As aparências enganam...


De forma recorrente, e pelos motivos os mais diversos, estou sempre me deparando com situações de prejulgamento, preconceito, intolerância e radicalismo, que muito me incomodam. Recentemente, mais uma vez, vi-me diante de uma discussão que envolvia os quatro temas, o que me levou a resolver escrever. Falarei de cada um em separado, mas isso não significa que eles não se inter-relacionem. Ao contrário. Muitas vezes dois ou mais destes temas caminham de mãos dadas.

Ao prejulgar uma pessoa ou situação, estamos de antemão decidindo se somos a favor ou contra algo que não conhecemos por completo, temos apenas uma sensação inicial. Não é uma intuição, esta normalmente correta no que nos transmite, mas algo construído no plano mental, racional, a partir de fatos esparsos dos quais tiramos conclusões as mais precipitadas.

Eu era muito nova quando passamos (eu, meus pais e minha irmã) por uma situação que nos ensinou, para o resto da vida, a nunca prejulgar nada nem ninguém. Passávamos o Natal em Gramado, em 1984, e a lição que lá aprendemos foi extremamente marcante.

Estávamos hospedados em uma pequena pousada, "Vovó Carolina", pequena, super familiar, um clima tremendamente agradável. O café da manhã era o momento em que os hóspedes podiam interagir mais, porque acabava todo mundo se encontrando. Apesar de cada família sentar numa mesa, acabava virando uma grande sala de bate-papo, todo mundo conversando com todo mundo.

Na véspera de Natal, estávamos tomando café quando chegou uma família que não conhecíamos, haviam chegado no dia anterior. Pai, mãe e uma filha mocinha, de uns doze anos. Mal cumprimentaram as pessoas que lá estavam. Uma cara fechada, amarrada, que deixou o clima super estranho. Meu pai chegou a comentar que não entendia alguém viajar para uma cidade linda como aquela e conseguir ficar de mau humor. Mas, acabamos o café e saímos a passeio.

Em todos os lugares que íamos, parece mentira, mas a tal família também ia. Sempre secos, cara fechada. Não adiantava tentar não reparar neles, porque esbarrávamos a todo instante. Meu pai, principalmente, já estava incomodado com aquilo. Passou. Fomos para o hotel nos arrumar para a Noite de Natal, já que íamos passar numa churrascaria da cidade, de amigos nossos, onde tinha uma comemoração linda, com Terno de Reis e tudo o mais.

Chegamos à churrascaria na maior animação, sentamos na mesa que havíamos reservado, bem de frente para o palco onde eram feitas apresentações de dança. De repente, quem senta na mesa ao nosso lado? Bingo! A tal família de novo! Parecia até perseguição! Meu pai ficou "p"! Disse (para nós, claro) que se eles não queriam comemorar o Natal não deviam ter ido até lá, essas coisas. Mas, procurou se distrair porque, afinal, se o outro não estava a fim de comemorar, ele estava, e não ia estragar nossa festa.

À meia-noite o dono da churrascaria foi ao microfone desejar um feliz Natal a todos e pedir para que todos se levantassem e cumprimentassem quem estivesse ao seu lado, numa imensa confraternização. Ora, quem estava ao nosso lado era a tal família! Mas, levantamos, meu pai meio a contragosto, quando vimos o homem já ao nosso lado. Desejou-nos um feliz Natal, pedindo desculpas porque sabia não ter sido boa companhia, mas ele havia acordado naquela manhã com um telefonema informando que seu pai havia falecido (não lembro em que cidade, era longe à beça). Não haveria tempo hábil para ele chegar para o enterro, então ele havia decidido não estragar ainda mais o Natal de sua filha, sacrificando-se e permanecendo em Gramado até a manhã de Natal, quando pegaria a estrada de volta.

Não preciso dizer que ficamos todos (e meu pai principalmente, ele sempre falava isso) nos sentindo minúsculos! Por termos julgado as atitudes de alguém sem saber o que se passava realmente, por termos nos aborrecido com algo que nada tinha a ver conosco, deixando até de sermos solidários a alguém que precisava. Valeu a pena nossa atitude? Agimos certo?

E quantas e quantas vezes nos deparamos com situação semelhante onde, do alto de nossa empáfia, sentimo-nos superiores a outros, capazes de julgá-los, condená-los? Há alguns anos, um exemplo típico foi notícia na mídia: o "Caso Nardoni". Lembro bem dele porque fui muito criticada à época por minhas opiniões e por não aceitar fazer parte do "ódio coletivo". Lembrava ainda do que aconteceu com os donos da Escola Base, que perderam sua dignidade para depois serem inocentados (e nem por isso tiveram de volta a paz), lembrava do que havia vivenciado em Gramado. Então não condenei o casal, pura e simplesmente, esperei o desenrolar do caso para que fosse, afinal, comprovada sua culpa ou inocência. E como torci por essa segunda!

Mas muito antes das provas ou das conclusões da polícia, o casal foi condenado pela mídia e pela população. A incitação ao ódio, cujo ápice foram os fogos de artifício ao fim do julgamento, foi algo bárbaro, no pior sentido da palavra. Aquilo me incomodou tanto que até escrevi a respeito. Uma das coisas que mais me chocava era a comoção gerada com o caso. Não porque não o considerasse terrível, mas porque na mesma ocasião outros casos tão graves quanto o "Caso Nardoni" aconteceram e ninguém sequer se deu ao trabalho de comentar! Quanto mais de se revoltar, de exigir justiça! Por quê? Só porque a pequena Isabella era uma menina linda, da classe média de uma metrópole? Isso para mim não é justiça, é discriminação!

Discriminação, preconceito. Se antes estas palavras já me incomodavam, quando comecei a participar mais ativamente de grupos relacionados à inclusão de pessoas com deficiência, e mais especificamente relacionados à síndrome de Down, a coisa tomou um vulto muito maior. Porque as coisas que comecei a descobrir são tão tristes, tão chocantes... saber que ainda hoje existem pessoas, e o pior, médicos, favoráveis ao aborto no caso de se descobrir a deficiência na gestação, é algo terrível! Saber que crianças e jovens são esquecidos por professores, quando tentam cursar uma escola regular é, no mínimo, revoltante! Acabei decidindo cursar Pedagogia, para tentar fazer algo mais.

É extremamente cruel o preconceito. Graças a ele deixamos de conviver com pessoas fantásticas, que muito poderiam acrescentar em nossas vidas, pelo simples fato de “decidirmos” que determinada característica é errada, ou “feia”, ou qualquer coisa do gênero. É, na verdade, o prejulgamento de uma pessoa, baseado em sua cor de pele, sua religião, sua aparência, sua orientação sexual, ou qualquer outra característica, sem a preocupação de conhecer essa pessoa em sua essência, suas qualidades e defeitos. A diferença é que o preconceito normalmente se estende a todas as pessoas com aquela característica, não se restringindo a uma só.

E então eu descobri que minha sobrinha era dependente química. E descobri que essa doença (sim, é uma doença) também é cercada de muito preconceito e discriminação. O dependente químico além de conviver diariamente com uma batalha imensa, precisa conviver com as pessoas apontando e chamando de "maconheiro", "drogado", "bêbado", "mau caráter", "sem vergonha", ou outros adjetivos ainda menos elogiosos.

O dependente químico é, muitas vezes, visto como marginal, criminoso. Claro que muitas vezes ocorre mesmo a ligação com o mundo do crime porque, afinal de contas, a grande maioria das drogas é ilícita e, portanto, o dependente tem que, necessariamente buscar criminosos para consegui-las. E as drogas, além de tudo, afetam o doente, causando a perda de valores básicos, desvios de caráter, então a linha que separa o legal e o ilegal se torna ainda mais tênue. Mas, ainda assim, o dependente é um doente que merece respeito, atenção e cuidado.

Ah, mas ele não se trata porque não quer! Ele usa porque é sem-vergonha! Saiu da clínica e recaiu, não tem jeito mesmo, não presta! Mas será que os familiares, os amigos, a sociedade, contribui para essa recuperação? Quando se tem um hipertenso ou diabético na família, todos se mobilizam de forma a ajudá-los, mas será que isso também acontece com o dependente químico? Será que a família elimina as bebidas alcoólicas de casa? Será que os amigos toparão um programa sem elas? Digo sem medo de errar: na maior parte das vezes a resposta é NÃO. Eu falei bastante sobre isso em um texto anterior, depois que a Thabata saiu da clínica, não vou ficar me repetindo.

Recentemente, graças à discussão em torno da tal lei da "cura gay", o tema da orientação sexual veio à tona com tudo. Vi muita gente indignada, mas vi também muitos comentários repletos de preconceito. E isso me incomoda demais, não só porque sou contra toda e qualquer forma de discriminação, mas porque tenho amigos e amigas muito queridos que são gays, e são pessoas da melhor qualidade, que merecem todo o carinho, todo o respeito, toda a consideração do mundo! O fato de serem gays não significa absolutamente nada no "todo". O que me importa se a pessoa é gay, se ela é uma pessoa sempre disposta a estender a mão a quem precisa, a abraçar causas em prol dos mais fracos, se é incapaz de fazer mal a quem quer que seja? Melhor que fosse intransigente, egoísta, mesquinho, mas que fosse hetero? A orientação sexual é apenas UMA entre as inúmeras características da pessoa, mas de forma nenhuma é a maior determinante de seu caráter!

Mas, quando entramos neste campo, encontramos, também, a intolerância. De braços dados com o preconceito, a intolerância é algo terrível. Não é só o "não aceitar" a diferença, não é só o "não gostar" daquilo, é ainda mais agressivo e cruel. Ao tratar da orientação sexual vemos pessoas que não aceitam e nem tocam no assunto, que são capazes de mudar de calçada se encontrarem um gay, que se tornam até violentos! Pessoas são agredidas nas ruas, mortas, pelo simples fato de serem gays!

Antigamente isso era algo discutido apenas em torno da "cor da pele", o preconceito e a intolerância eram temas tratados quase que exclusivamente ao se falar das etnias. Ranço trazido pela escravidão, é claro, onde os negros eram tratados como objetos, ou até menos do que isso. Absurdo pensar que mais de 200 anos após a abolição da escravatura ainda exista tal pensamento, mas ele existe. Como se a cor de uma pessoa pudesse dizer a sua capacidade! Triste...

E não é exatamente isso que ocorre com as pessoas com deficiência? Parece que o simples fato de ter uma deficiência é capaz de determinar o que aquela pessoa será ou não capaz de fazer. Como se nós tivéssemos o poder de saber o NOSSO próprio limite, o que dirá dos outros! Eu mesma já me vi fazendo coisas que jamais imaginaria ser capaz! Como posso falar de outras pessoas então? Se as oportunidades forem dadas, certamente iremos nos surpreender, porque ninguém é capaz de adivinhar até onde o outro pode ir!

Quando encontramos a intolerância, encontramos também o radicalismo. Seja travestido de algo positivo ou negativo, não importa, é perigoso e, muitas vezes, cruel. Há aqueles que são intolerantes, como falei acima, com gays ou negros, que são pessoas cheias de preconceito e que simplesmente se acham melhores do que os outros, mais merecedores do que quer que seja.

Mas há também aqueles que são intolerantes com os que têm uma religião diferente da sua, como se só a sua fosse detentora da Verdade, ou aqueles que são intolerantes com os que não abraçam a mesma causa que eles, como algumas pessoas que lutam pelos direitos dos animais ou das pessoas com deficiência.

Não há nada errado em ter uma religião ou defender uma causa, ao contrário! O errado é achar que aqueles que pensam de forma diferente são pessoas menos dignas, de pior caráter, desprezíveis mesmo. Unem à intolerância o radicalismo. E como isso é perigoso! Porque o radicalismo acaba prejulgando as pessoas que pensam de forma diferente por suas atitudes e escolhas. Pegando o exemplo da defesa dos direitos dos animais, a pessoa radical, além de combater aqueles que efetivamente maltratam animais, ainda vão contra os que não os têm como sua prioridade máxima.

Já ouvi gente se vangloriar de quanto gastou para ajudar um cachorrinho. Palmas! Se tem condições para isso, que faça! É louvável! Mas não julgue quem não tem condições de fazê-lo, ou quem investe aquilo que tem, de repente, para ajudar uma pessoa com deficiência, ou para comprar quentinhas para pessoas de rua, ou simplesmente para comprar um sapato novo! Quem conhece a história do outro? Quem conhece o íntimo do outro? Quem conhece as prioridades, as necessidades do outro? Julgar e condenar é tão fácil...

E essa semana acabei entrando em uma discussão (aquela que mencionei no início) no Facebook, num dos grupos que participo. Foi postada uma mensagem, pedindo para denunciar um perfil e uma página que estavam postando fotos de pessoas com síndrome de Down, com conotação preconceituosa. Visitei ambos, denunciei a página que era, realmente, de péssimo gosto (e não só com referência à síndrome de Down, diga-se de passagem), mas não encontrei no perfil indicado o tal preconceito. Estranhei, questionei (para quê!) e fui bombardeada por mensagens em maiúsculas (o que, na internet, entende-se como gritos - olha o radicalismo aí), tentando me provar por "A + B" que o rapaz em questão era preconceituoso.

Voltei ao tal perfil, afinal eu podia estar errada, revi as fotos que a pessoa postou, sempre com um comentário agradável, e me dei conta de que, em uma delas, e apenas em uma delas, as pessoas que visitavam o perfil postavam comentários grosseiros. Ok, mas isso era motivo para denunciar um perfil, pedindo para o Facebook excluí-lo? Afinal, o DONO do perfil não agiu, ao menos não era possível afirmar sua intenção, com preconceito! Se ele errou foi, pura e simplesmente, por não rebater os comentários grosseiros de quem lhe visitava. Será que era mesmo o caso de denunciar o rapaz como se fosse ELE o preconceituoso, ou devíamos aproveitar a oportunidade para orientá-lo? Uma mensagem "inbox" não seria muito mais proveitosa, muito mais correta? Não daria ao rapaz a oportunidade de rever sua postura e se tornar uma pessoa melhor?

A cada argumento que eu apresentava no grupo, o rebate era mais severo, mais radical. Até que a pessoa que vinha discutindo comigo soltou uma pérola, a fim de provar que o rapaz merecia ser denunciado: o rapaz era fã do McDaleste, aquele funkeiro assassinado durante um show recentemente e, por isso, não podia valer o prato que comia. Oi???

Eu não gosto de funk, nem ao menos conhecia as músicas do tal McDaleste, mas sei que as minhas sobrinhas gostavam dele. Thabata ficou sabendo durante a madrugada do que aconteceu, e quando eu acordei para trabalhar estava chocada, veio me mostrar os vídeos do show e tudo o mais. Vi filhos de amigas minhas postando no Facebook cedo, preocupados, querendo confirmar se era verdade que ele havia morrido. Nenhum desses jovens vale o prato que come então? Todos eles merecem ter o perfil do Facebook excluído porque são parte da escória da sociedade? Ah, poupe-me! "Mas espera aí! Sua sobrinha não é aquela que é dependente química? Então ela certamente está enquadrada, né?" Não! Mil vezes não! Thabata é dependente química sim, mas Samara não é, e nem os filhos das minhas amigas. Nada de generalizar! Uma coisa nada tem a ver com a outra!

O que aconteceu ali foi que, devido a uma denúncia de preconceito, eu me deparei com alguém intolerante, que se tornou radical ao ser rebatido e, por conta do seu radicalismo, prejulgou pessoas que nada tinham a ver com a história. Passou a ser ele o preconceituoso! Um erro justifica o outro?

Não preciso dizer que após rebater tal afirmação, retirei-me da discussão. Não valia mais a pena, perdeu o sentido. Mas eu precisava escrever a respeito. Um desabafo, talvez. Ou, talvez, eu ajude as pessoas a refletirem sobre suas atitudes e, com isso, semeie um pouco de compaixão, tolerância, amor ao próximo, quem sabe? Tomara que sim. Porque tenho visto, com uma frequência assustadora, pessoas se tornarem extremamente agressivas umas com as outras nas redes sociais, e eu sei que isso é reflexo das atitudes fora do mundo virtual. Como aconteceu na discussão que relatei acima, um comentário simples pode deflagrar uma guerra quando alguém não concorda com ele. E sempre vai haver quem não concorda, é de se esperar, já que cada um pensa de um jeito e tem direito a ter suas opiniões! Mas falta respeito pela opinião alheia, falta delicadeza nas respostas, falta AMOR nas relações. Não, não só nas relações. Falta AMOR e ponto. Em todas as situações. É hora de mudar.

O texto ficou enorme mas, creio, era necessário. Eu volto.

Andréa

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FELIZ DIA DO AMIGO!!!


Esse scrap é de 2009, falta MUITA GENTE nele... muita gente MESMO! Mas essa semana foi tão corrida, três dias de treinamento em Campinas, levantando 5h00 da manhã, chegando em casa mais de 20h00, que não dei conta de fazer um novo... mas se tem alguém que não pode, em hipótese alguma, deixar passar o Dia do Amigo em branco, sou eu! Tá, o Dia do Amigo é daqui a pouco, mas eu não ia aguentar até meia-noite para postar, e amanhã vou levantar cedo (de novo...), porque Samara vai fazer aula prática de "operador de empilhadeira" (sim, minha sobrinha é meio doida) e quer que eu vá fotografar... :\

Sendo assim, melhor um pouquinho antes do que bem depois, né??? Afinal, o que seria de mim sem meus AMIGOS? Nadica de nada! :D Sou a prova viva de que para a amizade não existe distância, não existe diferença de gerações, não existe a barreira real/virtual... ao contrário! Quantos "amigos de internet" se fizeram presentes quando mais precisei... quantos "amigos do meu pai", que nem sabem quem sou eu, colaboraram comigo... quantos foram aqueles que me fizeram chorar, de pura emoção, de gratidão, de alegria! Pessoas que às vezes nem tive a oportunidade de agradecer porque atuaram de forma anônima... AMIGOS, em letras maiúsculas, garrafais! O dia 20 de julho é de cada um de vocês! <3 de="" fazerem="" minha="" obrigada="" p="" parte="" por="" vida="">


E nos últimos dias, parece até combinado, amigos queridos me emocionaram ao serem notícia na TV. Primeiro foi o Claudio Aleoni Arruda, campeão de hipismo, que apareceu no Esporte Fantástico. Depois, logo em seguida, a linda Debora Seabra, apareceu no Fantástico. Para fechar, minha querida Jucilene Braga apareceu no Hoje em Dia! Uma história mais linda que a outra, cada um mais querido que o outro! Assistam, vale a pena! ;)

FELIZ DIA DO AMIGO, a cada um de vocês! Saibam que moram em meu coração!

Andrea

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#VemPraRua


Impossível deixar passar essa semana sem falar num assunto que assolou o país: as inúmeras manifestações que iniciaram por causa dos aumentos das tarifas dos ônibus e explodiram para uma luta generalizada por um Brasil melhor para todos. Os tais "vinte centavos" da tarifa nada mais foram do que a gota d'água na paciência do brasileiro, que resolveu colocar para fora o que vinha engasgado há tempos.

Foi incrível assistir ao longo da semana, como as manifestações vieram num crescendo, contagiando cidades dentro e fora do Brasil, levando cada vez mais gente às ruas, em protesto contra a situação atual do País. Manifestações, em sua esmagadora maioria, pacíficas. O povo foi às ruas em PAZ, e foi recebido, a princípio, com muita violência por parte das autoridades. Os desmandos foram de tal ordem, que se tornaram vergonhosos. E coube às mesmas autoridades dar o passo atrás e permitir que o povo fosse às ruas sem ser agredido. E então pudemos assistir a um movimento de um tamanho realmente impressionante, que emocionou de verdade. A cena da "tomada do Congresso Nacional", retratada no scrap deste tópico, foi a que mais me arrepiou. 

Nem o futebol, a Copa das Confederações, foi capaz de parar o povo. Ao contrário, serviu de motivação para um povo que, parece, cansou um pouco da política de "pão e circo". Houve excessos, é fato. Mas foram, em princípio, bem localizados em pequenos grupos de vândalos ou de infiltrados, que estavam ali apenas para tumultuar, agredindo, saqueando, destruindo o bem público, que é de todos nós. Protagonizaram cenas horrendas, vergonhosas. Além disso, o que foi destruído terá de ser reparado, e por quem? Por nós mesmos, visto que é o nosso dinheiro que será usado para tal. 

Infelizmente, conforme o movimento ia crescendo, em diversos momentos vimos aumentar as cenas de violência, e é ISSO que de fato me preocupa. Que aquele que era um pequeno grupo de vândalos cresça, e que aquilo que iniciou como um protesto PACÍFICO deflagre numa guerra civil, com violência de ambos os lados. Que o povo brasileiro não permita que isso aconteça. Que o povo brasileiro lute por seus direitos, sim, mas pacificamente, em ordem e, principalmente, que não deixe morrer esse movimento. Não adianta ter feito tanto barulho e não exigir os resultados.

O movimento iniciado pelos tais "vinte centavos" explodiu além das fronteiras brasileiras. O Brasil virou notícia internacional, chamou a atenção de todos para problemas muito maiores. Os governantes, e os políticos de modo geral, tiveram que perceber que a coisa era mais séria do que eles imaginavam. E, claro, um ou outro partido vem tentando tomar para si a organização do movimento. Mas esse movimento não é liderado por nenhum partido, é um movimento que surgiu do povo. Não que devamos negar os partidos, apenas não podemos permitir o surgimento dos oportunistas de plantão, desvirtuando a essência do movimento! Mais do que qualquer coisa, temos que aproveitar essa atenção que o movimento obteve para nos fazer ouvir. E cobrar!

Porque ir para as ruas é muito bonito, emociona mas, acima de tudo, é preciso COBRAR os resultados. E que não sejam apenas os "vinte centavos" das passagens, que os governantes estão abrindo mão na tentativa de calar a população. Tem MUITA coisa mais a ser cobrada, e não podemos deixar passar essa oportunidade, de jeito nenhum.

#VemPraRua, Brasil! Em PAZ, por um país melhor!

Eu volto!

Andrea

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12 anos...


Nem tem muito o que dizer... cada ano que passa parece que aumenta mais a saudade e a falta que me faz. A gente acostuma, é verdade. Vai caminhando, tocando a vida, tendo uma ou outra nova "caída de ficha" em momentos, detalhes, cheiros específicos, que trazem à tona memórias de coisas muito boas. Mas quando a "data fatídica" se aproxima, ah... as lembranças afloram, não tem jeito! 

E você foi uma pessoa tão especial... um coração tão grande, uma alma tão incrível, uma cabeça tão fantástica... ok, tão fantástica que se atrapalhava em MUITOS momentos, né? :D A ponto de "ataque de Solangite aguda" se tornar sinônimo de distração, não era assim? Até hoje me lembro das suas "bobagens", e acabo rindo sozinha! Eram tantas que a gente dizia que ia publicar não um livro, mas uma enciclopédia com elas, vários volumes! :P

Só uma relação como a nossa poderia permitir que brincássemos nos "xingando"... chegávamos a buscar no dicionário novos sinônimos para os "xingos"! :D Mas a verdade é que o AMOR entre nós extrapolava, longe. Opa! Extrapola! Porque continua existindo! E crescendo, cada vez mais!

Vou terminar essa postagem com uma poesia sua, escrita em 07/10/1986, quase quinze anos antes de partir, e que já mostrava o tamanho da sua ligação com o Ser Superior.
DEUS
(Solange Tikhomiroff)
Deus...
Amplie, por favor, minha coragem
Restaure minha força em amplitude
Fazei com que eu prossiga a viagem
E que minha passada nunca mude
Deus...
Guie meu olhar pra natureza
Derramando em mim Tua emoção
Pra que eu possa enxergar toda a beleza
Do equilíbrio da Tua criação
Deus...
Faça a modéstia me abraçar
Em seu abraço de serenidade
Faça minha mente alcançar
Além daqui, por toda a eternidade
Deus...
Dê-me o conforto da Tua doçura
Caminhe comigo em meu calvário
Para que eu possa, então, sem amargura
Cumprir aquilo que é necessário
Deus...
Permita que eu conheça o perdão
Que vai aliviar o meu sorriso
Para que eu tenha paz no coração
E siga o caminho que preciso!
Siga seu caminho, mãezinha... um caminho pleno de luz, como você. E saiba que sua filha aqui se enche de orgulho a cada vez que alguém comenta uma foto dela dizendo: "cada vez mais parecida com sua mãe"! :D É o maior elogio que eu poderia receber! AMO MUITO VOCÊ!

Eu volto...

Andréa 

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E antes que fique abandonado de novo...

... vamos escrever alguma coisa, né? ;) Mas na verdade as novidades são poucas, por isso estou meio quieta, na minha... Tenho trabalhado muito, tanto no banco como em casa, então o tempo anda curto. Semana passada, para relaxar um pouco, encarei uma ida a Campinas com a Samara, de ônibus, para passear no shopping. E adivinhem? Tinha pista de patinação no gelo por lá! Imagina se ela se animou??? :D


Até vídeo rolou... DOIS! O primeiro está aqui e o segundo aqui! Neste último, vários tombos... mas não dela! ;) A danada até escapou por pouco em alguns momentos, mas se manteve firme!

Então, como faz tempo que não posto nada dos meus pais, vai um texto de "seu" Ronaldo que eu gosto muito! Aproveitando a semana de um "viral" na internet, onde uma criança se recusa a comer um nhoque de polvo, e questiona a mãe sobre a "necessidade" de comer os animais. Você não viu? Então veja aqui, vale a pena!!! ;)

O HOMEM ECOLÓGICO
(Ronaldo Tikhomiroff)
Ao longo dos séculos, o homem procura desvendar os segredos da Vida e da Natureza, tentando entender as leis naturais, sem no entanto compreender suas próprias origens. A ciência, criada e manipulada pelo homem, dissecou o organismo humano sem se preocupar com o conjunto homem-essência, ou homem-energia. O corpo humano passou a ser visto tão somente como uma estrutura complexa, porém, apenas sob o ponto de vista químico. Em cima disso, a ciência criou suas bases, esquecendo-se de algo muito sutil, talvez expressado com muita felicidade por Albert Einstein, ao comentar que “Religião sem Ciência é cega...Ciência sem Religião é paralítica”. Entenda-se Religião aqui como tudo aquilo voltado para o imponderável.
A antroposofia, fundada por Rudolf Steiner, a homeopatia, de Hahnemann, e tantas outras ciências, procura hoje mostrar ao homem que ele é muito mais que um simples (ainda que complexo) amontoado de substâncias químicas, pois ele possui algo de transcendental que a medicina e a ciência tradicionais parecem ter ignorado. Conforme nos ensina a medicina antroposófica e homeopática, o homem se cura por si mesmo. Não há remédio que cure o ser humano se ele próprio não estiver disposto internamente a ser curado. Os remédios, de qualquer tipo, são meros instrumentos que levam o homem a se curar. Em outras palavras, uma droga pode eliminar um foco doente do corpo humano, mas se o homem não estiver internamente “disposto” à cura, o foco é simplesmente deslocado para outro ponto e certamente voltará a se manifestar posteriormente.
Afinal, o homem não é um simples conjunto de órgãos que devem ser tratados isoladamente, pois, ao que tudo indica, nenhum órgão do corpo humano sobrevive sozinho. O equilíbrio é portanto conseguido através da harmonia do conjunto de órgãos com a essência interior do homem. Seria como uma orquestra, onde cada músico depende dos demais e todos dependem do maestro, para que se ouça uma sinfonia perfeita.
Este fator transcendental existente nos seres vivos é tratado pelo homem como algo inexplicável e, portanto, atribuído a forças divinas. Quanto a isso, não há dúvidas, se existir a verdadeira fé, seja qual for a religião ou seita seguida pelo homem.. Mas seria muito mais simples conviver com tais forças, se entendêssemos que o homem, como toda a Natureza, é obra de algo muito superior à compreensão humana, e sobre a qual não temos nenhum poder de manipulação, mas sim, devemos apenas aceitar as “regras do jogo” tão bem estruturado onde, do micro ao macro-cosmos, tudo é harmonia perfeita.
Ao se preocupar com o equilíbrio do meio ambiente como única forma de garantir sua sobrevivência, o homem se esquece de olhar para si mesmo, cujo equilíbrio energético também, e fundamentalmente, é necessário para sua sobrevivência. Sua alimentação, seu modo de vida, as drogas que ingere, são fatores que devem preocupar o homem acima de qualquer outro fato, pois, se equilibrado, por certo respeitará e saberá lidar com o resto da Natureza.
Evidentemente, ao correr dos séculos, o homem adquiriu conhecimentos que poderiam vir a auxiliá-lo em sua jornada pela Terra. Porém, ao se intitular “transformador” das leis naturais, ele nada mais fez do que desequilibrar aquilo que algo maior havia criado com tanta sabedoria. A partir de certo ponto, o homem passou a procurar “remédio” para corrigir seus próprios erros, pois a maior parte dos males que hoje afligem a Humanidade é obra do próprio homem. 
Uma vez que entenda seu corpo como morada de sua essência, não será difícil ao homem compreender que o equilíbrio cósmico se estende a tudo o que o rodeia, seja a fauna, a flora, os minerais, como também a si próprio. Deixando de visualizar seu organismo como um simples complexo químico, deixando de querer modificar as leis naturais da vida, substituindo substâncias naturais - perfeitamente equilibradas para suprir o homem de suas necessidades energéticas - por “inventos” químicos por certo poluidores de seu organismo, o homem finalmente se encontrará com seu equilíbrio interno e se conhecerá na totalidade.

Eu volto!

Andrea

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2 anos...


Hoje faz dois anos que você foi encontrar minha mãe... tanta coisa aconteceu nesse período, passei por tantas pauladas... tive que tomar tantas decisões... em tantos momentos quis poder lhe perguntar sua opinião, pedir seu conselho... acho que tenho acertado, e que continuaria se orgulhando de mim. Bom... pelo menos tenho tentado acertar! :D

Eu tenho estado bem, mas de vez em quando a saudade bate com tudo. Como agora... ao lembrar que já faz dois anos que não posso falar com você. Já tive, sim, sensações de proximidade, ou de sonhos, que me encheram de emoção, mas estão longe de saciar a saudade, a falta da voz, do toque. Aí dói... dói fundo! Eu sei que está por perto, e que está cuidando de nós junto com a mamãe e toda a tropa aí, mas é diferente...

Mas hoje é dia de festa! Seu Botafogo até ganhou ontem... olha só isso! E você está em boa companhia aí, né? A comemoração desse aniversário vai ser boa! Então, nada de tristeza! Se tiver merecimento, gostaria de estar presente para lhe dar o abraço que está guardado há tanto tempo! Posso??? ;)

Fica com Deus, meu pai. E lembre-se sempre de nós, tá? Porque eu não esqueço! Então, como diz o Rei Roberto, e está aí no scrap: "nunca se esqueça nem um segundo, que eu tenho o amor maior do mundo... como é grande o meu amor por você"!

Andréa

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De volta ao webmundo!

Cof! Cof! Cof! Que poeira está isso aqui!!! Mas não é à toa! Desde aquele post sobre as novidades, muita coisa aconteceu. E muita coisa BOA desta vez! Nada como variar um pouco, hein? ;)

A nomeação para Assistente em Itatiba colocou minha vida a 1000km por hora! Apenas trinta dias para encontrar uma casa, arrumar mudança, providenciar tudo que ainda faltava em Serra Negra, já que continuávamos "acampadas" (não tínhamos cama nem armário), além de "pequenos" detalhes que dependiam de estarmos instaladas, como transferir telefone, tv por assinatura, endereços de correspondência, providenciar a entrega da chave da casa de Serra Negra... enfim, uma correria sem tamanho!

Após algumas tentativas infrutíferas atrás de uma casa, tudo se acertou e conseguimos uma deliciosa! Não foi fácil, porque havia exigência de fiador, e algumas imobiliárias não aceitavam que fosse da cidade de São Paulo (nunca vi isso...). Tentamos seguro fiança, mas além da exigência da comprovação de três alugueis, ainda exigiam a comprovação de três vezes o valor do IPTU, da água e da luz! Loucura, né? Finalmente conseguimos uma que aceitava caução, num valor mais alto do que eu pensava, mas pelo menos esse valor volta depois. Olha que casa linda!


A mudança aconteceu dia 09 de março. Sim, mais de um mês atrás. Só que fiquei sem internet esse tempo todo, e não ia dar mole de atualizar meu cantinho em lan house, né? Quase enlouqueci nesse período offline, nem preciso dizer, né? E não voltei com ajuda da Vivo não, se dependesse dessa, sei lá quando teria internet! Apelei para uma empresa diferente, Net Turbo. Espero que seja legal! Falta conseguir configurar o roteador, mas amanhã deve estar resolvido. Oremos! :)

Mas vamos às novidades! Assumi minha nova função na agência Itatiba, e fui tão bem recebida que me senti em casa de cara! É uma agência bem grande, falando em espaço físico mesmo, mas tem mais ou menos o mesmo número de funcionários de Amparo. Só estranhei não ficar no atendimento ao público, e de praticamente nem ver a "muvuca", já que fico quase que integralmente no telefone.

Logo na terceira semana já participei de um treinamento a semana toda em Campinas. Como é perto, ia e voltava todos os dias, com uma gerente da agência que também participou. Foi bem legal, ainda mais que estava começando numa outra função, então aproveitei muitas dicas!

Conheci também uma amiga, até então virtual, mãe de uma fofa chamada Vivan! A Liliana se apresentou ainda antes da minha mudança, se colocando à disposição para o que precisássemos. Foi chegar e marcarmos um encontro ao vivo! Bom demais!!!


Em Itatiba já encontrei e comecei a participar do grupo de Amor Exigente (mas morro de saudades do grupo de Serra Negra...), uma loja de produtos naturais que tem uns congelados fantásticos, um curso de Libras pela prefeitura (estou esperando abrir nova turma), locadora de dvd, biblioteca, ou seja, estou me localizando. Aos poucos tudo vai se tornando bem familiar! :D

Nesse período todo, estive em Serra Negra apenas uma vez, num bate-e-volta, para entregar as chaves. Apenas isso. E vou falar, estou sentindo menos falta do que imaginava que sentiria! Sinto falta, sim, dos amigos, das pessoas que deixei. Mas a verdade é que não via tanto assim as pessoas, por causa da correria do dia-a-dia, e nem estamos tão longe, afinal. O telefone e a internet sempre ajudam a diminuir a saudade, mas a distância é curta, e as visitas de um lado ou do outro são possíveis, sempre!

Um capítulo à parte foi o meu aniversário. Nessa agência, o aniversariante oferece um bolo para todos, e eu não fugi à regra. Claro que levei um pote para separar um pedaço para as meninas, né? ;) Depois, à noite, pedimos uma pizza e comemoramos entre nós. No dia seguinte, fui até uma lan house para dar uma espiada nas mensagens deixadas no meu Facebook, porque pelo celular não vi quase nada. Gente... o que era aquilo? Uma chuva de mensagens, de amor, de carinho, de emocionar! Nem consegui agradecer a cada um ainda, porque não havia tempo lá para isso, mas vou tentar começar ainda hoje! :D Isso sem contar com as mensagens pelo celular, telefonemas, emails... tão bom se sentir querida, viu? Ainda mais quando é a primeira vez depois de uma mudança tão radical quanto essa que estou vivenciando!

Bom, acho que já falei demais, né? Montei um álbum com as fotos da casa nova, para quem quiser xeretar! E eu volto, prometo!!!

Andréa

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20 anos sem meu vô da bagunça...



Hoje faz 20 anos que meu "vô da bagunça" resolveu voltar à sua Morada Maior... fez isso tão de repente que foi um susto para todos nós. Afinal, há anos que minha vovinha lutava contra um câncer de mama, chegou a ficar na cama com metástase óssea e ele, com sua garra e seu amor, a colocou numa cadeira de rodas e, de lá, de pé novamente. Fez isso e se mandou... nos deixou aqui, "falando sozinhos", deixou a saudade de seu riso, de seus ensinamentos, de suas implicâncias. São tantas "pequenas grandes coisas" a lembrar...

Como esquecer que ele "batia ponto" em casa, no finalzinho do período letivo, para me carregar para o Rio logo no primeiro dia de férias?  Levava no porta-malas uma caixa de "pastilhas do vô", e não queria me dar NENHUMA!!! 

Chegando ao Rio, íamos direto ao mercado (Sendas), onde me levava para tomar um cafezinho lá no fundo, e depois deixava comprar o que quisesse, incluindo uma bola, porque em férias NENHUMA eu lembrava de levar a minha... :D E, chegando em casa, ligava para minha mãe reclamando que eu ia levá-lo a falência e que ele ia me devolver!!! Figura...

Férias no Rio era sinônimo de Discípulos de Samuel! Tantas lembranças de lá... a turminha de amigas que também só apareciam nas férias, com quem aprontava uma bagunça só, deixando-o muito bravo, porque eu tinha que "dar o exemplo", por ser neta do presidente! :P Pois sim! Depois, ao me ver, primeirona na fila do passe, vinha fingir que ia me dar uma carreira, me chamando de "papa-passe"! :)

E o que dizer dos telefonemas domingo à tarde para comentar o episódio do "Hulk"? Você, tão econômico nos telefonemas (pão-duro, só deixava minha vovinha falar TRÊS minutos, contados no relógio), nesse dia ligava e ficava um tempão lembrando tudo que o Hulk tinha feito!

Lembro das camisolas que minha mãe mandou fazer, compridonas... você não podia me ver com uma delas sem me chamar de "Menino Jesus"! :)

Quando paramos de comer carne, você ligava para tia Gisele reclamando que minha mãe lhe fazia comer "comida de mentira"... mas comia que se fartava, e ria... ria tanto, daquele seu jeito de fechar os olhos e segurar a barriga!

Tanta saudade que sinto, tanta... mas eu sei que hoje o céu está em festa, porque é aniversário de sua chegada por aí! Deve estar trabalhando MUITO, como sempre fez, em benefício daqueles que precisam. Mas imagino também a farra que está aprontando, já que está rodeado daqueles que ama! Só de saber disso já fico feliz! Com saudade, mas feliz! :D

Muitos beijos, vô!!!

Andréa

P.S: E aproveita e manda beijos para a turma toda também? Especialmente para minha vovinha, meu pai e minha mãe??? Sou abusada não... :D

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Ótimas novas!!!


Vergonhoso, mas este é o primeiro post do ano! Foi tanta correria, tanta coisa acontecendo, e uma preguiiiiiiiiiiça tão grande... que foi passando, passando, passando, e nada de escrever! Sorry!!! :(

Maaaaaaaaaaaas... para compensar a espera, uma grande notícia surgiu esta semana. Muitos já sabem pelo  Facebook ou email, mas muitos outros não estão sabendo ainda, então... fui nomeada Assistente em Itatiba! Sim, ITATIBA! :D Mas como assim? Está doida? Nãããããão... vou explicar o que aconteceu!

Desde que caiu minha trava em Amparo, venho concorrendo a vagas de Assistente nas cidades próximas a Serra Negra, incluindo esta, é claro. Há algum tempo, surgiu uma vaga em Itatiba, eu olhei, coloquei meu nome, e deixei. Não deu em nada, claro, mas eu também não tinha nem me esforçado para o contrário.

Continuei concorrendo nas mesmas agências. Surgiu vaga em Águas de Lindóia mas, quando liguei para conversar com a gerente, ela já havia nomeado outra pessoa. Este ano surgiu vaga em Serra Negra, achei que era a minha oportunidade. Liguei, mandei email, não tive retorno. Outra pessoa foi nomeada. :(

Quando a vaga para Serra Negra surgiu, surgiu, também, outra vaga em Itatiba e eu, novamente, ignorei. Só que passou mais de mês e a vaga lá... não nomeavam ninguém. Um dia me deu a doida e eu pensei: "caramba, que dificuldade para eles encontrarem alguém... ou será que essa vaga é minha e estou bobeando?" O que fiz? Mandei um email! No dia seguinte soube que haviam ligado para um dos gerentes de Amparo, para pegar informações. Ele até comentou que achava que iriam me chamar para entrevista.

Só que se passaram uns quinze dias e nada... nesse meio tempo, o banco modificou o cargo de assistente, reduzindo a jornada de oito para seis horas, como no caso do escriturário, e com essa mudança ficou tudo muito confuso, não dava para saber onde tinha vaga mais. O jeito era esperar.

Sexta-feira da semana passada, dia 01, os vigilantes entraram em greve e os bancos não abriram para o público, só serviço interno. De repente, umas 13h30 ligam no meu celular... era o gerente de Itatiba perguntando se poderia estar lá até umas 17h00 para uma entrevista. Claro, né? Como eu não sabia, mas que ia, ia! Falei com meu gerente, almocei (ou tentei almoçar) rapidinho, e saí. Cheguei na rodoviária, o próximo ônibus saí às... 17h00!!! Mas eu não desisto, né? Peguei um táxi e fui! Sabia que se fosse nomeada aquilo era um investimento! E não é que deu certo? Ói eu nomeada aí!!! :D


Só que agora começa a correria... eu ainda fico 30 dias em Amparo, depois assumo lá. O ideal é mudar antes, para não ter que encarar 1h30 de estrada na ida e na volta todos os dias, fora o custo disso. Já comecei a correr atrás, visitei sites de imobiliárias, mandei emails, e semana que vem pretendo ir lá. Já fui na imobiliária aqui, para ver quando posso entregar a casa sem pagar multa (dia 22/03), Samara termina o curso dela este mês, também acaba de tirar carta este mês, tudo encaixadinho! Eu vou renovar a minha também, porque morando numa cidade maior o carro será necessário, vamos ter que providenciar isso!!! ;)

Finalmente, né? Depois de tanta luta, tanta coisa pesada que aconteceu, finalmente o horizonte está mais claro, mais FELIZ! A venda da casa foi o início da libertação, que agora explode de vez! Um recomeço, uma vida nova! Uma oportunidade única que a vida está me dando, e que estou agarrando com todas as minhas forças. Parei de teimar e resolvi olhar os sinais que Deus estava me enviando. É sempre assim, né? Se a gente atende Sua sinalização o caminho se abre, não há nenhum empecilho... borimbora então! Itatiba, me aguardeeeeeeeee!!! :D

Eu volto, prometo que volto! ;)

Andréa

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E lá se vai 2012...


Eu comecei o ano empolgada, assistindo aos fogos em Copacabana, junto com a Samara, deixando para trás um 2011 de muitas provas, de tristezas profundas. Chorei, compulsivamente, enquanto a festa explodia nos céus do Rio de Janeiro. Lavei a alma, renovei as energias, e entrei 2012 cheia de esperanças por um ano melhor!

Foi com esse espírito que voltei para Serra Negra. Mal cheguei, fui correndo rever a Thabata, que estava se tratando da dependência química, e que por isso mesmo não esteve conosco na viagem de sonho. E aí... uma semana depois, exatamente uma semana depois, uma nova enchente assola Serra Negra, e leva minhas coisas embora, mais uma vez...


Impossível expressar em palavras o sentimento daquela visão... o desespero, o desalento... e a falta do ombro e do colo do meu pai, um vazio que se fez ainda mas presente naquela hora. Ainda bem que Samara está sempre ali, do lado, me apoiando. Senão... nem sei!!! Mas, se é uma prova, vamos encará-la, não é? Vamos em frente, que Deus dá o frio conforme o cobertor, e tudo há de se ajeitar. A sogra de uma amiga do banco ofereceu sua casa, nos deu abrigo, e lá permanecemos durante um mês, enquanto passava o risco maior. Até que virou o mês, e supúnhamos que o perigo havia passado... ledo engano!!!


Juro que pensei que não conseguiria me reerguer... uma sensação tão ruim, uma tristeza tão profunda, que parecia que não ia passar nunca. Não é só a perda das coisas materiais, é a impotência, a sensação de não poder fazer nada enquanto a natureza segue seu rumo, implacável. É ver aquilo que foi construído com tanta luta, tanto sacrifício, tanta dificuldade, ir literalmente por água abaixo. Mas eu sou dura na queda... aprendi com meus pais a não perder a Fé jamais! E foi com essa Fé que consegui seguir adiante. Mais um mês exilada em casa de amigos, buscando uma casa para alugar, porque depois de tudo não havia condição nenhuma de voltarmos para a nossa casa (jamais teríamos paz ali), aflita porque se aproximava a data para a Thabata sair da clínica, e eis que aos 47 do segundo tempo...


Uma casa segura, de bom tamanho, preço razoável, próxima ao centro (não temos carro, afinal), surge e fechamos negócio! Mudamos numa terça-feira, arrumando as coisas às carreiras para, no sábado, podermos buscar a Thabata!


Agora éramos as três de novo, de casa nova, numa luta nova e diária (a recuperação da Thabata), e precisando equalizar as finanças! As dívidas deixadas por 2011, que estavam razoavelmente equilibradas, somaram-se às de 2012, com compras de móveis, eletrodomésticos, e o bendito ALUGUEL! E foi ai que a coisa pegou. As contas não fechavam, de jeito nenhum. Precisei rolar dívidas, pagar valor mínimo de cartão, mesmo sabendo o absurdo das taxas de juros praticadas pelas administradoras, e ainda assim não dava!

Cheguei a ficar afastada de tudo e de todos, porque sempre fui uma pessoa muito para cima, que mais ouvia do que era ouvida, que estava sempre pronta a ajudar e apoiar, e não queria passar uma imagem errada, de alguém amargo, que só reclama, que de repente só tem problemas... afinal, não tinha culpa por tanta coisa estar acontecendo, né? E, claro, em diversos momentos desanimei, fiquei agoniada, preocupada com toda a situação sem enxergar uma luz no fim do túnel. Apesar de habituada a ouvir, não queria sobrecarregar os amigos com meus desabafos, e acabava me sentindo sozinha, vazia.



Mas Deus é perfeito... repito: Ele dá o frio conforme o cobertor. Se nos colocou naquela situação era porque podíamos enfrentar, e teríamos condições de superá-la. Apesar de minha reclusão, os amigos não nos faltaram. Amigos com letra maiúscula, onde estão inclusos os irmãos de alma, tios, primos, todos! Que não nos desampararam em momento algum, que abriram suas casas para nos receber, que sempre tinham uma palavra carinhosa, que deram espaço e acabaram aguentando, sim, meus desabafos e que, quando puderam, mandaram ajuda material também, permitindo que fôssemos sobrevivendo com um mínimo de dignidade. 

Só lembrava do meu pai: "tenha Fé!" era a frase preferida dele se desconfiava que eu estava baqueando! E foi através dele que o milagre se fez ainda mais forte. Amigos de meu pai, que me viram crescer, iniciaram uma campanha maluca entre os amigos comuns, da PUC e da Telesp, pessoas que eu conhecia de nome ou nem isso, e que me ajudaram de uma forma indescritível... não tenho palavras para agradecer a cada um que, mesmo sem me conhecer se dispôs a me ajudar. Como comentei no post, meu pai foi mesmo uma pessoa muito abençoada, pois só pode ter sido por ser tão respeitado e querido por todos que esse movimento deu resultado. Ele se foi fisicamente ano passado, mas certamente continua olhando por mim! Precisam de prova maior que essa?


E então... eis que as coisas começam a se acertar. A campanha feita pelos amigos me deu condições de sair do buraco, reorganizar algumas contas, mas claro que ainda estava longe de tudo se resolver. O rombo era muito grande!!! Mas já era hora de terminarem as provas, né? Era hora das coisas voltarem ao prumo. E qual a primeira coisa que precisava acontecer? Yes!


A casa foi vendida!!! E, com ela, foram-se embora as dívidas, os empréstimos, dando início a um novo ciclo! A partir deste momento tudo será diferente, tenho certeza!!! Marcando essa nova etapa, apenas duas semanas depois, ainda finalizei minha pós em Educação Inclusiva!


Uma nova fase, mais leve e mais feliz se iniciou, se Deus quiser! Claro que houve tropeços no meio do caminho, pessoas que se afastaram por algum motivo, talvez por não compreender o turbilhão de sentimentos que vivenciei desde o ano passado devido a toda as perdas e problemas, como relatei no meu post de aniversário, e que de repente me deixou entre extremos: uma distância (aparente, não real) ou uma impulsividade incontida, o que nem sempre é bem compreendido. Uma pena, mas não posso obrigar ninguém a me aceitar, né?

Agora é procurar uma casa para financiar, com calma para não fazer besteira, e poder sair do aluguel! Este ano, se tudo correr bem, sai, finalmente, minha promoção no banco, melhorando o salário e me permitindo uma vida mais tranquila. Ou, até preferencialmente... a Mega da Virada vem para mim, né? Mas... antes de fechar 2012 era preciso vencer mais um desafio: passar o Natal em casa, eu e as meninas. Afinal, ano passado a Thabata não estava, e eu e a Samara estávamos no Rio, festejando com Ricardo, numa bagunça de fazer gosto! Não estava animada, como contei semana passada, mas...


Então, agora é hora de nos despedirmos de 2012, um ano difícil mas de grande superação, e darmos as boas vindas para 2013, que há de ser MUITO MELHOR! Não só para mim, mas para TODOS vocês! Obrigada a todos que me acompanharam neste ano, que torceram, que ajudaram da forma como era possível, pois graças a cada um de vocês, consegui me manter forte, consegui superar os momentos de desânimo, até de quase desespero. FELIZ ANO NOVO!!!


Uma observação: os scraps deste post, à exceção daquele do meu pai que está no álbum "Pedaços", são parte do "Projeto 52" que junto com outros mostra a história deste ano. Os links ficam ali em cima! ;)

Eu volto! Mas só no ano que vem!!! :D

Andréa

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