segunda-feira, 27 de abril de 2015

Ecologia x Produtos Naturais


Hoje em dia é cada vez mais comum encontrar pessoas que defendem a alimentação natural, vegetariana e, mesmo, o veganismo, onde não se consome absolutamente nada de origem animal, seja alimentação, vestimenta, nada mesmo. Acho isso fantástico, porque não faz muito tempo eu era vista como um "ET" quando explicava que era vegetariana. Não sou vegana, ainda, até por uma questão financeira, porque eliminar também ovos e derivados de leite exige outras substituições que encarecem o orçamento. Mas carne, de espécie alguma, eu não consumo desde 1989, é um bocado de tempo.

A cada dia mais e mais pessoas vão enveredando por este caminho, e isso é maravilhoso. Tanto que o vídeo de um garotinho recusando um nhoque de polvo viralizou na internet há algum tempo. É lindo demais, e me emociona até hoje. <3 ah="" aqui="" ent="" n="" o="" olha="" p="" viu="">




Eu estava buscando um texto do meu pai, para postar aqui, porque este mês ainda não tinha feito isso, e encontrei um onde ele faz um comparativo entre ecologia e alimentação natural. É um texto escrito entre 1992 e 1993, mas ainda bastante atual. Confiram!

Eu volto!

Andrea

ECOLOGIA X PRODUTOS NATURAIS...UM MESMO PRINCÍPIO
(Ronaldo Tikhomiroff)
Nos primórdios de nossa civilização, o planeta Terra era, por obra do Criador, um só organismo, perfeitamente equilibrado e em sintonia com todo o Cosmos. Estava pronto para receber uma nova espécie: o ser humano.
Naquela época, se pudéssemos nos transportar no tempo, não ouviríamos os termos ECOLOGIA ou PRODUTOS NATURAIS, pois tudo era harmonia e equilíbrio. A Natureza se auto-disciplinava e fornecia ao homem tudo o que ele necessitava para sua sobrevivência e seu progresso íntimo e espiritual.
Mas o homem não se contentou com tal dádiva: seu livre-arbítrio lhe dizia que sua “inteligência” poderia fazê-lo Senhor da Terra, subjugando as “raças inferiores” e moldando o “seu” planeta de acordo com seus desejos de conforto e poder. Nascia o homem-parasita, adormecendo o homem-divino.
O planeta foi “loteado”, criando-se fronteiras e diferenças tribais. Sem qualquer afeto pelo planeta que o acolhia e que lhe dava todas as condições de uma vida equilibrada, o homem aos poucos, e cada vez mais, foi-se esquecendo de suas origens e se perdendo em sua ganância.
Hoje ele começa a acordar. É um despertar difícil, pois todas as forças incentivadas por ele próprio ao longo dos séculos estão ainda ativas. Ele pensa em reequilíbrio da Natureza e “cria” a ecologia. Mas age sob seu prisma, totalmente distorcido pelo seu passado.Afinal, o homem nada mais é do que parceiro de toda a Natureza e não seu dono e senhor.
A poluição, assunto tão em evidência nos dias de hoje, existe em todos os campos. Fala-se em poluição do ar, das águas, do solo, sonora, visual, mas esquece-se da poluição do próprio ser humano. Exemplos recentes disso seriam as atitudes dos índios Payakã e Juruna. Sem entrar no mérito jurídico da questão, é evidente que o cacique Payakã agiu como tantos homens brancos já agiram ao longo da História, e que não cansam de divulgar aos quatro cantos. É só ligar a TV e vemos cenas de estupro e outras distorções sexuais dentro de nossas casas. Um índio “aculturado” é, na verdade, um índio poluído...por nós, os Senhores da Terra.
Em recente programa de televisão, é mostrado uma missionária norte-americana que proibiu a nudez em uma tribo amazônica, em nome dos bons costumes. Enquanto era “natural” o índio se banhar desnudo, homens e mulheres juntos, a missionária planta a maldade em seus pensamentos. Não estaria aí se criando um outro estuprador?
O cacique Juruna, em seu protesto durante a Rio-Eco-92, declarou que “bicho é bom mesmo para churrasco!”. Ou seja, um representante dos povos da floresta, que vivem em harmonia com toda a Natureza e que a respeitam acima de tudo, vem a público pregar que o homem deve mesmo é MATAR animais para comê-los. Onde ele aprendeu isso? Convivendo com seu povo no seio da floresta, ou com o homem branco que além de matar os animais para devorá-los, ainda os mata por esporte ou para satisfazer seu ego, exibindo sua carcaça como troféu?
Da mesma forma, o produto dito natural seria tudo aquilo que a Natureza oferecia ao homem, sem qualquer mácula. Hoje temos de nos contentar em consumir produtos naturais apenas porque não contêm agrotóxicos ou qualquer outro componente químico produzido pelo homem. Esquecemos que, em muitos casos, o terreno onde é cultivado ou a água com que é regado já estão poluídos.. Até mesmo o ar que é aspirado pelo vegetal contém hoje, não só o CO2 transformado pela fotossíntese, mas também diversos outros componentes químicos que o homem atira na atmosfera a cada momento. De qualquer forma, serão sempre melhores do que o coquetel químico criado pelo homem em sua ganância de querer ganhar sempre mais e mais, além de não perder a mania de querer modificar, a seu bel prazer, tudo aquilo que o rodeia. Em outras palavras, quer ser mais perfeito que seu Criador...como se isso fosse possível.
A água, o ar, os vegetais e os minerais ainda são as maiores fontes de energia que o homem poderia almejar, pois seu próprio organismo é constituído de matéria composta por esses mesmos elementos, num equilíbrio tal que, por mais que tente o homem, jamais poderá imitar. Portanto, é nesses quatro elementos, sem qualquer outro artifício, que o homem deve buscar sua harmonia com a Natureza e, portanto, com ele próprio. A inteligência com que foi brindado e que o diferencia dos demais seres vivos, deve ser empregada sabiamente, buscando no seio da Terra, os elementos puros que necessita para se manter organicamente equilibrado. Seria, no fundo, praticar a ecologia em seu próprio organismo. Afinal, o homem também é um produto NATURAL...ou não?

0 comentários:

Postar um comentário