas não chegarem ao destino. E, de mais a mais, eu não tenho tempo hábil para isso! Normalmente eu curto alguma coisa quando vou comentá-la, mas tem muita coisa que acho bacana e que não me preocupo, de fato, em ficar "curtindo". Será que isso é motivo para alguém me excluir de seu rol de amigos??? Pois isso acontece com frequência por aí, acreditem!

Mas talvez a questão mais grave seja a não concordância com o que o outro postou. "Ah, esse aí só faz reclamar", "nossa, mas só sabe falar citando trechos da Bíblia?", "a página desse só tem desgraça", "milionário, hein? Vive viajando!", e por aí afora. Gente, a página é PESSOAL! Cada um posta o que lhe agrada, o que quer compartilhar, o que não significa que deva agradar a todos!  E é impossível falar deste tópico sem lembrar aqueles imensos problemas que passei. Apesar de compartilhar o que estava acontecendo, eu me fechei muito, acabei me afastando de muita gente, para não parecer que tinha me tornado uma pessoa "amarga" que só sabia falar em desgraça. Não foi escolha minha o que aconteceu, e os AMIGOS de verdade continuaram me procurando, querendo saber, chegaram a fazer campanhas para me ajudar financeiramente (graças a Deus, jamais teria "cara" de pedir assim, e foi o que me salvou). Mas houve, sim, quem se afastou, talvez por não gostar de ver que eu não vivo em um mundo cor de rosa, ou por medo que eu resolvesse pedir dinheiro, não importa. Passou, e é isso que vale.

O problema é que essa não concordância anda de mãos dadas com a intolerância, que tratei em outro texto recentemente. Você não concorda com a postura de alguém, acha que ela deve agir da mesma forma que você, gostar das mesmas coisas que você, e quando isso não acontece... tchau, amizade! Eu sou bastante tolerante, imagino. Não é porque não curto bebidas alcoólicas, ou porque sou vegetariana que saio atacando quem posta fotos de churrasco regados a cerveja. Aliás, nunca recusei participar deles, se a companhia valesse a pena! Porque eu prezo muito mais a PESSOA e as QUALIDADES que ela apresenta do que eventuais traços que me desagradam! Afinal, eu mesma tenho traços que certamente desagradam meus amigos, todos têm! Será tão difícil assim ser um pouquinho maleável? Entender que o fato de duas pessoas não concordarem em alguns pontos não significa necessariamente que não possam conviver, até serem amigas?

A "amizade descartável" é um fenômeno que me assusta um bocado. As redes sociais, que multiplicaram de certa forma os amigos que cada um tem, ao mesmo tempo tornou as relações muito frágeis! É muito fácil "deletar" alguém da sua vida. Hoje, graças à megaexposição, a gente acaba conhecendo detalhes da personalidade do outro que antes podiam passar despercebidos. Passamos a julgá-los por isso. Passamos a ser intolerantes por isso. Será mesmo isso uma EVOLUÇÃO??

Que tal pensar um pouquinho a respeito? Que tal parar antes de julgar e condenar o outro, antes de tirar conclusões precipitadas sobre quem quer que seja? Talvez assim possamos lapidar nossa própria personalidade, de forma a sermos mais tolerantes com o próximo, fortalecendo amizades, mesmo que virtuais (e que nada impede se tornem reais), talvez a gente se lembre de valorizar aquilo que realmente importa sem se pegar em mesquinharias, talvez possamos cuidar melhor daquilo que disseminamos.

Sim, não posso deixar de tocar neste ponto sem comentar os boatos que se espalham pela internet, sem que as pessoas se preocupem em checar. Compartilham denúncias gravíssimas sem, ao menos, fazer uma pesquisa rápida no Google para ver se aquilo é verídico. Aí assistimos casos como o da Fabiane, moça linchada no Guarujá... um boato, um retrato falado, postado em uma página do Facebook e compartilhado sabe-se lá quantas vezes, foi suficiente para que alguém simplesmente a apontasse na rua acusando-a, e a turba enlouquecida resolveu fazer justiça (?!?) com as próprias mãos. É... tem muita coisa a ser revista por aí...

Eu volto.

Andréa 

Leia mais!

3 anos...

Pois é... esse blog está totalmente abandonado, mas a correria este ano está grande! Muito trabalho, muito cansaço, mas tudo positivo, graças a Deus! Tenho várias ideias para esse espaço, textos formados na cabeça, pedindo para serem escritos, mas os dias vão passando, as semanas voam, e acabo não fazendo é nada! :P

No mês que passou, Thabata se tornou "di maior" (medo! :) ) e parece, finalmente, estar entrando nos trilhos. Até resolveu retomar os estudos em um supletivo!!! :D Não sei se lembram que estava trabalhando em um projeto secreto... :D Pois é, ele ficou pronto, e vocês podem encontrá-lo aqui! É o fotolivro dos 18 anos dessa grande garota. Eu tinha feito o de 15 anos da Samara, e por causa de tudo o que aconteceu, acabei não fazendo o dela. Mas... 18 anos também é uma data importante, então resolvi botar a mão na massa! Acho que ficou legal, deem uma olhadinha! ;)

Samara também fez aniversário... 20 anos! Caramba, passa muito rápido! E, de uma hora para outra, decidiu fazer vestibular e encarar uma faculdade! De Ciência da Computação! Algo surpreendente, porque não é nada do que ela falava antes, mas está gostando, e isso é o que verdadeiramente importa. Sem contar que é uma profissão que tem tudo a ver com os tempos que vivemos, né? 

Ah sim, eu também fiz aniversário, tá bom... (mas podemos pular a parte dos 43?) :P Abril sempre é um mês agitado! :D Estou firme no banco, trabalhando um bocado, mas tenho conseguido dar umas scrappeadas nos intervalos! ;) Se "fuçarem" os links vão encontrar algumas novidades! Até entrei em outro time de criação, do Just Because Studio, da talentosíssima (e brasileiríssima) Dani Alencar! Estou adorando trabalhar com os kits dela, são lindos!!!


Mas hoje... eu tinha que voltar aqui... é o dia do aniversário "do lado de lá" do meu grande amigo, daquele que deixou um buraco imenso que não foi nem vai ser jamais preenchido! Ele foi e é "o cara"!!! Três anos... três longos anos sem a voz, o abraço, a risada, a "molecagem" do meu "Paiaço"! É claro que a gente acostuma, ou faz de conta que acostuma, sei lá. Mas a falta, a saudade... ah, essa continua existindo, latente, pronta a se fazer notar se a gente é pega despercebida. Basta um sabor, um cheiro, uma música, uma lembrança, e pronto! 

E nessa data, não tem como esquecer, não tem como deixar de pensar em como ele foi embora tão cedo. Claro que sei que ele está bem, feliz, do lado de minha mãe, a mulher que ele ama verdadeiramente! De vez em quando tenho pequenas notícias, e isso me alegra muito! Porque eu sei que durante os dez anos que estiveram separados fisicamente, ele viveu (e jamais desistiu da vida) planejando o reencontro. E tudo o que eu mais queria e quero é saber que os dois estão felizes!

Eu sei também que a felicidade deles depende um pouco de estarmos bem aqui, e procuro me empenhar ao máximo para viver de acordo com o que eles me ensinaram. Caráter, honestidade, lealdade, amizade, religiosidade... e todos aqueles princípios hoje tão desprezados mas que eles seguiam à risca e eu faço questão de dar sequência a todos eles!

Então... nada de tristeza! A saudade pode ser feliz também. A saudade pode trazer lembranças engraçadas (e eu não o chamava de "Paiaço" sem motivo, afinal de contas), pode fazer rir! E pode trazer a ternura de uma página, como essa que criei para homenagear a data de hoje.

Pai, é seu aniversário aí, o dia que renasceu, livre de uma doença que nem sabemos exatamente qual foi, mas que podia ter lhe maltratado muito! Que bom que tinha merecimento suficiente para partir sem que ela lhe impusesse um sofrimento muito grande. Que bom que você foi e é esse ser tão especial, que esteve cercado de pessoas iluminadas a lhe ajudar nessa transição. Que você siga seu caminho de muita Luz em paz, porque nós aqui estamos tocando em frente. Superando as dificuldade que surgem com garra, determinação, e a inabalável Fé que sempre nos ensinou a ter! EU TE AMO MUITO!

Andréa
(e vamos ver se crio vergonha na cara e começo a aparecer por aqui de novo, né? ;) )

Leia mais!