Por onde anda o amor, o respeito, a compaixão?



Eu havia prometido uma postagem sobre dicas, mas nos últimos dias tenho visto algumas coisas que me incomodam bastante. Já abordei alguns aspectos anteriormente, se buscarem aqui no blog... mas, sério, tem coisas que não entram em minha cabeça, e alguns acontecimentos recentes me fizeram adiar o outro post e começar a escrever.


O acidente sofrido pela família de Angélica e Luciano Huck domingo passado reacendeu algo que há muito me assusta: a mesquinharia, a pequenez, e até a agressividade de certas pessoas. Enquanto vi diversas pessoas preocupadas, em especial com as três crianças que também estavam no voo, vi também comentários os mais absurdos. Desde o "por mim podiam morrer todos" até o "para quê transferir para o Albert Einstein? Não pode se tratar no SUS?", passando ainda por críticas duras a quem postava sua preocupação. Por quê? O simples fato do casal ter dinheiro e condições que a maioria não possui é motivo para que se queira seu mal? :/ DU-VI-DO que qualquer um destes que ataca, tendo condições financeiras de bancar um Einstein, ia permitir que sua família permanecesse sendo atendida pelo SUS! "Ah, mas eles foram super bem atendidos pelo SUS! E o Luciano criticava o sistema! Ele precisa se retratar! Viram como o SUS é ótimo?" Oi??? o.O

Olha, vamos ser sinceros: o SUS até funciona relativamente bem em alguns locais, tem atendimento de referência em outros, mas está longe de ser ótimo. Não fosse assim, não veríamos pessoas largadas em macas, no chão, à espera de atendimento. Nem pessoas dormindo em filas para pegar senhas e tentarem ser atendidos mais rapidamente. Ou morrendo porque os exames necessários ao seu diagnóstico demoram demais para serem feitos. 

Quando mudamos para Serra Negra, cancelamos o plano de saúde que possuíamos e passamos a usar o SUS. Fomos muito bem atendidos quase sempre, os profissionais, de modo geral, eram excelentes. Mas a precariedade do sistema era evidente também. Quando meu pai adoeceu, foi atendido quase 100% pelo SUS, mas eu cheguei a bancar do bolso alguns exames que a demora seria excessiva. E alguns outros exames, marcados "para logo" (duas, três semanas), ele não teve tempo de fazer, porque faleceu antes, sem fechar diagnóstico... :( 

Tempos depois, a Thabata teve pneumonia, ficou quase 10 dias com febre alta, foi ao hospital três vezes e a mandavam de volta, dizendo que o pulmão estava limpo (sem fazer chapa, "não precisava") e que era só uma gripe! Precisei pagar um médico particular para que ele a mandasse internar imediatamente. Na chapa que ele mandou tirar, ficou evidente que os dois pulmões estavam tomados! Então, tem os dois lados SIM! O SUS pode funcionar em alguns casos, em alguns locais, mas está longe, muito longe, de poder ser considerado ótimo de forma unânime.

E, de qualquer maneira, em hipótese alguma justifica a onda de comentários negativos, maldosos mesmo, que se propagaram pela internet afora. E não é fato isolado. Aconteceu o mesmo quando da morte do filho do governador Geraldo Alckmin. Muitos chegaram a comemorar a tragédia, simplesmente por não aprovarem a atuação do pai no governo do estado! o.O Da mesma forma que vejo antipetistas "torcendo" pelo agravamento da doença do Lula, como forma de impedi-lo de concorrer nas próximas eleições presidenciais. :( Ou como vi petistas comemorando a morte do Eduardo Campos porque o viam como "ameaça" à eleição de Dilma! Chega a ser nojento, desculpem!

Juro, não consigo entender isso!!! Algumas pessoas não chegam a "desejar o mal", mas minimizam a dor dos "famosos" mostrando casos similares ou pessoas envolvidas que, por não terem a mesma fama não recebem o mesmo destaque da imprensa. É ÓBVIO que as tragédias repercutem para todos os envolvidos, e que a dor é a mesma para todos aqueles que perdem entes queridos nelas. Mas é claro também que a imprensa se dedicará muito mais àquelas pessoas que já se destacam, de uma forma ou de outra. Se são conhecidos do público em geral, é natural que ocorra uma comoção e que as pessoas queiram saber detalhes, o desfecho. Mas não é assim em todo o mundo? Ah, quando é repercussão da imprensa mundial é bacana, se é da brasileira é lixo? Tudo que é "importado" é melhor, né? Até isso... :/ É mesquinho demais, pequeno demais!!!

Então eu lembro da Isabela Nardoni, que ganhou notoriedade em uma tragédia monstro, gerando uma incitação ao ódio de proporções gigantescas, enquanto que casos similares ocorridos na mesma época nem eram comentados. Chegaram a ser noticiados, mas "minguaram" pela falta de interesse. Cheguei a escrever sobre isso após o julgamento do pai e da madrasta. Qual a diferença? A população pode fazer essa "seleção" do que vale ou não a pena (uma menina bonita da classe média paulista revolta, um menino pobre do interior do Pará não), mas quer que a imprensa não reflita isso? A imprensa vai atrás do que é notícia, do que dá Ibope ou vende jornal! Óbvio! Sem contar que a reação popular ao caso da Isabela foi algo, no mínimo, grotesco! Uma barbárie, um "querer fazer justiça com as próprias mãos" absurdo. Justiça? Ou vingança?


E aí eu penso naqueles jovens que torturam, matam para roubar um tênis, um celular, uma bicicleta... será que estes não estão extrapolando algo que está disseminado pela sociedade? O de querer o que é do outro, o se incomodar com o sucesso do outro, o se rebelar por não ter a mesma "sorte" do outro? Agravado, em boa parte dos casos, com a adicção às drogas, que detonam o limite entre certo e errado, a coisa sai de controle totalmente. Será que aqueles que citei acima, em outra situação, sem ter o "polimento", o "verniz", não acabariam agindo como estes jovens? Aliás, quantas vezes encontramos pessoas de caráter supostamente ilibado cometendo crimes hediondos? Mas a reação contra estes nunca é igual à reação de um crime cometido por um jovem. Por quê? Não vou entrar aqui na questão da pena de morte ou da redução da maioridade penal, porque teria que me estender demais, não é o caso. Estou olhando apenas as ATITUDES das pessoas, que têm me assustado e muito!


O homem tem essa mania mesmo, de julgar o outro com um rigor que não aplica a si mesmo. Vê a notícia do empreiteiro que oferece propina para aprovar suas obras e já sai dizendo que ele é corrupto, ladrão, uma criatura da pior espécie, mas acha normal oferecer propina para o guarda "esquecer" a multa. Não é assim? :/ Qual a diferença na atitude de ambos?


Vale para tudo! Estes dias vi discussões inflamadas porque a Bela Gil postou uma foto do lanche que preparou para sua filha, totalmente "natureba". Muitos acharam absurdo, alguns defenderam, mas cá entre nós... a filha é DELA, quem tem que saber a melhor alimentação para a menina, é ELA, né não? ;) Se ela é vegana, vegetariana, ou simplesmente se não usa açúcar, comidas industrializadas, etc., por que deveria oferecer estas coisas à filha? É a filosofia de vida que ela segue, e nada mais natural do que ensiná-la à filha. Se, ao crescer, a filha vai seguir esta filosofia, são outros quinhentos! Se, na escola ou em uma festinha, a menina resolver experimentar algo que não é ofertado em casa, idem. Mas, enquanto é pequena, em casa, no restaurante, no lanche que leva para a escola, CLARO que é a mãe quem vai orientá-la! Depois ela usará seu livre-arbítrio para fazer sua escolha de forma consciente. E um detalhe importante: alguém pode afirmar com segurança que a menina não participou da escolha daquilo que foi na lancheira? ;) O fato de pensar diferente, o fato de o seu filho jamais pensar num lanche daquele, ou de você próprio jamais querer aquilo de lanche, não significa que a filha da Bela Gil não possa querer! Caramba! Menos pitaco na vida alheia, gente... 


Nós, em casa, deixamos de comer carne há muitos anos. Não chegamos a nos tornar veganos, mas ovolactovegetarianos. E quando paramos com a carne, minha mãe ouviu de minha avó: "tinha certeza que pararia de comer carne algum dia. Quando pequena era uma luta para lhe fazer comer, você engasgava, tinha ânsia, um horror!" Mas, como a sociedade "impõe" a carne, ela acreditava que devia forçar a barra. A escolha consciente veio, na hora certa. Vale para um lado ou para o outro! ;)


É a mesma coisa que religião, cada família tem a sua, e vai orientar as crianças de acordo com suas crenças. Não é assim? Isso não significa que a criança, ao crescer, vai continuar seguindo a mesma religião dos pais! Meu pai nasceu em família católica, mas se tornou espírita depois que passou a namorar minha mãe. Sendo espíritas, eles não casaram na igreja nem batizaram a mim ou minha irmã, não teria sentido. Eu, como segui na linha do espiritismo, nunca me incomodei com isto, mas minha irmã quis, já adulta, se batizar. Uma escolha dela, totalmente respeitada por todos.


Mas TUDO hoje em dia é motivo de discussão, se o outro não pensa da mesma forma. Seja política, futebol, religião, se é mais legal ter gato ou cachorro, se é mais bonito azul ou amarelo... :P Cada lado mais intransigente que o outro, mais inflamado que o outro, mais agressivo que o outro! Para quê??? Onde isso nos levará? Com certeza a uma sociedade a cada dia mais falida, mais mesquinha, mais violenta. Com certeza conseguiremos que nosso planetinha tenha um astral muito mais pesado, carregado. Legal, né? :(


Falta AMOR nas relações, falei sobre isso outro dia. AMOR, gente. RESPEITO ao próximo, às opiniões do outro. Falta COMPAIXÃO. Vamos descer deste pedestal de "donos da verdade" e olhar para o outro como a um irmão, e não como a um inimigo? Será tão difícil assim? Eu penso que não... ;) 


Eu volto.


Andrea

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Religiosidade... a busca da Verdade


Esta semana andei meio relapsa... cansaço físico e mental, unidos à uma certa preguiça por causa do friozinho que se instalou, fez com que os dias passassem e eu não publicasse nada por aqui. :D Estou com algumas ideias de textos, dicas, então tentarei aparecer o quanto antes, ok? ;)

Como este mês ainda não publiquei nada de meu pai, fui olhar os textos dele para escolher algum. Trabalho difícil... textos escritos há mais de 20 anos e ainda tão atuais! o.O Bom ou ruim isso? No mínimo um sinal de que a humanidade não tem evoluído muito, eu acho... 

Escolhi um que fala sobre a religiosidade, que penso caber muito bem numa época em que as pessoas defendem suas crenças de forma incisiva, meio que torcida de futebol... cada qual se acha mais certo que o outro, cada qual acredita estar ao lado da Verdade Única e Definitiva, como se esta existisse! Toda religião traz em si a Verdade adequada para as pessoas que nela se sentem confortáveis. Mesmo quando a pessoa tem uma crença própria que não se encaixa em uma religião formal, também tem ali uma Verdade. ;) 

Mas... para quê ficar falando de algo que "seu Ronaldo" já escreveu tão bem, né? ;) Deliciem-se!

Eu volto!

Andrea
NÃO SE DEIXE ENGANAR 
(Ronaldo Tikhomiroff)
Desde o nascimento da Humanidade na face da Terra, desde que o homem tomou consciência de suas diferenças em relação aos demais seres vivos, que ele se pergunta sobre as leis da Natureza, sobre suas origens transcendentais, sobre o enigma do processo de nascimento e morte, sobre sua vida aqui e em outros planos espirituais.
Esquecido de sua origem divina, porém com a lembrança latente em seu interior, o homem procurou explicar sua presença na Terra através de mitos, superstições e lendas, que, ao longo do tempo se materializaram em seitas e religiões onde se criou a figura de um deus ou de deuses que manipulavam, com todos os defeitos  e paixões humanas, a vida do pobre homem terrestre. Eram as religiões antigas, chamadas por Einstein de “religiões-angústia”, onde seus deuses mantinham o homem sob o jugo constante de suas “vinganças” e castigos. Essas religiões foram se extinguindo, dando origem às religiões dos tempos atuais, chamadas, também por Einstein, de religiões-morais.
Como conseqüência da evolução mental e espiritual do ser humano não ter sido acompanhada por evoluções estruturais das religiões ditas modernas, constatamos cada vez mais a fuga de fiéis dessas religiões, que passam a buscar o conforto para algo que os incomoda, algo que trazem em seu íntimo e que não encontraram explicações até então. E aí se tornam frágeis...
Frágeis e presas fáceis para os exploradores da fé. Além da proliferação de novas seitas e “religiões”, o crescimento do misticismo e do esoterismo gerou o surgimento de autênticos “donos da verdade”, uma verdadeira indústria que explora a fé, ou falta de fé, alheia.
É preciso cuidado, muito cuidado, ao nos envolvermos com tais assuntos. O movimento da nova era (New Age), originado na Califórnia, cujos fundamentos entendemos verdadeiros e sérios, motivou o surgimento de verdadeiros arautos dos “novos tempos”, sem nenhum conhecimento mais profundo senão a cultura adquirida na literatura, por vezes duvidosa. A grande maioria não distribui seus “conhecimentos” senão através de um ganho financeiro, o que, por si só, os auto-condena. Afinal, os verdadeiros arautos do Plano Espiritual são meros e humildes instrumentos em cujo ego não cabe a vaidade ou a cobiça.
Como disse acima, o verdadeiro conhecimento está dentro de cada um de nós. Todos possuímos gravado em nosso íntimo, latente em nosso Eu Interno, a lembrança de nosso vínculo cósmico. Antes de sairmos em busca de respostas, porque não as procuramos em nós mesmos? Da mesma forma que qualquer religião é boa para aqueles que sentem o conforto espiritual em seu seio, qualquer crença em conceitos esotéricos também o é, desde que o indivíduo se pergunte com toda a honestidade: “isto me satisfaz plenamente?”.

Para se alcançar tal estágio, é necessário, evidentemente, pesquisar. A cada novo “conhecimento” adquirido, pergunte a seu íntimo se tal informação REALMENTE se encaixa dentro de você. Caso positivo, retire as aspas e absorva o SEU novo conhecimento. Em outras palavras, não busque um gnomo, um anjo, ou uma posição filosófica simplesmente porque disseram que é verdadeira. Afinal, quem disse? Quem é o dono da verdade? O que é a verdade? Observe que somente seu Eu Interno é capaz de lhe dar a resposta correta, através de uma gostosa calma interior. Simplesmente porque seu Eu Interno não usa o mental ou o emocional para “raciocinar”.
Cada indivíduo atualmente encarnado na face da Terra possui um nível evolutivo próprio. Cada qual, portanto, necessita de um determinado nível de informação, adequado a seu estágio evolutivo. Portanto, todas as religiões tem seu valor, pois todas são verdadeiras - desde que não manipuladas pelo homem - para aqueles que delas se alimentam espiritualmente e delas extraem seu conforto espiritual. Da mesma forma, se um indivíduo chega a seu conforto espiritual por seus próprios pés, sem adotar nenhuma das religiões hoje rotuladas e nomeadas, ele também possui uma religião, ou uma religiosidade: a sua própria, tão válida quanto as demais, pois o objetivo também foi alcançado: a abertura do canal com o Plano Espiritual.
Não vejo nessas linhas nenhuma heresia, nenhuma crítica, senão a própria razão de ser desta coluna: “Sinal de Alerta”. Afinal, todos nós temos, ou deveríamos ter, a certeza absoluta de que, dentro de nós, existe algo transcendental, sublime, divino. Cada um de nós carrega em seu íntimo a partícula energética de nosso Pai. Cabe a nós mesmos encontrar o caminho que nos levará ao encontro com Ele. Será a minha verdade igual à sua? Busque orientação sim, se você a necessita. Porém deixe seu íntimo concluir e filtrar sua própria verdade. Aí sim, você sentirá o calor confortável e tranqüilo da verdadeira fé que a ninguém pertence senão a você próprio. Não se deixe manipular. Não se deixe enganar...

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Uma saudade de quatro anos...


Hoje faz quatro anos do meu maior pesadelo... :'( Dez anos antes, quando minha mãe partiu, foi tudo muito de surpresa, um susto mesmo, até pela forma como ela foi. Eu nunca tinha, até então, pensado seriamente em ficar sem meus pais e, de repente, um enfarte fulminante a levou. Um "murro na boca do estômago", como meu pai colocou, que nos deixou sem ar, sem chão, num sentido de irrealidade absurdo. 


Eu sempre fui "unha e carne" com minha mãe, nós nos entendíamos de uma forma absurda, pensávamos da mesma maneira, gostávamos das mesmas coisas. Meu pai até me chamava de "advogada" dela, porque sempre lhe dava razão! :D Não a ter ao meu lado, de uma hora para a outra, foi um baque monstruoso! :( Mas eu tinha as meninas muito pequenas, que entendiam a situação menos do que eu, e tinha meu pai ao meu lado. Ainda que tenha ficado em depressão durante um ano e meio, ele estava lá, tentando me dar uma força que ele próprio não possuía. E eu, de minha parte, procurava lhe dar força também, ao mesmo tempo que buscava amparar as meninas.

A aproximação que resultou desta dor foi algo imensurável! Éramos os dois para segurar a barra das pequenas, para segurar a barra de casa, e a ausência de uma verdadeira matriarca. Ainda que ele tenha, durante os anos seguintes, tido relações com outras mulheres, o que existia entre nós era impenetrável, indestrutível. Não havia tabu, não havia assunto proibido. Um apoiava o outro incondicionalmente. 

Assim foi durante dez anos. Comemoramos juntos a vitória do prefeito que apoiávamos em Serra Negra. Vibramos juntos no pentacampeonato. Sofremos juntos quando o sucessor do prefeito foi derrotado. Estávamos juntos quando a Thabata começou a se envolver com drogas. Ele segurando a onda mais do que eu até, porque eu trabalhava fora da cidade e fazia faculdade à noite. Choramos juntos dançando a valsa na minha formatura. E ele me segurou, MUITO, quando aconteceu a primeira enchente em casa...

Eu confesso que, a partir do momento em que minha mãe faleceu o terror de perdê-lo me assombrava, não gostava nem de pensar no assunto. E ele, sendo homem (e bom filho de dona Glacy...), qualquer gripe parecia que estava morrendo, só piorava as coisas! :P Tive muito, muito medo dele não estar presente em minha formatura, como se algo me dissesse que estava próxima a nossa separação física. O discurso de homenagem aos pais, no dia da minha colação, feito por um rapaz que havia perdido o pai quinze dias antes me tocou profundamente, porque temi demais passar por aquilo.

Então, pouco depois do baile e da enchente, a coisa começou a desandar. Uma gripe que não passava, uma internação por causa de anemia levantando a suspeita de um tumor, cada hora uma coisinha que ia surgindo, uma nova internação... um período terrível, que durou pouco mais de um mês (mas pareceu bem mais) e que acabou por levá-lo. :'(

Jamais me rebelei... ao contrário: agradeci e agradeço a Deus diariamente por não tê-lo deixado sofrer. Aqueles poucos/tantos dias foram enfrentados com uma valentia típica daquele que me dava força com duas palavras decisivas: "tenha Fé". Ainda hoje, quando algum percalço da vida me atropela, pareço escutá-lo: "tenha Fé". :)

De uma hora para outra eu me vi no "topo da pirâmide", responsável única e exclusiva pela família. Com uma irmã meio descabeçada, uma sobrinha chegando ao fundo do poço por conta das drogas (e sentindo demais a perda do seu referencial masculino), e uma outra que se mostrou, mais uma vez, minha parceira de vida!  Foi com o apoio da Samara, ainda só uma menina, que segurei a barra da internação da Thabata, a perda da minha Milla, a segunda enchente, e a terceira também, mais todo o baque financeiro que resultou disso. Como sobrevivi a tanta coisa? Ouvindo (e seguindo à risca) as duas palavrinhas mágicas de meu pai: "tenha Fé"! ;)

Eu SEI que ele (assim como minha mãe) está sempre por perto, olhando por nós. Mas como faz falta poder FALAR, poder ABRAÇAR, poder OUVIR... sem contar que em determinados momentos parece que tudo retorna, né? Outro dia cheguei em casa e me peguei pensando: "nossa, que bom que cheguei cedo, posso ligar para o meu pai"! Oi??? Claro, ele devia estar próximo... mas o emocional balança nessas horas, viu? :/

Óbvio que a dor, a esta, altura já diminuiu e se tornou uma saudade que permite lembrar dele achando graça das suas "bobagens", rindo das suas palhaçadas, sentindo ternura pelos pequenos carinhos que ele colocava em cada gesto, cada palavra. Os emails assinados com "bjs, Papai", o jeito dele me olhar dizendo "tá bonita", o café com pão na chapa na padaria (que o "língua de amianto" bebia de uma golada!), as idas para Amparo para trabalhar, reparando nas árvores do caminho ("o velho" era a sua preferida)... tantos pequenos/grandes detalhes! 

É uma saudade que a cada 06 de maio se renova... 

Ah, mas não pensem vocês que eu estou triste ou deprimida. De forma alguma!!! Sou filha de "seu" Ronaldo e "dona" Solange, isso não me pertence! ;) Apenas hoje é dia de lembrar daquele que foi meu maior e melhor amigo. É dia, até mesmo, de deixar correr algumas lágrimas por aquele para quem "nem mesmo o céu, nem as estrelas, nem mesmo o mar e o infinito, nada é maior que o meu amor, nem mais bonito". ;)


Amo MUITO você, meu pai! Um dia a gente se encontra, certeza!!!

Andrea

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Amor, eterno amor!


Esta semana marca um reencontro de duas almas-gêmeas, que após dez anos separados finalmente puderam estar juntos novamente. Ainda faltam alguns dias, mas podemos iniciar celebrando o amor, não??? ;) E que melhor forma de fazer isso do que com uma poesia de minha mãe para meu pai, mais de quarenta anos atrás? :D

O post especial está sendo preparado com todo o carinho, o scrap até está pronto já. Mas isso tudo... só no dia certo! Não que a saudade tenha dia, claro... 

Eu volto...

Andréa

HOJE E SEMPRE(Solange Tikhomiroff - dez/1974)
Depois de tanto tempo de união,
Com tantas lutas, alegrias e cansaços,
Ainda sinto a mesma emoção
Quando você me aperta em seus braços...
Depois de vivermos uma vida inteira,
Com tantas coisas para recordar,
Ainda sinto a força derradeira
Dessa ternura que tem em seu olhar...
Depois de tudo que já aconteceu,
Com realidades que jamais sonhei,
Ainda sinto no sorriso seu,
A mesma paz de quando lhe encontrei...
Depois de termos tanta convivência,
Com algumas brigas e muita meiguice,
Ainda sinto em minha existência,
O mesmo amor de minha meninice...
Depois de nossa atual maturidade,
Com equilíbrio e certeza no pensar,
Ainda espero com a mesma ansiedade,
Que você chegue em casa pra jantar!

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Ecologia x Produtos Naturais


Hoje em dia é cada vez mais comum encontrar pessoas que defendem a alimentação natural, vegetariana e, mesmo, o veganismo, onde não se consome absolutamente nada de origem animal, seja alimentação, vestimenta, nada mesmo. Acho isso fantástico, porque não faz muito tempo eu era vista como um "ET" quando explicava que era vegetariana. Não sou vegana, ainda, até por uma questão financeira, porque eliminar também ovos e derivados de leite exige outras substituições que encarecem o orçamento. Mas carne, de espécie alguma, eu não consumo desde 1989, é um bocado de tempo.

A cada dia mais e mais pessoas vão enveredando por este caminho, e isso é maravilhoso. Tanto que o vídeo de um garotinho recusando um nhoque de polvo viralizou na internet há algum tempo. É lindo demais, e me emociona até hoje. <3 ah="" aqui="" ent="" n="" o="" olha="" p="" viu="">




Eu estava buscando um texto do meu pai, para postar aqui, porque este mês ainda não tinha feito isso, e encontrei um onde ele faz um comparativo entre ecologia e alimentação natural. É um texto escrito entre 1992 e 1993, mas ainda bastante atual. Confiram!

Eu volto!

Andrea

ECOLOGIA X PRODUTOS NATURAIS...UM MESMO PRINCÍPIO
(Ronaldo Tikhomiroff)
Nos primórdios de nossa civilização, o planeta Terra era, por obra do Criador, um só organismo, perfeitamente equilibrado e em sintonia com todo o Cosmos. Estava pronto para receber uma nova espécie: o ser humano.
Naquela época, se pudéssemos nos transportar no tempo, não ouviríamos os termos ECOLOGIA ou PRODUTOS NATURAIS, pois tudo era harmonia e equilíbrio. A Natureza se auto-disciplinava e fornecia ao homem tudo o que ele necessitava para sua sobrevivência e seu progresso íntimo e espiritual.
Mas o homem não se contentou com tal dádiva: seu livre-arbítrio lhe dizia que sua “inteligência” poderia fazê-lo Senhor da Terra, subjugando as “raças inferiores” e moldando o “seu” planeta de acordo com seus desejos de conforto e poder. Nascia o homem-parasita, adormecendo o homem-divino.
O planeta foi “loteado”, criando-se fronteiras e diferenças tribais. Sem qualquer afeto pelo planeta que o acolhia e que lhe dava todas as condições de uma vida equilibrada, o homem aos poucos, e cada vez mais, foi-se esquecendo de suas origens e se perdendo em sua ganância.
Hoje ele começa a acordar. É um despertar difícil, pois todas as forças incentivadas por ele próprio ao longo dos séculos estão ainda ativas. Ele pensa em reequilíbrio da Natureza e “cria” a ecologia. Mas age sob seu prisma, totalmente distorcido pelo seu passado.Afinal, o homem nada mais é do que parceiro de toda a Natureza e não seu dono e senhor.
A poluição, assunto tão em evidência nos dias de hoje, existe em todos os campos. Fala-se em poluição do ar, das águas, do solo, sonora, visual, mas esquece-se da poluição do próprio ser humano. Exemplos recentes disso seriam as atitudes dos índios Payakã e Juruna. Sem entrar no mérito jurídico da questão, é evidente que o cacique Payakã agiu como tantos homens brancos já agiram ao longo da História, e que não cansam de divulgar aos quatro cantos. É só ligar a TV e vemos cenas de estupro e outras distorções sexuais dentro de nossas casas. Um índio “aculturado” é, na verdade, um índio poluído...por nós, os Senhores da Terra.
Em recente programa de televisão, é mostrado uma missionária norte-americana que proibiu a nudez em uma tribo amazônica, em nome dos bons costumes. Enquanto era “natural” o índio se banhar desnudo, homens e mulheres juntos, a missionária planta a maldade em seus pensamentos. Não estaria aí se criando um outro estuprador?
O cacique Juruna, em seu protesto durante a Rio-Eco-92, declarou que “bicho é bom mesmo para churrasco!”. Ou seja, um representante dos povos da floresta, que vivem em harmonia com toda a Natureza e que a respeitam acima de tudo, vem a público pregar que o homem deve mesmo é MATAR animais para comê-los. Onde ele aprendeu isso? Convivendo com seu povo no seio da floresta, ou com o homem branco que além de matar os animais para devorá-los, ainda os mata por esporte ou para satisfazer seu ego, exibindo sua carcaça como troféu?
Da mesma forma, o produto dito natural seria tudo aquilo que a Natureza oferecia ao homem, sem qualquer mácula. Hoje temos de nos contentar em consumir produtos naturais apenas porque não contêm agrotóxicos ou qualquer outro componente químico produzido pelo homem. Esquecemos que, em muitos casos, o terreno onde é cultivado ou a água com que é regado já estão poluídos.. Até mesmo o ar que é aspirado pelo vegetal contém hoje, não só o CO2 transformado pela fotossíntese, mas também diversos outros componentes químicos que o homem atira na atmosfera a cada momento. De qualquer forma, serão sempre melhores do que o coquetel químico criado pelo homem em sua ganância de querer ganhar sempre mais e mais, além de não perder a mania de querer modificar, a seu bel prazer, tudo aquilo que o rodeia. Em outras palavras, quer ser mais perfeito que seu Criador...como se isso fosse possível.
A água, o ar, os vegetais e os minerais ainda são as maiores fontes de energia que o homem poderia almejar, pois seu próprio organismo é constituído de matéria composta por esses mesmos elementos, num equilíbrio tal que, por mais que tente o homem, jamais poderá imitar. Portanto, é nesses quatro elementos, sem qualquer outro artifício, que o homem deve buscar sua harmonia com a Natureza e, portanto, com ele próprio. A inteligência com que foi brindado e que o diferencia dos demais seres vivos, deve ser empregada sabiamente, buscando no seio da Terra, os elementos puros que necessita para se manter organicamente equilibrado. Seria, no fundo, praticar a ecologia em seu próprio organismo. Afinal, o homem também é um produto NATURAL...ou não?

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Tancredo... trinta anos


Hoje faz 30 anos que perdemos um grande líder. Um líder que nos livrou da ditadura militar e que acabou falecendo sem assumir a presidência. :'(  Como teria sido se ele tivesse sido empossado? Quem pode saber? Mas a esperança por dias melhores era grande... e vendo pessoas hoje pedindo a volta da ditadura, torna-se impossível não lembrar daquela época. Da união popular em prol de um sonho de democracia. Retroceder será a solução? Aquela luta toda foi em vão?

Em janeiro, quando se comemorou os 30 anos da eleição no Colégio Eleitoral, que elegeu Tancredo Neves, tive a oportunidade de assistir um filme maravilhoso, que retrata aquela época em detalhes, e que deixo aqui para quem se interessar em relembrar ou conhecer uma fase riquíssima de nossa História. ;)



A quantidade de lembranças que este filme me trouxe, a quantidade de emoções que revivi... eu tinha apenas 13 anos quando o processo de redemocratização do Brasil se iniciou, mas lembro muito vivamente de tudo o que aconteceu. Da ditadura, propriamente dita, sei pelos comentários de meus pais, que viveram aqueles anos tão complicados, viram amigos sofrerem as sanções impostas pelo governo, pessoas desaparecerem por serem consideradas "subversivas", a censura implacável de nossos artistas... ainda assim, um fato me marcou, quando tinha 12 anos, e que representa, bem de leve, o tamanho dos absurdos vivenciados naqueles tempos.

Era final do governo Figueiredo, e a ditadura àquela época já estava bem mais "light". Ainda assim, vivenciei uma situação na escola que foi, no mínimo, surreal. Eu estava na 6ª série, e estudava a disciplina de Educação, Moral e Cívica. Quem lembra dessa "delícia"? :/ Chega final do ano descubro, surpresa, que havia pegado recuperação na bendita. Não que fosse uma excelente aluna, ficava na média, mas não esperava por aquilo, lembrava que tinha feito a prova com tranquilidade, então meu pai foi à escola e pediu vistas à prova. 

A prova era inteira de questões do tipo "qual sua opinião sobre", "o que você pensa a respeito de", como alguém poderia dizer se estava certo ou errado? :/ Obviamente, ele questionou a escola, e recebeu a resposta de que eu deveria ter respondido "como estava no livro". Ele ficou revoltado! Oras, se a escola queria a opinião do autor, que colocasse as questões de outra maneira! Ainda foi mais contundente, disse que em casa estávamos acostumados a pensar por conta própria e não por imposição dos outros. Milagrosamente, depois disso tirei uma nota bem alta na prova de recuperação... :)

Mas era essa a realidade daquela época. Só se podia "abrir a boca" para falar aquilo que os militares aprovavam. Quem fosse contra estava sujeito à prisão, tortura, exílio, a desaparecer sem deixar rastros! Então, no ano seguinte, 1984, iniciou-se uma campanha em favor das eleições diretas, para que o povo pudesse finalmente eleger seus governantes. Foram diversos comícios desde o início do ano, "explodindo" no mês de abril em manifestações gigantes na Candelária (RJ) e no Vale do Anhangabaú (SP). O povo vestindo amarelo, batendo panelas, lutava pelo direito ao voto. :D

Na véspera da votação da emenda à Constituição vigente, de autoria de Dante de Oliveira, um panelaço pedia a sua aprovação. Lembro tanto dessa votação... meu pai estava em Brasília, em alguma reunião por causa da Telesp, onde trabalhava, e não conseguia acompanhar. Eu e minha mãe assistimos juntas à transmissão, voto a voto, sentadas na cama dela e ele ligando, de tempos em tempos, querendo saber o resultado. A emenda foi recusada, claro. :(

Mas o povo não se calou, nem parte dos políticos que se uniram para lançar a candidatura de Tancredo Neves à presidência. Seu opositor? Paulo Maluf! Aquele mesmo que hoje se diz democrata, foi candidato pelo lado dos militares! Afora tudo o que pesa contra ele, só este fato já é motivo de sobra para eu jamais querer nem ouvir falar neste senhor! :/ No final de 1984 aprovou-se, ao menos, que a eleição no Colégio Eleitoral fosse aberta. O povo saberia, portanto, o voto de cada um dos deputados.

E assim foi... impossível esquecer aquele 15/01/1985... nós voltávamos de férias do Rio para São Paulo, pela Dutra, com o rádio ligado acompanhando a votação. Tínhamos receio, é fato, de que uma vitória de Maluf desencadeasse uma revolta popular, e corríamos o risco de chegar em meio à confusão. Então, cada voto para Tancredo aumentava nossa animação! Lá pelas tantas, paramos em um posto de gasolina, para um lanche, banheiro, mas faltavam apenas dois votos para que ele se sagrasse vencedor. Meu pai não nos deixou sair até que estivesse tudo certo! Entramos na lanchonete na maior festa, todo mundo comemorando!!!  :D :D :D Era o fim da ditadura militar! Yes! :D

A ansiedade pela posse de Tancredo, a ser realizada em 15/03 chegava a ser palpável! Entretanto, na véspera, fomos todos surpreendidos por sua internação para uma cirurgia de emergência. :( Assumiu em seu lugar José Sarney, o vice, mas a esperança era de que fosse algo passageiro, rápido, pois Tancredo ficaria curado e assumiria o cargo que lhe era de direito. Ledo engano... ao invés de melhorar, as pioras foram se sucedendo... novas cirurgias, transferência para São Paulo... a cada vez que tocava aquela "bendita" musiquinha do plantão da Globo o coração ia à boca! Tenho trauma desta música até hoje! :'(

Em 21 de abril, aniversário de minha tia, passamos o dia fora. Vimos o boletim antes de sair, vimos novamente quando chegamos em casa, e a situação se mostrava irreversível. O clima estava pesado, todos aguardando o desfecho que se mostrava inevitável. Lembro que fui me deitar apreensiva, e não custou muito para ouvir, mais uma vez, aquela música do plantão.   :( Do meu quarto, ouvi as palavras de Antonio Britto, que tanto temia e que jamais esqueci: "Lamento informar que o excelentíssimo senhor presidente da República, Tancredo de Almeida Neves, faleceu esta noite, no Instituto do Coração, às 10 horas e 23 minutos".

Em seguida, entrou a Fafá de Belém cantando o Hino Nacional de uma forma tão bela quanto emocionante, enquanto as lágrimas de todos em casa rolavam soltas. :'(

Eu volto.

Andrea

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Versão 4.4 turbinada!


E os 44 chegaram!!! :D E chegaram chegando, com uma comemoração de dia inteiro!!! :D Por uma feliz coincidência, a Reatech deste ano aconteceu bem na semana do meu aniversário que, melhor ainda, foi num sábado! Perfeito, hein??? ;) Então, para aproveitar essa "conspiração astral", resolvi que era hora de comemorar "de acordo"!!!


Acompanhada, como sempre, da minha fiel escudeira Samara, embarquei para São Paulo na sexta-feira à noite! Fomos para a casa da Babu e da Leila com a intenção de estarmos bem descansadas no sábado. Tudo bem que Samara foi dormir às 4h30 porque ficou jogando Resident Evil com a Babu, mas a INTENÇÃO era descansar! :P

Sábado cedinho pulamos da cama, eu e a (zumbi) Samara, para visitarmos a Reatech. Chegando lá, uma bela surpresa nos aguardava: a primeira apresentação do dia era da Cia. Baĺé de Cegos da Fernanda Bianchini, que esteve conosco em Serra Negra durante o Friscap! Lindo, lindo, lindo!!! E agora, além dos cegos, estão trabalhando com pessoas com outras deficiências também! Maravilhoso!!!

Acabado o balé, a (esfomeada) Samara quis comer algo, e depois tocamos a visitar os estandes. Eu já tinha ido à feira em 2010, quando ainda estava na faculdade, mas essa nova visita veio reforçar o que eu sempre digo: inclusão e acessibilidade são possíveis, viáveis, e não necessariamente extrapolam o orçamento de ninguém! Um pouco de criatividade (e boa-vontade, claro) ajuda MUITO nas adaptações! Veja nas fotos as adaptações para cadeiras... sabe qual o material usado? Papier machê! Gente, é PAPEL!!! :D Samara se encantou, como não podia deixar de ser, com as tecnologias à disposição da inclusão e da acessibilidade. É muito legal MESMO!

Irresistível também ver a equoterapia e a terapia com animais! Saímos de lá com uma piiiiiiiiiiiiiiiilha de folhetos! :D As fotos estão aqui para quem quiser xeretar! ;)



Saindo de lá, após poucas 4h30 o.O fomos ao encontro dos meus afilhados, Izabel e Sérgio, que não poderiam participar da comemoração noturna! Com eles e d. Léa, mãe do Sérgio, fomos até um café para um papo delicioso (mas muuuuuuuuuito rápido para toda a saudade)! Mais que afilhados ou amigos, estes dois são irmãos de alma, de vida, que eu amo DEMAIS! Poder revê-los, ainda que rapidinho, é sempre um mega presente! :D




Para completar a maratona, voltamos à casa da Babu a tempo, apenas, de nos arrumarmos super mega rápido, porque às 19h00 começaria a comemoração final: um grande reencontro, com vários amigos de todas as épocas, em uma pizzaria! Tudo bem que houve alguns furos... gente que ia e não foi, e que fez aumentar a saudade... mas não faltará oportunidade, daremos um jeito nisso!!!  Mas também tive a grata surpresa de reencontrar a linda Letícia e sua mãe, que não estavam na lista original, decidiram de última hora! Olha as fotos e me diz se foi bom??? ;)


E assim foi celebrada a chegada dos 4.4... :D Com muita risada, muito papo gostoso, muitos abraços em pessoas mais que amadas... e que venham os 4.5!!! :D



Eu volto!



Andrea

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Iniciando os festejos! :D


Antes que pensem que abandonei este espaço, aqui estou!!! :D O que acontece é que meu note está meio "dodói" e estou tendo que me virar do jeito que dá enquanto ele está hospitalizado! :( Até o scrap que ilustra o post é antiguinho. Mas semana que vem meu bichinho deve estar de volta (espero)! :D

Entããããããão... como meu aniversário está aí na porta (e a comemoração vai bombar) resolvi passar rapidinho para postar uma poesia que minha mãe fez para mim láááááá atrás! Bom... nem tanto assim, né??? :D
À minha Andréa
(Solange Tikhomiroff - março/1973)
Eu amo você, filha esperada...
Seu riso musical e colorido,
Seu jeito lindo de por algum vestido,
Sua maneira cômica e engraçada
Eu amo você, filha adorada...
Seu modo doce e ingênuo de falar,
Seu balanço gracioso para andar,
Sua cabeleira loura e cacheada
Eu amo você, filha querida...
Sua pequena imagem inocente,
Sua presença que alegra tanto a gente...
Com que prazer que eu lhe dei a vida!
Semana que vem posto as fotos dos festejos do fim de semana! Aguardem! ;)

Eu volto!

Andrea

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Virando gente!!!


Meu amor!!! 21 primaveras, finalmente! Agora você é, verdadeiramente, adulta! Dona de seu nariz! E chega a esta idade brilhando! Trabalhando firme, fazendo faculdade, quanto orgulho!

Quando eu lembro do susto que tomamos ao saber que estava chegando em nossas vidas, e do quanto foi imediatamente aceita e amada por todos nós!

Depois, tão frágil naquela isolete da UTI neonatal, mostrou-se uma guerreira, sedenta de vida! Dali para o seu desabrochar foi um pulo! A cada dia mais linda, mais inteligente, mais encantadora...

Minha pequena parceirinha de shopping, que adorava passear de "ômbus", ir nos brinquedos e comer batata apimentada! Ah, mas antes almoçava arroz com ovo de gema mole e batatinha frita!!!

Quanto mais crescia, mais o meu amor transbordava! Minha parceira de vida! Que esteve ao meu lado nos momentos mais difíceis... me ajudou a segurar quando da partida de meu pai, depois todo o período de internação da Thabata, as enchentes... deu-me tanta força para a mudança para Itatiba, seguindo-me na peregrinação em busca de uma nova casa!

Nossa vida não é fácil, longe disso! Mas é bem mais leve estando ao seu lado! Obrigada, meu amor, por me aceitar como sua Dinda. Por estar sempre comigo, aconteça o que for! Você é muito especial, e tenho certeza que também seus avós estão celebrando esta data com a mesma alegria e orgulho que eu! A "babaína de perna grossa", o "imã de vó", a "enfermeira preferida" virou gente!

FELIZ ANIVERSÁRIO, SAMARA!!! Que Deus encha sua vida de bênçãos, alegrias, saúde, suce$$o! Que você realize tudo que desejar! EU TE AMOOOOOOOOOO!

Beijos!


Dinda

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Aos meus amores...


Dia 21/03, Dia Internacional da Síndrome de Down. Um dia de celebrar conquistas, de cobrar mudanças, de tirar da invisibilidade um monte de pessoas ainda ignoradas por boa parte da população.

Para mim, mais do que isso, dia de desejar a cada um dos meus amores que eles consigam conquistar tudo que desejarem! Que não sejam tolhidos, que ninguém lhes diga até onde são capazes de ir, porque certamente podem ir muito além do que essas pessoas sequer imaginam! Que seus pais nunca desistam, que acreditem neles e lutem, muito, para que os direitos de seus filhos seja garantido. Que eles possam estudar em escolas regulares, sendo desafiados a cada dia. Que sejam aceitos no mercado de trabalho como pessoas capazes que são. Que possam andar pelas ruas sem olhares piedosos ou desconfiados. Que possam amar, namorar, casar, constituir suas famílias. Que, como disse o dr. John Langdon Down, eles “sonhem alto o bastante”, e alcem voos cada vez mais longe! O céu NÃO É o limite! ;)

Pensar no dia de hoje me faz pensar em como todo esse meu envolvimento começou... como a maioria sabe, não tenho filhos ou parentes com Down. Até bem pouco tempo, era totalmente leiga no assunto... então, como eu me envolvi desta maneira? Por que o interesse? Por que tanto AMOR? A história começa um bocado longe...

O dia 08/08/88 foi uma data especial do ponto de vista esotérico, representando uma mudança de ciclo importante para o nosso planeta. Acreditem ou não, eu e meus pais sentimos essa “virada” de forma bastante intensa. Muita coisa aconteceu em nossas vidas a partir daquela data, mudanças significativas, principalmente em termos espirituais.

O ano de 1988 propriamente dito foi um ano que podemos chamar de “pesado” em casa. Perdemos muitas pessoas importantes durante ele, passamos experiências fortes, e a carga foi tamanha que causou um travamento de coluna em minha mãe que a manteve presa à cama por mais de dois meses, e uma recuperação bem lenta até ela ficar em forma novamente. Meses depois, começando a estudar a Numerologia, dei-me conta de que minha mãe atravessava naquele período o chamado “número da morte”, onde ela tinha o arbítrio de dar uma guinada espiritual ou desencarnar de fato. Ela escolheu a primeira opção, ainda bem! :)

E, nesta guinada, não só ela, mas também meu pai e eu, acabamos chegando a um grupo espiritualista. Interessante que cada um de nós três chegou ao mesmo ponto seguindo caminhos diversos. Partindo do espiritismo, que era nossa base comum, trilhamos estradas individuais e convergimos para a mesma conclusão. Não abandonamos a base, ao contrário, apenas ampliamos a visão. Foi um período intenso, rico em nossas vidas, que nos transformou por dentro e por fora.

Mas o que tudo isso tem a ver com o “Dia Internacional da Síndrome de Down”? Para mim, tudo! Porque foi neste grupo que tive o primeiro e definitivo contato com os meus amores de olhos amendoados! E como foi isso?

Antes de contar, um pequeno parêntese. Minha mãe, desde muito nova, foi apaixonada por Down. Cursou Especialização em Pré-primário visando, ao final, especializar-se em Educação Especial por causa deles. CLARO que não estou falando aqui do conceito atual de Educação Inclusiva, até porquê isso aconteceu entre o final da década de 1960 para início de 1970! Só que ela casou, eu nasci... e baguncei com os planos dela! Mas era um desejo tão forte que constava, na ficha do homeopata, que a grande frustração da vida dela era não ter trabalhado com Down! Ok... o termo usado na ocasião não era esse ainda, como podem imaginar. ;)

Mas, independente do termo usado, o sentimento dela era de amor profundo e, não por acaso (não acredito em coincidências) acabamos assistindo uma palestra daquele grupo espiritualista onde foi aberta uma proposta de trabalho voluntário com crianças e jovens com Down. Preciso dizer que ela foi correndo se inscrever? E eu e meu pai fomos “na cola”, sem saber muito bem o motivo.

Não vem ao caso aqui detalhar de que forma o trabalho foi desenvolvido, porque eu teria que me estender demais, e não é o caso. Teve seu ciclo e foi encerrado alguns anos após. O que importa é que foi um período incrível, de grande e intenso aprendizado para todos nós. E, mais do que isso, um período que nos vinculou eternamente a essas pessoas.

No meu caso, especificamente, a coisa tomou uma proporção engraçada, maluca até, principalmente depois que minha mãe faleceu, em 2001. Parecia brincadeira, mas onde eu olhasse, o que eu fizesse, dava de cara com o assunto. Sério. Eu ligava a tv, passava uma reportagem. Comprava uma revista, tinha uma matéria. Clicava num link “nada a ver”, aparecia um site, uma referência. Saía de casa, dava de cara com uma criança, um jovem com Down na rua. E eu morava em Serra Negra, onde nem se vê tanta gente com Down assim! Uma amiga até brincava comigo que não era possível, eu devia ter um “imã para Down”! o.O

Tempos depois, resolvi ceder aos apelos de outra amiga, e acabei me cadastrando no Orkut. Comecei a encontrar colegas de escola, amigos com os quais tinha perdido o contato e, quando vi, estava  viciada no bichinho! Aí comecei a interagir mais, procurar comunidades que me interessassem, e acabei encontrando uma sobre síndrome de Down, criada pela Michele, irmã de uma das crianças que eu havia trabalhado (minha linda e figuraça Mylene), hoje uma artista plástica talentosíssima! E aí... foi o “click” que faltava! Comecei a entrar em outras comunidades, acabei me inscrevendo também no Gazzag (alguém lembra deste?) e a me “soltar”!

O difícil SÓ era me apresentar... afinal, quem era eu, qual o meu interesse, estava fazendo o quê ali? Fazer as pessoas entenderem que era por amor, simplesmente, era muito difícil! Até porquê, há cerca de dez anos, quando essa fase se iniciou, o preconceito era bem pior do que hoje, então muitos pais ficavam desconfiados mesmo. Mas aí... através do Gazzag eu conheci a Beth, uma pessoa super especial, que é mãe de um gaaaaaaaaato :D e que me convidou a participar de um grupo no Yahoo, o Happy Down! De novo a “sina” das apresentações, mas dessa vez, como entrei “apresentada”, foi um pouquinho mais fácil.

E a cara-de-pau da pessoa aqui é tanta que, pouquinho tempo depois fui para São Paulo para participar de uma festa do grupo! Mal conhecia as pessoas virtualmente, mas fui assim mesmo! E fui tão bem recebida (como esquecer o mega abraço da Lena na entrada?) que depois disso não tinha mais volta: estava “mordida” em definitivo! Para completar (como se ainda precisasse), aparece uma Bel doida na minha vida e me "nomeia" DindaNet do (seu) MEU Gabriel! :) Um tempo depois, a Cris fez o mesmo convite para o MEU :D Ursão Bernardo! Como resistir?

Daí a começar a entrar em outros grupos, foi um pulo! Mas o que acabou fazendo a diferença, em termos de consciência, mudança de atitude, de cabeça mesmo, foi o grupo Síndrome de Down, também do Yahoo, onde além de pais também participam profissionais de diversas áreas. O Fábio Adiron, seu moderador, é defensor ferrenho da “inclusão ampla, total e irrestrita”, e foi quase um mentor neste processo. Ali eu comecei a perceber o quanto ainda agimos errado, o quanto não enxergamos o nosso entorno, o quanto precisava (e continua ainda precisando) ser feito para que pessoas com deficiência (e aí eu ampliei a visão e passei a ver toda e qualquer deficiência) tenham direito a uma vida digna e plena. A luta pela inclusão tinha entrado em mim, em definitivo.

Eu sempre fui muito “palpiteira”, mas o que falava nos grupos provinha da intuição e da experiência com minhas sobrinhas, que apesar de crianças na época não têm Down. E eu percebia que nem sempre o que falava era levado a sério. Era leiga, totalmente! Ainda assim, xereta que sou, ajudei a organizar um fórum sobre inclusão em Serra Negra, idealizei e auxiliei na elaboração de uma cartilha para a “hora da notícia”, quando os pais descobrem que seu filho (nascido ou em gestação) tem Down. Mas, ainda assim, era leiga. Como corrigir isso?

Foi aí que decidi cursar Pedagogia. Sempre gostei da área da Educação, mas nunca havia pensado nisso em termos de formação, talvez por conta dos comentários que via sobre a desvalorização do professor. Mas eu tinha certeza de que era isso que devia fazer, e fui em busca. Durante os três anos da faculdade, fiz um trabalho “de formiguinha”, levando a consciência da inclusão para meus colegas e professores. Ministrei palestras sobre o tema duas vezes (EU, a tímida das tímidas!), vi muitos conceitos arraigados ruindo por terra, discursos sendo mudados. Valeu a pena! Como não podia deixar de ser, meu TCC foi sobre a inclusão na Educação, e eu inovei na dedicatória, dedicando-o aos meus amores através desta imagem:

Nessa época eu comecei a amadurecer a ideia de adotar uma criança com Down. Algo que já tinha comentado algumas vezes como sendo uma coisa distante, mas não impossível, passou a tomar forma. Comecei a me informar, a ver os procedimentos necessários... as enchentes (aquelas!) atrasaram um bocado os meus passos, mas hoje estou mais próxima da realização. Estou habilitada, aguardando (não passivamente, mas em busca), a minha menininha. :D

Eu só não atuo na área da Educação ainda por causa de um reviravolta que me fez desviar do caminho quando estava no último ano do curso: fui chamada em um concurso que havia prestado para o Banco do Brasil anos antes. Eu passava um período muito complicado, e um emprego com a estabilidade que eu teria ali era quase um sonho! Só que se tornava impossível conciliar o trabalho em escola (a não ser que eu pensasse em termos de EJA) com o banco. O que fazer?

Parti então para a pós em Educação Inclusiva. DE-TES-TO este termo, mas era o nome do curso... Educação Inclusiva pressupõe que existe uma Educação Exclusiva, o que é totalmente inaceitável no meu entender. Mas fiz a pós visando lecionar em faculdade, ajudar na formação de outros professores e, por tabela, um número bem maior de crianças. Este sonho ainda não foi realizado, mas não desisti dele não! ;)

Mais do que isso: continuo estudando e me informando sobre os conceitos de Educação pelo mundo afora. Cada vez mais tenho certeza de que não sou maluca ou, pelo menos, não sou a única por aí, que percebe como esse modelo ainda vigente (na maioria das escolas, pelo menos) de aula expositiva, aluno passivo, enfileirado, ouvindo, ouvindo, ouvindo, está ultrapassado. Muito precisa ser mudado aqui no nosso país (falei disso outro dia, lembram?), e sonho, muito, poder contribuir para essa mudança. Como? Ainda não sei. Mas eu também não sabia o que aquele “imã para Down” significava, e a coisa toda “despencou” em minha cabeça!!! :D

A verdade é que essa trajetória toda começou lááááááá em 1988... começou pelo despertar de um amor intenso, profundo, por essas pessoas lindas de olhos amendoados. Então... bora comemorar o dia deles, celebrar a inclusão e fazer, cada um, um pouquinho que seja para que ela se torne realidade de fato? ;) Conto com vocês!!!

Eu volto.

Andrea

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